A Marinha do Brasil se despediu da missão das Nações Unidas UNIFIL – United Nations Interim Force in Lebanon, onde era a nau capitânia da Força-Tarefa Marítima da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL- MTF/ United Nations Interim Force in Lebanon – Maritme Task Force) em dezembro de 2020, após enviar 17 guarnições a partir de 2011. Desde então, seis navios brasileiros estiveram no Líbano em forma de rodízio semestral, sempre exercendo o comando da MTF. A última comissão foi realizada pela Fragata Independência (F44), que deixou o Rio de Janeiro em 08 de março de 2020 para participar da Operação Líbano XVII, regressou à sua sede, na Base Naval do Rio de Janeiro (BNRJ), em 26 de dezembro de 2020, onde atracou às 9 horas.
A missão UNIFIL foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1978 e seu componente marítimo – a Força-Tarefa Marítima da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FTM-UNIFIL), em 2006, com as tarefas de impedir a entrada de armas e materiais correlatos em território libanês e prestar apoio para o desenvolvimento da Marinha do Líbano.
A UNIFIL foi criada em 1978 e tem o propósito de manter a estabilidade na região, desde a retirada das tropas israelenses do território libanês. Atualmente, possui um contingente militar de aproximadamente 10 mil homens e mulheres oriundos de mais de 40 países, dentre eles, o Brasil.
A FTM-UNIFIL foi criada em 15 de outubro de 2006, em atendimento à Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, por solicitação do Governo libanês, tendo a singularidade de ser a única missão de paz da Organização das Nações Unidas de caráter naval. Desde fevereiro de 2011, a UNIFIL-MTF tinha o comando sob responsabilidade brasileira com cada comissão tendo em média 780 militares de Marinha, entre brasileiros e estrangeiros. Durante nove anos ininterruptos, a Marinha do Brasil empregou mais de 3.600 militares na FTM, a qual fiscalizou mais de 71.200 navios e indicou cerca de 14.100 desses às autoridades libanesas para inspeção, atuando em Área Marítima de Operações com cerca de 17 mil km2.
Nesta última viagem, a F44 operou com meios das Marinhas da Alemanha, Bangladesh, Grécia, Indonésia e Turquia, encerrando assim a participação brasileira nas patrulhas do mar do Líbano, perfazendo um total de 160 dias de mar e 33.000 milhas navegadas. Um dos momentos marcantes da missão foi a explosão ocorrida no Porto de Beirute, em agosto, na qual o navio esta em alto mar no momento do sinistro.
HA-1 também encerra sua participação no Líbano
No dia 25 de dezembro de 2020, a aeronave N-4004 Wild Lynx e parcela do Destacamento Aéreo Embarcado do 1º Esquadrão de Helicópteros de Esclarecimento e Ataque ( EsqdHA-1) regressaram à “Toca do Lince” na Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia/RJ.
Primeira aeronave AH-11B a integrar a comissão no Líbano, o N-4004 iniciou sua missão em agosto de 2019, embarcada na Corveta Barroso, Capitânia da FTM-UNIFIL na comissão Líbano XVI. Em abril de 2020, já em meio à pandemia da COVID-19, a Fragata Independência, em cumprimento à comissão Líbano XVII, assumiu como Capitânia daquela Força-Tarefa e recebeu a N-4004 como seu elemento aéreo. O retorno da N-4004 marca o encerramento da participação do EsqdHA-1 nas comissões da UNIFIL-MTF. Desde 2011, as aeronaves AH-11A Super Lynx e AH-11B Wild Lynx fizeram parte do contingente brasileiro na UNIFIL em 16 das 17 missões realizadas.
@CAS