Mali recebeu quatro helicópteros militares russos. As Forças Armadas do Mali receberam quatro helicópteros russos, que chegaram ao Aeroporto de Bamako (BKO/GABS), na noite de 1º de outubro. As aeronaves chegaram a bordo do Antonov An-124 das Forças Aerospaciais Russas (RFVKS), matrícula RA-82038, procedente de Ulan-Ude, com escalas em Abakan, Rússia e no Cairo, Egito.
Conforme o Ministro Interino da Defesa do Mali, Sadio Camara, o seu governo adquiriu os helicópteros (dois Mi-171Sh e dois Mi-17V5) em um contrato firmado com a Rússia em dezembro do ano passado, com objetivo de apoiar as tropas francesas e das Nações Unidas, que combatem os insurgentes ligados ao Estado Islâmico e à Al Qaeda.
“O Mali comprou esses helicópteros da Federação da Rússia, um país amigo com o qual o Mali sempre manteve uma parceria muito frutífera”, disse o Ministro em entrevista à mídia local, ainda no pátio do aeroporto, logo após a chegada do cargueiro, acrescentando que as armas e munições foram fornecidas por Moscou.
A entrega dos equipamentos ocorre em um momento de tensas relações entre o Mali e a França, o seu principal parceiro militar, em meio a relatos de que Bamako estaria recrutando mercenários russos, enquanto Paris está reorganizando a sua missão antiterrorismo, que atualmente tem cerca de cinco mil homens na região.
Fontes diplomáticas e de segurança disseram à Reuters que a junta militar do Mali está perto de recrutar a conhecida organização paramilitar russa Grupo Wagner. A França lançou uma campanha diplomática para frustrar esta associação, dizendo que tal acordo é incompatível com a presença das tropas francesas no país.
Em um recente discurso no parlamento das Nações Unidas, no último sábado (26/09), o primeiro-ministro do Mali acusou o governo francês de abandonar o Mali.
Em resposta, o presidente francês Emmanuel Macron questionou a legitimidade das autoridades do país africano, citando as eleições e os dois golpes de estado em pouco mais de um ano. “O que o primeiro-ministro do Mali disse é inaceitável. É uma pena. E isso desonra o que nem mesmo é um governo”, disse ele à Radio France International.
A Reuters não conseguiu entrar em contato com o Grupo Wagner para comentar.
Fonte: Reuters
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