Maduro mobiliza tropas para Essequibo após Reino Unido enviar navio de patrulha para Guiana. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse ontem (28/12) que a chegada de do navio de patrulha HMS Trent (P224) da Marinha Real Britânica (Royal Navy) na Guiana, viola o “espírito” do acordo fechado entre os dois países. Sob essa alegação, Maduro ordenou uma ação defensiva das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas na região de Essequibo.
“No dia 24 de dezembro foi divulgada uma notícia que perturba a felicidade e a tranquilidade da família venezuelana. O Reino Unido anunciou à BBC de Londres que enviará um navio de guerra para a Guiana, no âmbito da disputa com a Venezuela pelo Essequibo. O conteúdo da informação é praticamente uma ameaça militar de Londres contra o país sul-americano”, afirmou Maduro.
Oficiais venezuelanos confirmaram que aproximadamente 5.600 militares estavam mobilizados para a operação. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores venezuelano disse que o país “reserva todas as ações dentro da estrutura da Constituição e o Direito Internacional para defender sua integridade marítima e territorial”.
A Guiana é uma ex-colônia do Reino Unido e atual membro da Commomwealth, portanto, faz parte e um tratado de defesa coletivo entre as nações participantes. O Ministério da Defesa britânico informou oficialmente que o HMS Trent cumprirá uma série de compromissos na região, mas não citou nada sobre a Venezuela e Essequibo.
Com cerca de 160 mil km² e rica em petróleo e recursos naturais, a região de Essequibo, atualmente parte do território da Guiana, é reivindicada pela Venezuela há décadas. Recentemente, o governo de Maduro tornou essa disputa mais acirrada, principalmente depois que empresas petrolíferas americanas descobriram grandes reservas de petróleo e gás na costa de Essequibo (saiba mais).
Em um recente encontro no Caribe, os líderes da Guiana e da Venezuela firmaram um acordo para evitar o uso da força e reduzir as tensões na região. De acordo com Maduro, a Venezuela está respeitando o acordo, “mas o seu país não pode ficar de braços cruzados perante uma ameaça, não importa de onde ela venha”, falando sobre a movimentação da Royal Navy na região.
O líder ainda ratificou seu compromisso com a diplomacia e o diálogo, ,mas disse que no país existem “guerreiros que não vão permitir que ameacem a Venezuela. Esta ameaça é inaceitável para qualquer país soberano da América do Sul, da América Latina e do Caribe”, afirmou o ditador venezuelano.
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