Lockheed Martin interrompeu entregas de F-35 Lightning II após o recente incidente. A Lockheed Martin anunciou ontem (30/12) que interrompeu os voos de aceitação e as entregas de novos caças F-35 Joint Strike Fighters, em meio a uma investigação sobre a causa do recente incidente envolvendo um F-35B no Texas. A paralisação significa que a fabricante não cumprirá sua meta contratual de entregar 148 jatos de quinta geração neste ano de 2022.
“Estávamos no caminho certo para cumprir nosso compromisso de entregas neste ano, entretanto, por conta da pausa, fecharemos com 141 aeronaves entregues”, disse Laura Siebert, porta-voz da Lockheed Martin, ao Defense News.
Desde então, a Lockheed continuou a produzir novos F-35 na Planta 4 da USAF em Fort Worth, Texas, a principal instalação para a construção dos caças. Mas, até a segunda metade de dezembro, os F-35 recém-concluídos permaneceram no solo. Siebert confirmou que nove F-35 novos estão aguardando voos de aceitação e entregas.
O Pentágono e a Lockheed Martin também anunciaram na sexta-feira, que finalizaram um contrato no valor aproximado de US$ 30 bilhões para os lotes 15 à 17, envolvendo a aquisição de até 398 novos caças F-35 para Forças Armadas dos EUA e clientes internacionais, incluindo as primeiras unidades para a Bélgica, Finlândia e Polônia. O contrato garante apenas os lotes 15 (com 145 jatos) e 16 (127), sendo o 17 (126) como opção.
Em 15 de dezembro de 2022, um caça Lockheed Martin F-35B Lightning II estava realizando um pouso vertical na Base Aérea de Fort Worth, quando seu piloto perdeu o controle ao tocar o solo. A situação forçou o piloto a ejetar da aeronave, ação realizada em segurança.
O Naval Air Systems Command ainda está investigando o acidente, com o apoio do F-35 Joint Program Office (JPO). No início desta semana, foi emitido um documento preliminar informando que o maior risco sobrecai sobre um pequeno número de F-35 mais novos.
O JPO disse na terça-feira (27/12) que emitiu uma Diretriz Técnica de Conformidade de Tempo (TCTD) que afeta algumas aeronaves avaliadas como de maior risco. “As restrições continuam até que novos procedimentos sejam desenvolvidos para seu retorno ao voo”, afirmou o documento, que não menciona a quantidade de aeronaves afetadas.
Na quarta-feira (28/12), noticiamos que a Força Aérea Israelense (IAF) havia suspendido temporariamente as operações de onze dos seus 33 caças Lockheed Martin F-35I Adir.
Uma fonte familiarizada com o programa F-35, disse ao Defense News que a investigação sobre do incidente de 15 de dezembro descobriu uma falha em uma tubulação de combustível de alta pressão no motor PWF135 do jato. Essa descoberta afetaria os caças com menos de 40 horas de voo. A Pratt & Whitney se recusou a comentar ao Defense News sobre o caso, porque envolve uma investigação em andamento.
A Lockheed Martin entregou até hoje 894 caças F-35 em todo o mundo, incluindo os 141 deste ano de 2022. Outras nações que receberão caças como parte do contrato mais recente incluem Austrália, Dinamarca, Israel, Itália, Japão, Holanda, Noruega e Reino Unido.
O custo médio de cada aeronave na versão F-35A foi de US$ 65,6 milhões no lote 14. Esse custo aumentará para US$ 70,2 milhões no lote 15, antes de cair para US$ 69,3 milhões no lote 16 e depois subir novamente para US$ 69,9 milhões no lote 17, em uma variação esperada.
Os F-35 construídos a partir do Lote 15 incluirão maiores capacidades, principalmente atualizações de tecnologia Refresh 3 no hardware e software, que a Lockheed disse que também está contribuindo para o aumento de preço. As atualizações do TR3 destinam-se a melhorar os displays, a capacidade de processamento dos computadores embarcados, ao mesmo tempo em que abre caminho para o esforço de modernização do Block 4 do jato.
A Lockheed disse que espera entregar entre 147 e 153 caças nos próximos dois anos, embora isso possa mudar como resultado da pausa na entrega no final de 2022.
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