Lendário avião anfíbio Catalina poderá voltar aos céus. A empresa norte-americana Catalina Aircraft, atualmente detém a propriedade do certificado de tipo do bimotor anfíbio que entre as décadas de 1930 e 1940 teve mais de três mil unidades produzidas. No Brasil, essa clássica aeronave foi amplamente utilizada nos rios da Amazônia, principalmente pela Força Aérea Brasileira (FAB), pela Petrobrás e por algumas companhias aéreas, como as extintas Cruzeiro do Sul e Panair do Brasil.
Recentemente a empresa, cuja sede fica na Flórida (EUA), anunciou seus planos de retomar a produção do bimotor, obviamente em uma versão moderna e atualizada, sob a designação Next Generation Amphibious Aircraft (NGAA) “Catalina II”. Um anúncio foi divulgado pela Catalina Aircraft durante a feira Oshkosh 2023, o maior encontro de aeronaves do mundo.
“O interesse no renascimento deste lendário anfíbio tem sido extraordinário. Esta icônica plataforma modernizada poderá realizar diversas missões em vários segmentos de mercado. O NGAA Catalina II é um anfíbio moderno com motores e aviônicos avançados cujos recursos nenhum outro anfíbio poderá oferecer hoje. Estamos ansiosos para levar esse programa adiante rapidamente”, disse Lawrence Reece, Presidente da Catalina Aircraft.
A empresa planeja oferecer o Catalina II em duas versões, uma para uso civil, designada “NGAA Civilian Variant” e outra para missões especiais “NGAA Special Use Variant”, destinada para operações militares e governamentais.
O NGAA Special Use Variant atenderá as necessidades de missões militares, podendo ser utilizado em missões de Inteligência, Vigilância, Guerra Antissubmarino, combate a incêndios aéreos, etc. Terá um MTOW de 40.000 libras (18 toneladas), transportando 30 soldados equipados ou 16.000 libras de carga util (7,2 ton), em operações de até 19 horas (conforme a configuração). Com velocidade máxima de 200 nós (370 km/h) ou mínima de62 nós (114 km/h), ele será capaz de pousar e decolar em mar no Estado 3.
A versão de uso civil terá peso máximo de decolagem (MTOW) de 32.000 libras (14,5 ton), transportando 34 passageiros ou carga de 12.000 libras (5,4 ton). Equipado com dois potentes motores turboélices, esta versão para uso civil poderá operar em mar do Estado 2.
O fabricante afirma que o NGAA Catalina II será o maior avião anfíbio atualmente produzido no ocidente, capaz de operar em pistas pavimentadas, não preparadas e em ambientes aquáticos como lagos, rios, baías e águas abertas. Além disso, terá grande alcance e maior carga útil do que qualquer concorrente da sua classe. Ele será equipado um cockpit moderno e compatível para a utilização de Óculos de Visão Noturna (NVG). Ambas versões não serão pressurizadas.
Entre 1936 e 1945, foram produzidos 3.308 hidroaviões Catalina modelo 28, sendo 620 foram construídos sob licença no Canadá e 27 na União Soviética. O Catalina foi o hidroavião mais utilizado na Segunda Guerra Mundial, sendo amplamente utilizado em todos os segmentos das forças armadas dos Estados Unidos.
Entre 1943 e 1982 a Força Aérea Brasileira operou 33 hidroaviões Consolidated Aircraft Catalina, de três versões diferentes PBY-5 (07 unidades), PBY-5A (23) e PBY-6A (03). Essas aeronaves foram utilizadas inicialmente em missões de patrulha e guerra antissubmarino, e no final da vida operacional, em missões de transporte pela Amazônia.
A Catalina Aircraft disse que está pronta para receber pré-encomendas dos NGAA Catalina II, mas não comunicou nenhum cronograma sobre o primeiro voo, certificação e possível entrada em serviço.
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