Lanterna portátil causou danos de US$ 4 milhões no motor de um F-35A da USAF. Uma lanterna portátil deixada na entrada de ar do motor de um caça F-35A da USAF foi sugada pelo motor durante uma manutenção na Base Aérea de Luke, no Arizona. O fato ocorreu em março de 2023, e causou danos de aproximadamente US$ 4 milhões, de acordo com um relatório de investigação.
O relatório divulgado em 18 de janeiro, indicou como principal fator para a causa do incidente a falta de cuidado com as diretrizes de manutenção por parte do mecânico que deixou a lanterna na entrada de ar do motor. O descuido danificou seriamente o motor Pratt & Whitney F135 de US$ 14 milhões, o suficiente para que não pudesse ser reparado localmente.
Os investigadores também citaram outros fatores contribuintes para o incidente, como problemas com o “F-35 Autonomic Logistics Information System” (ALIS), que se destina a integrar a operação, manutenção, cadeia de suprimentos, serviços de apoio ao cliente, formação e dados técnicos.
Segundo as informações, o ALIS tem sofrido com a falta de conectividade em tempo real e problemas com as interfaces, entre outras situações. O relatório afirma ainda que o grande número de checklists dificultam a concordância assertiva sobre os procedimentos de manutenção entre as áreas envolvidas.
O acidente em questão ocorreu em 15 de março, quando uma equipe de manutenção com três pessoas estava concluindo uma Diretiva Técnica de Conformidade de Tempo do F-35A matrícula 14-5103 pertencente à 56ª Ala de Caça (56th FW) de Luke AFB. O objetivo era a instalação de um plugue na linha de combustível do motor e verificar vazamentos após a instalação, com o motor funcionando.
Após a instalação do dispositivo, um mecânico ficou responsável verificar a lista de ferramentas, enquanto outro mecânico realizou uma inspeção externa antes de acionar o motor para verificar os possíveis vazamentos. Para isso, o segundo mecânico usou uma lanterna para visualizar a entrada do motor e a deixou na borda da entrada.
O motor foi acionado por cinco minutos para verificação dos vazamentos, e o mecânico que estava na cabine não observou nenhuma anormalidade nos instrumentos. Quando o motor foi desligado, os técnicos ouviram “ruídos anormais” e após uma rápida inspeção um dos mecânicos identificou os danos. Ao checar novamente as ferramentas, foi notada a falta de uma das lanternas.
O motor sofreu diversos danos internos que incluíram vários estágios de compressão, bico injetor de combustível, duto, compressor de alta pressão (HPC), turbina de alta pressão (HPT), palheta variável do fan de entrada, entre outros. Os danos foram avaliados em US$ 3.933.106,00.
Os investigadores descobriram que o mecânico que conduziu a inspeção externa antes do acionamento do motor, não seguiu cuidadosamente as normas técnicas que visam a remoção de quaisquer itens soltos em tomadas e saídas de ar do motor. O técnico também não seguiu as instruções para realizar o inventário visual do seu kit de ferramentas após completar cada tarefa.
O relatório concluiu que a 62ª Unidade de Manutenção de Aeronaves (62nd AMU) não seguiu integralmente as instruções técnicas da USAF, que exigem que cada indivíduo que assinou o kit de ferramentas realize verificações visuais do inventário. Em vez disso, a prática da unidade era fazer com que o mecânico responsável pelo acionamento do motor conduzisse a verificação do inventário. Com isso, dois técnicos envolvidos no incidente pensaram que a lanterna havia sido localizada.
O ALIS também é um fator contribuinte neste incidente, e marca mais um problema no já problemático, caro e complicado sistema de suporte técnico do F-35. O Gabinete Conjunto do Programa F-35 está implementando gradualmente a mudança para uma nova “Rede Integrada de Dados Operacionais”.
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