Jogo de vídeo game Fortnite ajuda no projeto de modernização do B-52. O popular jogo de vídeo game Fortnite está ajudando a Boeing no projeto de modernização dos bombardeiros B-52 Stratofortress. Um mecanismo criado para o jogo está sendo usado pelos engenheiros na atualização dos icônicos bombardeiros de 60 anos, estendendo sua vida operacional por mais três décadas.
Para simular o funcionamento dos novos motores Rolls-Royce F-130 que irão equipar aos B-52 da USAF, a Boeing recorreu ao “Unreal Engine 5”, um software que alimenta o jogo Fortnite. O ambiente 3D criado com a ajuda do programa do jogo, permite que os engenheiros interajam virtualmente no bombardeiro atualizado, em ações como ligar e desligar um dos oito motores da aeronave.
A Diretora Sênior de Bombardeiros da Boeing, Jennifer Wong, salientou que os recursos de hiper-realismo do software comercial Unreal Engine 5, ajudam a reduzir custos e o tempo de entrega do projeto.
“É uma ferramenta poderosa e realmente impressionante. Aprendemos mais rápido e somos capazes de nos ajustar mais rapidamente quando usamos os modelos virtuais, do que apenas aprendendo e dobrando metal”, disse Wong em uma entrevista na semana passada no evento anual da Conferência Air, Space & Cyber da Associação das Forças Aéreas e Espaciais.
“O ambiente virtual dá à USAF e à Boeing acesso sem precedentes às modificações desde o início, e dá um feedback muito antes dos engenheiros começarem a atualizar as aeronaves”, afirmou a Executiva da Boeing.
Isso faz parte do projeto de remotorização dos B-52H sob o Programa Comercial de Substituição de Motores (CERP). O objetivo é substituir os oito envelhecidos motores Pratt & Whitney TF33, que atualmente equipam os bombardeiros da USAF, por novos, modernos e eficientes Rolls-Royce F-130. O programa é muito maior do que apenas a substituição do motor, e envolve a atualização dos displays do cockpit e outros sistemas de aviônicos do avião, disse Wong.
A Rolls-Royce está avançando com o programa CERP, e até o final deste ano deverá concluir os testes iniciais do motor, para então iniciar a revisão crítica do projeto, prevista para o primeiro trimestre de 2024.
Simultaneamente, a Boeing substituirá os atuais radares do B-52 por modernos radares de varredura eletrônica ativa (AESA) da Raytheon, que atualmente equipam os caças F/A-18E/F Super Hornets da Marinha dos EUA. A Raytheon anunciou recentemente que entregou o primeiro radar AESA à Boeing para o programa.
“Quando dizemos que no futuro o B-52 terá capacidades semelhantes às dos caças, é isso que queremos dizer. Eventualmente, o B-52 terá uma visão com alguma capacidade semelhante à de um caça e um pouco daquela visualização que está atualmente na plataforma do F/A-18”, disse Wong. “O novo radar permitirá ao B-52 rastrear múltiplos alvos simultaneamente”, afirmou.
Segundo o Coronel Scott Foreman, líder do programa B-52 da USAF, esses projetos de modernização são cruciais para que os B-52 possam voar além da década de 2050. Foreman apontou os A-10 Warthog, com quase meio século de idade, como um exemplo de avião que ainda está voando após várias tentativas da USAF de aposentá-los. “Mesmo que estejamos dizendo 2050, não tenho motivos para acreditar que ele não possa voar por muito tempo depois disso”, disse Foreman na conferência da AFA.
A Boeing disse que terá todos os B-52 modificados com o novo radar até o final do ano fiscal de 2031 e o programa de substituição do motor concluído até o final do ano fiscal de 2036.
Fonte: Defense One
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