J-16D de Guerra Eletrônica da China visto pela primeira vez próximo de Taiwan. No início desta semana, uma aeronave J-16D de Guerra Eletrônica (EW) da Força Aérea do Exército de Libertação do Povo Chinês (PLAAF) foi vista voando próximo à Taiwan. Esta é a primeira vez que este vetor foi observado na região, coincidentemente um dia após dois porta-aviões da Marinha dos Estados Unidos (USN – US Navy) navegarem na região, em direção ao Mar da China Meridional.
O J-16D EW é uma plataforma de controle do espectro eletromagnético, e de acordo com especialistas, a sua presença na Zona de Identificação do Espaço Aéreo (ADIZ) de Taiwan na última segunda-feira (24/01), estaria relacionada a uma preparação da PLAAF com vistas a um “cenário futuro”. O jato voou ao lado de oito caças J-16, um Y-8 de guerra-antissubmarino e um bombardeiro estratégico H-6. No dia anterior, 39 aviões militares chineses foram monitorados na ADIZ de Taiwan, relatou a autoridade de defesa da Ilha, sem observar a presença dos vetores de guerra eletrônica.
Apresentado publicamente em setembro, durante o Airshow China 2021, o J-16D EW foi exposto com quatro pods de interferência sob as asas e entradas de ar, dois mísseis sob a fuselagem, além dos dois pods de guerra eletrônica nas pontas das asas. Dois meses depois da feira, a PLAAF anunciou que a aeronave havia iniciado os treinamentos de combate.
O Global Times ouviu um especialista militar de Pequim, que chamou a atenção para um detalhe importante sobre o comunicado da autoridade de defesa de Taiwan, que não publicou nenhuma imagem do J-16D EW captada pelos seus pilotos. Em vez disso, usou uma fotografia de arquivo do jato exposto na feira chinesa.
Isso levanta a questão se a defesa taiwanesa realmente tem a capacidade de identificar alvos reais, uma vez que os J-16D EW podem confundir os radares da defesa aérea e dos caças interceptadores da Força Aérea de Taiwan (ROCAF – Republic of China Air Force). “Sem um contato visual com os alvos, como eles podem ter certeza de que todas as aeronaves eram reais? Como sabem se não havia nenhuma aeronave oculta pelas capacidades do J-16D EW ?”, ressaltou o analista chinês, sob anonimato.
O especialista militar chinês, Song Zhongping, disse que os aviões de guerra da China geralmente operam em grupos e sistemas. Por exemplo, os caças J-10 desempenham um papel de escolta, os J-16 realizam ataques, enquanto os bombardeiros H-6 realizam ataques de longo alcance. Além disso, as aeronaves de contra-medidas de comunicação e de reconhecimento eletrônico guiam o grupo até os alvos. O J-16D EW foi projetado para assumir o controle do espectro eletromagnético em uma área de interesse, apoiando um grupo de aviões a obter o controle do espaço aéreo, disse Song.
Em um hipotético combate, o J-16D EW poderia coordenar um grupo de caças J-20, J-16 e J-10C para assumir a superioridade aérea no Estreito de Taiwan. Usando suas capacidades de Guerra Eletrônica, o jato da PLAAF poderia detectar, armazenar e analisar os sinais de rádio dos alvos, incluindo os dos radares das forças armadas de Taiwan, além de interromper mísseis disparados contra aeronaves chinesas.
Desde domingo (23/01), dois grupos de porta-aviões norte-americanos entraram no Mar da China Meridional para treinamentos. O USS Carl Vinson (CVN-70) e o USS Abraham Lincoln (CVN-72), iniciaram manobras na região do Mar da China Meridional, de acordo um comunicadodo Departamento de Defesa dos EUA (DoD).
Na semana passada esses dois Gruposde Ataques de Porta-Aviões dos EUA encerraram exercícios conjuntos com o Japão, no que especialistas observam como sendo treinamentos de ataques de longa distância, demonstrando poder de dissuasão.
Por outro lado, a rotina dos chineses de enviar os seus aviões militares quase que diariamente para o Espaço Aéreo de Taiwan, demonstram a sua firme intenção de salvaguardar a sua soberania nacional e a integridade territorial, disseram analistas.
Fonte: Global Times
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