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Israel x Irã: primeiras 48 horas

14 de junho de 2025
Israel x Irã: primeiras 48 horas. Ataque do Irã a cidade de Tel Aviv na noite de 13 de junho. Foto via X
Israel x Irã: primeiras 48 horas. Ataque do Irã a cidade de Tel Aviv na noite de 13 de junho. Foto via X.

Israel x Irã: primeiras 48 horas. Israel x Irã: primeiras 48 horas. Nas últimas 48 horas, um confronto aberto entre Israel e Irã ganhou as manchetes, com ambos os lados realizando ataques diretos ao território inimigo, deixando o mundo em compasso de espera. O que se sabe de mais este conflito até aqui?

Ataques de Israel

Um ataque sem precedentes de Israel contra o Irã. Duzentos caças israelenses bombardearam mais de 100 locais em todo o Irã durante a noite de sexta-feira e continuaram durante o dia, no que chamaram de “ataques preventivos”, visando instalações nucleares e altos funcionários iranianos. As Forças de Defesa de Israel (IDF) disseram que os ataques mataram o Chefe do Estado-Maior do Exército iraniano, o chefe da Guarda Revolucionária, o comandante de elite das Forças Quds e três cientistas nucleares seniores.

Os F-16I do 107 Sq "Cavaleiros da Cauda Laranja", são vistos aqui partindo em uma missão de ataque a usinas nucleares do Irã em 13/06. Foto: IAF.
Os F-16I do 107 Sq “Cavaleiros da Cauda Laranja”, são vistos aqui partindo em uma missão de ataque a usinas nucleares do Irã em 13/06. Foto: IAF.

Israel teve como alvo principal a instalação nuclear de Natanz, no centro do Irã, que, segundo Israel, sofreu danos significativos. O armamento utilizado pelo F-16I Sufa nos ataques de 13 de junho incluía a Small Diameter Bomb (SDB) GBU-39/B e o míssil AIM-120B AMRAAM. Cada jato carregava oito bombas GBU-39, totalizando 48 em toda a formação, além de dois mísseis AIM-120 e três tanques de combustível externos.

Imagens do Ministério da Defesa de Israel mostraram que o F-16I do 107 Sq, sediados na Base Aérea de Hatzerim (LLHB). Estas aeronaves voaram mais de 2000 km para atingir seus alvos na “Operação Leão Ascendente”.

Piloto do Sufa do 107 Sq da IAF saindo de Nevatim para a Operação Leão Ascendente. Foto: IAF.
Piloto do Sufa do 107 Sq da IAF saindo de Nevatim para a Operação Leão Ascendente. Foto: IAF.

O F-16I Sufa – “Tempestade” em hebraico, é uma versão customizada do Lockheed Martin F-16D Block 50/52 Fighting Falcon, projetado especificamente para a IAF e lançado em 2004 pelo programa Peace Marble V. Projetado tanto para missões de superioridade aérea quanto de ataque ao solo, ele tem peso de decolagem de 23.600 kg, o que é uma capacidade de carga útil maior do que os F-16 padrão. É considerado o F-16 mais poderoso já construído.

Israel declarou estado de emergência em todo o país, aguardando a resposta de Teerã. O Irã lançou mais de 150 drones contra Israel na manhã de quinta-feira e pelo menos 200 mísseis balísticos em três ondas de ataque.

Um dos locais que os F-16I ataram - a Usina de Urânio de Natanz. Foto: IDF.
Um dos locais que os F-16I ataram – a Usina de Urânio de Natanz. Foto: IDF.

O primeiro-ministro Netanyahu disse que presumia que a retaliação do Irã “poderia vir em ondas muito pesadas”. O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse que os EUA “não estavam envolvidos” na ação “unilateral” de Israel contra o Irã.

Os F-15I Ra'am do 69 Sq também participaram das ações da Operação Leão Ascendente. Foto: IAF.
Os F-15I Ra’am do 69 Sq também participaram das ações da Operação Leão Ascendente. Foto: IAF.

Os 200 caças israelenses atingiram mais de 100 alvos em todo o Irã. Entre as aeronaves empregadas estão os F-35I Adir, F-15I Ra’am, F-15C Baz e F-16C/D Barak e o vetor principal da operação, o F-16I Sufa.

Os “ataques preventivos” são parte da “Operação Leão Ascendente” e começaram na noite de sexta-feira, 13/06, e continuaram durante todo o dia. As IDF disseram que os ataques mataram o chefe do Estado-Maior do Exército iraniano, Mohammad Bagheri, o comandante da Guarda Revolucionária Islâmica, Hossein Salami, e o comandante da Força Aérea da Guarda Revolucionária Islâmica, Amir Ali Hajizadeh.

Cinco F-35I Adir do 116 Sq prontos para atacar o Irã no dia 13/06. Foto: IDF.

Autoridades iranianas disseram ao The New York Times que o comandante da Força de elite Quds da Guarda Revolucionária, Ismail Ghaani, também foi morto. Três cientistas nucleares iranianos de alto escalão, Fereydoon Abbasi (ex-chefe da Organização de Energia Atômica do Irã e sancionado pelo Conselho de Segurança da ONU em 2007), Mohammad Mehdi Tehranchi (trabalhou em projetos de armas nucleares iranianos e foi sancionado pelos EUA em 2020) e Ahmadreza Zolfaghar, teriam sido mortos.

Israel atacou a instalação nuclear de Natanz, que abriga atividades de enriquecimento de urânio, no centro do Irã. As Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmaram que a instalação, incluindo seu complexo subterrâneo onde estão localizadas as centrífugas, foi danificada “significativamente”.

Imagens de 13JUN2025 do Complexo de Enriquecimento de Natanz após o ataque dos F-16I da IAF. Foto: Airbus Defense and Space.
Imagens de 13JUN2025 do Complexo de Enriquecimento de Natanz após o ataque dos F-16I da IAF. Foto: Airbus Defense and Space.

A organização de energia atômica do Irã relatou um vazamento radioativo no local, mas sem contaminação fora da instalação. Mais tarde, na sexta-feira (13/06), as Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmaram que Israel havia atacado uma instalação nuclear em Isfahan e que a operação estava em seus estágios iniciais. Ainda na sexta-feira (13/06), a mídia iraniana noticiou que explosões foram ouvidas na cidade de Qom e na instalação nuclear subterrânea de Fordow, bem como na cidade de Isfahan e nos aeroportos de Bushehr e Bushanad. Segundo a Al Jazeera, drones israelenses atacaram perto do aeroporto de Tabriz.

Imagens de 13JUN2025 do Complexo de Enriquecimento de Natanz após o ataque dos F-16I da IAF. Foto: Airbus Defense and Space.
Imagens de 13JUN2025 do Complexo de Enriquecimento de Natanz após o ataque dos F-16I da IAF. Foto: Airbus Defense and Space.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmaram que os drones destruíram posições de radar e lançadores de mísseis terra-ar em todo o país. Ataques aéreos israelenses teriam como alvo bases de mísseis perto de Teerã e nas cidades de Kermanshah, Khondab e Khorramabad.

O jornal iraniano Nour News informou que 82 pessoas foram mortas e mais de 329 ficaram feridas em ataques a áreas residenciais em Teerã.

Cena de um ataque a cidade de Teerã por caças de Israel. Foto: AP.
Cena de um ataque a cidade de Teerã por caças de Israel. Foto: AP.

A agência de inteligência israelense Mossad estabeleceu uma base para drones carregados de explosivos dentro do Irã, que foi ativada durante o ataque israelense, disse uma fonte de segurança israelense na sexta-feira, lançando ataques contra lançadores de mísseis terra-terra em uma base perto de Teerã.

Paralelamente aos ataques aéreos, o Mossad teria realizado diversas operações de assassinato dentro do Irã. Segundo a fonte de segurança, unidades de comando do Mossad operaram no centro do Irã, posicionando sistemas de armas guiadas de precisão perto de baterias de mísseis terra-ar iranianos.

Prédio danificado após ataques israelenses em Teerã. Mossad teria eliminado militar de alta patante da IRCG. Via X.
Prédio danificado após ataques israelenses em Teerã. Mossad teria eliminado militar de alta patante da IRCG. Via X.

O primeiro-ministro Netanyahu disse que a operação contra o Irã “continuará enquanto for necessário para eliminar a ameaça existencial que paira sobre nós”. Ele descreveu a campanha como “um momento decisivo na história de Israel”. O conselheiro de segurança nacional de Israel disse que Israel não tem intenção atual de atacar a liderança política do Irã. O chefe das IDF, Eyal Zamir, disse que Israel “lançou a ofensiva porque chegou a hora, chegamos ao ponto sem retorno”, chamando-a de “campanha crítica para evitar uma ameaça existencial de um inimigo que clama abertamente por nossa destruição”. Ele acrescentou que “um alto nível de prontidão e disciplina é necessário na frente civil”.

As IDF disseram na sexta-feira que o Irã estava “avançando com um plano secreto” para obter armas nucleares, no qual “cientistas nucleares seniores no Irã estavam trabalhando para desenvolver secretamente todos os componentes necessários para o desenvolvimento de uma arma nuclear”.

Trump, que presumivelmente considera a ação israelense aceitável, agora precisará agir rapidamente para extinguir o fogo de uma guerra regional, que ameaça os interesses americanos em outras frentes e deve elevar os preços do petróleo. A liderança iraniana é considerada radical há anos, mas não irracional. Ela terá que avaliar os riscos após ter sido surpreendida e duramente atingida no ataque inicial de Israel. É provável que altos líderes iranianos se sintam pessoalmente ameaçados após o assassinato de vários oficiais de defesa.

IRIAF

Algo importante chamou a atenção nestes dois dias de ataques mútuos. Se o Irã não enviou aeronaves de combate tripuladas (apenas UAS) para o espaço aéreo israelense, o contrário não ocorreu. A IAF “alugou” o espaço aéreo iraniano, chegando a ter mais de 200 aeronaves de combate sobre o país persa. Onde estava a IRIAF ou Islamic Republic of Iran Air Force?

Sukhoi Su-35E da IRIAF. Foto: IRIAF/Vyacheslav Grushnikov.
Sukhoi Su-35E da IRIAF. Foto: IRIAF/Vyacheslav Grushnikov.

A IRIAF tem cerca de 550 aeronaves de combate, sendo a maioria vetores antigos, como o F-4D/E, F-5E/F, F-5E Saeghe, F-14A, F-1BQ/EQ, F-7N, FT-7N, MiG-29A e Su-24MK. Talvez o mais moderno deles sejam os Su-35E, recém-incorporados em janeiro de 2025. E, ao que consta, poucos exemplares (quatro?) estariam em serviço.

É uma miscelânea. Mas, por que a IRIAF não foi capaz de interceptar os caças da IAF? Apesar de raros relatos sem comprovação de que poderia ter um F-35I sido abatido, o fato é que as aeronaves da IAF foram e voltaram sem ser incomodadas.

McDonnell Douglas F-4E Phantom da IRIAF. Foto: IRIAF.
McDonnell Douglas F-4E Phantom da IRIAF. Foto: IRIAF.

A IAF teria atacado ao menos seis bases aéreas e alega ter destruído aeronaves no solo. Ainda carece de comprovação. Mas o fato é que os caças israelenses voaram mais de 2000 km e entraram no Irã, sem ter sido incomodados. E mais, Israel alega ter conseguido superioridade aérea a ponto de criar uma estrada para Teerã.

Grumman F-14 Tomcat da IRIAF. Foto: IRIAF.
Grumman F-14 Tomcat da IRIAF. Foto: IRIAF.

Talvez a explicação esteja no fato de que a IAF teria anulado parte das bases onde estariam os caças do Irã ou estes estavam em sua maioria fora de ação. Ao que consta, seis bases aéreas foram atacadas. Que bases foram estas? Ao que se sabe, seis foram atingidas. Entre elas estão:

Tabriz/Shaheed Fakouri (OITT) – Unidades de F-5E/F (1), F-5F Saeghe (1) e de MiG-29 (1).

Hamadan/Nojeh (OIHS) – Unidades de F-4E (1) e RF-4E (1).

Dezful/Vahdati (OIAD) – Unidades de F-5E/F (2).

Internacional Esfahã/Shahid Beheshti (OIFM) – Unidades de F-14 (4) e F-7N (1).

Aeroporto Internacional de Shiraz/Shahid Dastghaib (OISS) – Unidades de Su-24Mk (3), C-130E/H (2), IL-76TD (1) e P-3F (1).

Teerã-Mehrabad (OIII) – Unidades de MiG-29 (1), B707-3J9C (Elint) (1), 747 e 707 REVO (1), RC-130H (1), C-130E/H (1), VIP (1), CH-47 (1) e outras de transporte.

Não há confirmação se a base de Oghab 44 AB, onde ficam os Su-35E e uma unidade de F-4E, foi atingida.

A reação dos EUA

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse que os EUA “não estavam envolvidos” na ação “unilateral” de Israel contra o Irã , e que a principal prioridade era proteger as forças americanas na região. O presidente Trump disse que “os EUA defenderão a si mesmos e a Israel se o Irã retaliar”, horas depois de Israel lançar ataques aéreos contra o Irã.

Trump também disse à Fox News que “o Irã não pode ter uma bomba nuclear e esperamos voltar à mesa de negociações . Veremos. Há várias pessoas na liderança que não voltarão”. Trump disse à Reuters na sexta-feira que não estava claro se o Irã ainda tinha um programa nuclear após os ataques israelenses.

E então há uma pergunta final: como tudo isso afetará a situação em Gaza, onde Israel continua a travar uma guerra de atrito contra o Hamas e onde 53 reféns israelenses, 20 deles supostamente vivos, ainda estão detidos pelo grupo terrorista palestino?

Ataque a cidade de Tel Aviv. Via X.
Ataque a cidade de Tel Aviv. Via X.

Algumas autoridades israelenses apressaram-se a informar a imprensa após os ataques ao Irã, alegando que isso facilitaria a obtenção de um acordo com o Hamas, já que o grupo se sentirá isolado quando a ameaça do Irã sobre Israel for removida. Mas o oposto também pode ocorrer: o Hamas pode perder a pouca confiança que tinha em Trump e em seu enviado especial, Steven Witkoff, diante do que parece ser uma farsa americana e israelense contra Teerã.

Reação Internacional

 O chanceler alemão, Friederich Merz, disse que Israel tem o direito de se defender e que o Irã não deve desenvolver armas nucleares, acrescentando: “Pedimos a ambos os lados que se abstenham de medidas que possam levar a uma nova escalada e desestabilizar toda a região”.

O presidente francês Emmanuel Macron disse que a França participaria da defesa de Israel no caso de um ataque iraniano ao país. O ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noël Barrot, disse que a França “expressou repetidamente nossas sérias preocupações em relação ao programa nuclear do Irã” e afirmou “o direito de Israel de se defender contra qualquer ataque”.

Já a Arábia Saudita condenou os “ataques hediondos” de Israel, dizendo que o Conselho de Segurança da ONU tem “uma grande responsabilidade de interromper imediatamente esta agressão”.

O Catar denunciou o ataque israelense como uma “violação flagrante” da soberania do Irã e uma clara violação do direito internacional.

O Hamas elogiou o Irã, dizendo que o país está “pagando o preço por suas posições firmes em apoio à Palestina e sua resistência, e por sua adesão às suas decisões nacionais independentes“.

O Contra-ataque do Irã

O Irã lançou pelo menos três ondas de mísseis balísticos contra as principais cidades israelenses, incluindo Tel Aviv, Jerusalém e Haifa, após as Forças de Defesa de Israel (IDF) terem instruído a população a se abrigar até novo aviso. Durante a segunda saraivada de mísseis, explosões foram ouvidas na área de Tel Aviv, onde moradores relataram impactos diretos. 

Mais de 80 de pessoas ficaram feridas em estado leve a moderado e três morreram, informaram os serviços de emergência. Na sexta-feira à noite, a IDF disse ter identificado o lançamento de mísseis iranianos contra Israel e pediu ao público que se abrigasse até novo aviso.

Drones Shahed-136 do Irã,  pertencente a Islamic Revolutionary Guard Corps (IRGC). Foto: IRINA.
Drones Shahed-136 do Irã, pertencente a Islamic Revolutionary Guard Corps (IRGC). Foto: IRINA.

O Irã lançou mais de 150 drones contra Israel na manhã de sexta-feira, os quais as Forças de Defesa de Israel interceptaram principalmente fora das fronteiras do país. A Jordânia afirmou ter também interceptado vários drones em seu espaço aéreo, com sirenes de foguetes soando em Amã.

O líder supremo iraniano, Ali Khameinei, afirmou que “Israel não permanecerá ileso” após os ataques e que Teerã “não adotará meias medidas” em retaliação. Um porta-voz das Forças Armadas iranianas alertou que” o Irã responderá com firmeza aos ataques israelenses “e acrescentou que “os Estados Unidos e Israel pagarão o preço”.

Explosões e incêndios na noite de Tel Aviv devido aos ataques iranianos. Foto: Via X.
Explosões e incêndios na noite de Tel Aviv devido aos ataques iranianos. Foto: Via X.

O primeiro-ministro Netanyahu alertou sobre um contra-ataque iraniano em uma declaração pública em vídeo: “Presumo que haverá um ataque contra nós, e poderá ocorrer em ondas muito pesadas”, disse ele. Netanyahu também afirmou que o sucesso do ataque no Irã “terá um impacto positivo na situação em Gaza e nos reféns”.

Em imagens de vídeo divulgadas até o momento, muitos dos mísseis puderam ser vistos sendo interceptados em baixas altitudes, em plena fase terminal de voo. Porém, em Tel Aviv e Jerusalém podem ser vistos prédios sendo atingidos e alguns incendiando. Imagens sugerem que um dos alvos importantes foi o prédio do Ministério da Defesa israelense em Tel Aviv. Teerã também ameaçou expandir o escopo de sua lista de alvos para novos ataques contra Israel caso sua infraestrutura de petróleo e gás natural seja atingida.

Os F-16I "833" e "891" da IAF, do 107 Sq "Cavaleiros da Cauda Laranja", são vistos aqui partindo em uma missão DCA, armados com Pythons 4 e AIM-9L Sidewinders para interceptar drones iranianos na tarde de 13/06. Foto: IAF.
Os F-16I “833” e “891” da IAF, do 107 Sq “Cavaleiros da Cauda Laranja”, são vistos aqui partindo em uma missão DCA, armados com Pythons 4 e AIM-9L Sidewinders para interceptar drones iranianos na tarde de 13/06. Foto: IAF.

A CNN informou que o exército americano auxiliou de alguma forma na interceptação de mísseis e drones iranianos nas últimas 24 horas. Caças da IAF decolaram desde o final do dia em Israel para interceptar drones, entre eles F-16C/D Barak, F-16I Sufa e F-15C Baz.

A Força Aérea Israelense divulgou imagens que mostram um helicóptero não especificado, muito provavelmente um AH-64 Apache, derrubando um drone kamikaze iraniano com uma arma hoje mais cedo. Mais dois “alvos aéreos suspeitos” também foram interceptados na região de Arava, no sul de Israel, conforme as IDF.

AH-64 e UH-60 da IAF participara da caça aos drones. Foto: IAF.
AH-64 e UH-60 da IAF participara da caça aos drones. Foto: IAF.

A IAF também afirma ter interceptado um “alvo aéreo suspeito” nas proximidades da cidade portuária de Eilat. Militantes houthis apoiados pelo Irã no Iêmen já atacaram Eilat com drones no passado e podem estar apoiando a resposta do Irã.

Nas duas saraivadas de mísseis contra Israel, conforme as IDF, os alvos foram também as bases aéreas israelenses de Nevatim e Hatzerim. Segundo a IAF não foram perdidas aeronaves no solo e nem no ar, nas atividades de ataque e defesa entre 12 e 14 de junho.

A USAF enviou um esquadrão de caças F-15 para a Jordânia há cerca de duas semanas para ajudar a interceptar drones e mísseis iranianos no caso de um ataque a Israel. As IDF anunciaram a convocação de soldados da reserva na sexta-feira, “como parte dos preparativos para defesa e ataque em todas as frentes”.

Shahed-136 do Irã, pertencente a Islamic Revolutionary Guard Corps (IRGC) é destruído por um AH-64 Apache da IAF. Via IDF/X.

Irã ameça EUA, França e Reino Unido

O Irã vai intensificar seus ataques contra Israel e mirar as bases regionais de qualquer país que tentar defendê-lo, disse um alto funcionário iraniano à CNN nesta sexta-feira (13/06). “O Irã reserva-se o direito – conforme o direito internacional – de responder de forma decisiva a esse regime”, afirmou o funcionário. “Qualquer país que tentar defender o regime contra as operações do Irã verá, por sua vez, suas bases e posições regionais se tornarem novos alvos”, acrescentou.

As ameaças são dirigidas diretamente aos EUA, Reino Unido e França, além de outros como Alemanha. A mensagem cria um alerta, pois grupos terroristas financiados pelo Irã estarão dispostos a prover estes ataques. Hamas, Houthis e Hezbollah e grupos armados xiitas no Iraque e na Síria estão na lista de prováveis candidatos a ‘vingar’ o Irã.

Tel Aviv Ben Gurion International Airport (TLV/LLBG) está fechado.

Aeroporto Fechado

O Aeroporto Internacional Ben-Gurion, em Tel Aviv, em Israel, foi fechado até novo aviso. Ben Gurion International Airport (TLV/LLBG) é o principal aeroporto do país. As companhias aéreas israelenses El Al, Arkia e Israir retiraram seus aviões do aeroporto após sirenes de foguetes soarem em todo o país. Companhias aéreas internacionais também retiraram seus aviões de Israel e todos os voos estão suspensos. O espaço aéreo da região está fechado.

O espaço aéreo da região está fechado. Fonte FR24.
O espaço aéreo da região está fechado. Fonte FR24.

O revide de Israel

Israel atacou 150 alvos no Irã durante a noite, diz as IDF, que afirma que agora existe uma “estrada aérea para Teerã efetivamente aberta” após operação militar. Isto significa que a IAF tem superioiridade aérea. Entre os 150 alvos está um dos aeroportos de Teerã. Além do aeroporto de Teerã – Tehran Imam Khomeini International Airport (IKA/OIIE) a capital tem o Tehran Mehrabad International Airport (THR/OIII), que abriga uma base aérea com várias unidades de transporte e uma de MiG-29.

A IAF também atingiu diversos alvos e bases iranianas, onde os caças sobrevoaram a capital do Irã por mais de 2h30, atingindo bases, sistemas de defesa e infraestruturas essenciais. O porta-voz das IDF, Brigadeiro-General Effie Defrin, disse que mais de 70 caças israelenses atingiram 40 alvos dentro e ao redor da capital iraniana durante a noite. Drones da IAF mantêm vigilância sobre os alvos, segundo o IDF.

F-16I Sufa do 107 Sq - Cavaleiros do Esquadrão Cauda Laranja, prontos para decolar para a Operação Leão Ascendente. Foto: X/IAF.
F-16I Sufa do 107 Sq – Cavaleiros do Esquadrão Cauda Laranja, prontos para decolar para a Operação Leão Ascendente. Foto: X/IAF.

“Esta é a primeira vez que operamos neste espaço aéreo”, declarou Defrin, acrescentando que esta é a ofensiva mais profunda no Irã até o momento. Se isto for de fato verdade, a IAF tem total superioridade aérea. A IAF teria enviado caçs F-16I, F-15I e F-35I. Além disto, foram usadas aeronaves de ISR e de Reabastecimento em Voo. “Dezenas dessas aeronaves agora operam livremente sobre Teerã, graças aos nossos ataques iniciais, que eliminaram muitas ameaças à defesa aérea iraniana”, acrescentou.

Israel alega ter superioridade área total sobre o Irã.

A autoridade afirmou que os ataques às instalações nucleares iranianas em Natanz e Isfahan foram capazes de causar danos “significativos”. O Irã afirmou anteriormente que os danos às instalações foram limitados. Existe, portanto, uma guerra de versões.

“Ouvi alguns especialistas ou pessoas falando na mídia dizendo que tudo o que podemos fazer é adiar o plano nuclear por algumas semanas. Quero dizer novamente que, de acordo com nosso entendimento inicial… levará muito mais do que algumas semanas para ser reparado”, disse um oficial da IDF. Segundo a fonte do IDF, Israel tinha “informações concretas” de que o Irã estava “avançando para uma bomba nuclear” na instalação de Isfahan.

Imagens de 13JUN2025 do Complexo de Enriquecimento de Natanz após o ataque dos F-16I da IAF. Foto: Airbus Defense and Space.
Imagens de 13JUN2025 do Complexo de Enriquecimento de Natanz após o ataque dos F-16I da IAF. Foto: Airbus Defense and Space.

Apesar de avançar significativamente em seu enriquecimento de urânio, o Irã afirmou repetidamente que seu programa nuclear tem fins pacíficos e negou estar desenvolvendo uma bomba atômica.

Próximos episódios

O inédito confronto aberto entre Irã e Israel não é uma surpresa, mas acontece em um momento muito tenso para o Oriente Médio, com a Guerra na Faixa de Gaza, as tensões ao redor na Síria, Iraque, Iêmen e, claro, todas as questões que envolvem a Região após da II Grande Guerra. A tensão está no ar que se respira por lá. Some-se a isto a Guerra na Ucrânia, onde OTAN, EUA e Rússia estão em um impasse, e as questões da China no Indo-pacífico, que envolvem aliados dos EUA, como Taiwan, Japão e Austrália e a recente guerra Indo-Paquistanesa, e temos uma previsão de uma tempestade perfeita. Isto que nem somamos outras questões belicosas na África e América do Sul.

O que vai acontecer é algo imprevisível. Uma escalada? Ou apenas ataques preventivos? A entrada de outros atores do Oreinte Médio? Participação de membros da OTAN após alguma ação do Irã ou seus aliados? Atentados terroristas? O tempo nos dirá. Mas o fato é que Israel não parece estar interessado em refutar. Ele quer destruir a infraestrutura militar e nuclear do Irã, que, por sua vez, quer aniquilar Israel. Novos e lamentáveis capítulos deverão ser escritos em breve.

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