Israel não irá autorizar o envio de armas a Ucrânia. Com a tensão subindo ao longo da fronteira da Ucraniana, países do báltico como Estônia, Letônia e Lituânia anunciaram que receberam permissão do US DoD para transferir armas fabricadas nos Estados Unidos para a Ucrânia, como parte de um esforço para apoiar o Governo de Kiev, diante de uma potencial invasão russa. Porém, se um pedido similar foi feito para Israel, o Ministério da Defesa Israelense já enviou uma mensagem clara às três nações bálticas de que o mesmo será negado.
Portanto, tire qualquer armamento fabricado em Israel da potencial lista de apoio a Ucrânia. Desde desembro, quando os primeiros impasses na frontera Rússia-Ucrânia se agravaram, Israel já havia se mostrado a favor da neutralidade, algo até certo ponto inédito, uma vez que a forte indústria de defesa israelense poderia ser beneficiada. A negação é simples e é motivada pela necessidade de Israel equilibrar suas relações com a Rússia. As relações Israel-Ucrânia são ofuscadas pelo interesse israelense em manter um bom canal com o Kremlin, necessário para permitir que Israel opere na Síria contra carregamentos de sistemas de armas fabricados pelo Irã a caminho do grupo terrorista Hezbollah no Líbano. É um jogo delicado de interesses.
Assim como os EUA, Israel impõe regulamentações rígidas de “usuário final” para armas vendidas no exterior, que restringem legalmente a capacidade do país comprador de enviar o equipamento para um terceiro país, sem a permissão do fabricante original. O movimento preventivo de Israel foi impulsionado pela crença de que a Ucrânia tentaria colocar as mãos no míssil anti-blindados Rafael Spike.
Todo tipo de intervenção indireta nesta crise pode prejudicar as relações especiais entre Jerusalém e Moscou. Esta é a análise de vários setores ligados a cena política e de relações exteriores de Israel. “Tudo o que tem a menor conexão com a situação nesta parte do mundo deve envolver uma consideração de alto nível das possíveis implicações e consequências futuras”, disse Eldad Shavit, pesquisador sênior do Instituto Israelense de Estudos de Segurança Nacional (INSS).
Um porta-voz do MoD da Letônia disse que “A Letônia não planeja enviar para a Ucrânia nenhuma arma produzida por Israel”. O Ministério da Defesa lituano observou que eles mantêm conversas “regulares” com Israel, e estão cientes da posição israelita. Outros países Bálticos evitaram comentar a situação.
Embora Israel mantenha relações políticas com a Ucrânia, não vendeu nenhuma arma ao país na última década. Mas através da Eurospike GmbH, uma joint venture entre a israelense Rafael e as alemãs Diehl Defense e Rheinmetall, foram feitas vendas diretas do míssil Spike a todas as três nações bálticas. A Estônia e a Lituânia atualmente operam a variante Spike LR, enquanto a Letônia opera as variantes LR, LR2, ER e SR. Em 20 de janeiro, a EuroSpike anunciou que os militares estonianos fizeram um novo pedido de mísseis Spike SR, incluindo mísseis de treinamento.
Enquanto isso, os russos estão enviando sinais indiretos a Israel, com o anúncio de patrulhas conjuntas com a Força Aérea Síria, algumas perto da fronteira de Israel. Caças da Força Aérea Russa participaram de voos de reconhecimento perto das Colinas de Golã em meados de janeiro e, de acordo com um anúncio do Ministério da Defesa de Moscou, esses voos “continuarão regularmente”. De acordo com o Ministério da Defesa Russo, entre as aeronaves utilizadas estavam o caça Sukhoi 35 e a aeronaves AEW A-50 AEW, além dos MiG-23 e MiG-29 sírios.
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