Israel está auxiliando a Arábia Saudita na compra dos Typhoons. Em uma mudança significativa na política internacional, a Alemanha está mudando a sua posição em relação às vendas de armas à Arábia Saudita, particularmente, à venda de novos Eurofighter Typhoon. Esta mudança intrigante foi parcialmente atribuído ao papel fundamental que a Arábia Saudita vem fazendo na garantia da segurança de Israel.
Em 7 de janeiro, a Ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, informou o mundo da disponibilidade da Alemanha para autorizar a venda de jatos Eurofigter Typhoon à Arábia Saudita.
Alemanha, Grã-Bretanha, Itália e Espanha — os países que forma o consórcio Eurofighter, tem cada um o poder de vetar a venda da aeronave, se necessário. E era o que a Alemanha vinha fazendo até então. Vetar a venda de novos Eurofighter da Royal Saudi Air Force (RSAF). Berlim vinha tomando uma posição forte e consistente desde 2018, motivada pela preocupação da Alemanha com o inquietante assassinato do jornalista Jamal Khashoggi no consulado saudita em Istambul. Em suma, questões direitos humanos em meio a uma ditadura monárquica, que poderiam criar mais problemas regionais, como a intervenção da Arábia Saudita no Iêmen.
Desde então, as exportações de armas para a Arábia Saudita continuam a ser um tema de debate acalorado. Em julho de 2023, o chanceler Olaf Scholz declarou a desaprovação de seu governo de quaisquer exportações previsíveis de Eurofighter para a Arábia Saudita. Com poder de veto, a Alemanha impediu uma proposta de venda britânica de 48 Eurofighter Typhoons adicionais para a Arábia Saudita.
A resistência da Alemanha a este acordo estimulou a Arábia Saudita a negociar com a Dassault Aviation para adquirir caças Rafale da França, deixando claro que no mundo dos negócios e dinheiro fala mais alto. A perda de receita fez aparentemente a Ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha sugerir uma potencial mudança na posição linha-dura de Berlim, com a possibilidade de aprovar a venda do Eurofighter. Mas não é só isto. Além da perda de receita, e, portanto, pressão dos demais países, existe uma questão diplomática.
Baerbock, durante a sua recente viagem diplomática a Israel, lançou luz sobre o papel instrumental da Arábia Saudita na abordagem da atual crise de segurança na região do Médio Oriente, especialmente pós o preocupante conflito Israel-Hamas que começou em 7 de outubro. Ela reconheceu que a Arábia Saudita e Israel permaneceram firmes no seu compromisso de aliviar as tensões, não obstante o cenário de conflito. Parte desta mudança vem da diplomacia israelense, que tem intercedido pró Arábia Saudita.
Destacando o papel significativo da Arábia Saudita na salvaguarda da segurança de Israel, Baerbock saudou os esforços persistentes do reino para conter as ameaças de um potencial surto regional. Ela exaltou as ações proativas da Arábia Saudita na interceptação de projéteis disparados pelos Houthis contra Israel, acrescentando que, para fazê-lo, utilizou abertamente jatos Typhoon da RSAF.
Descrevendo-o como um “segredo aberto”, Baerbock chamou a atenção para como a implantação dos jatos Eurofighter em Riade simboliza o seu compromisso em promover um futuro mais pacífico na região do Médio Oriente. Isto vai mais além, pois muitos afirmam que a venda de Typhoons e armas a Arábia Saudita, poderá auxiliar a região a se proteger do Irã.
Seja como for, esta nova possibilidade é boa para a indústria europeia, leia-se Airbus, BAE Systems, Leonardo e demais empresas do consórcio ou que trabalham para ele, pois garantiria um bom contrato e, também, futuros contrato de pós-venda, suprimentos e aramentos. A RSAF comprou 72 unidades e hoje possui cerca de 70 em serviço, almejando ter mais 48 e modernizar as demais.
@CAS