Israel ataca instalações militares no Irã. O ataque de drones israelenses realizado ontem (29/01), às instalações militares de Isfahan, aproximadamente 340 km ao sul de Teerã, no Irã, foi comemorado como “um grande sucesso”, apesar dos desmentidos das autoridades iranianas. As informações são da mídia israelense e norte-americana, que creditam à agentes do Mossad, as Forças Especiais de Israel, a autoria das operações.
Informações divulgadas nas redes sociais citaram que foram percebidas pelo menos quatro grandes explosões na fábrica de armamentos iraniana, contrariando as informações oficiais de Teerã qque foram “pequenos danos no telhado do prédio”.
Não houve reivindicação imediata da autoria dos ataques, que ocorrem em meio ao aumento das tensões de Teerã com o Ocidente, especialmente sobre o impulso nas sua atividades nucleares, pelo fornecimento de armas para a Rússia combater na Ucrânia, além das enormes manifestações sociais contra o atual governo.
O ministro das Relações Exteriores do Irã classificou o ataque como uma ação “covarde” que visa criar “insegurança” no Irã. Seu ministério disse que a explosão causou pequenos danos materiais e nenhuma vítima, apesar da situação não ser confirmada de forma independente.
Pouco tempo depois das declarações do ministro, o governo intensificou suas ameaças contra Israel, que não se manifestou. Apesar disso, a maioria das fontes de inteligência ocidentais e iranianas creditaram ao Mossad os ataques, classificados com similares aos ocorridos em julho de 2020 e abril de 2021 contra duas instalações nucleares de Natanz, além de outra em junho de 2021 em Karaj, além da destruição de mais de 120 drones iranianos em fevereiro de 2022.
Acredita-se que poucas organizações, além do Mossad, possuam tamanha capacidade para realizar ataques cirúrgicos como os realizados nestas operações. Foram utilizados diversos drones de grande porte com quantidades significativas de explosivos, que atingiram os alvos com precisão.
Classificar os ataques como falhos e sem danos importantes é um hábito antigo de Teerã, que são desmentidos quando imagens de satélites e outras evidências apresentam publicamente as reais extensões dessas operações.
Ainda não está claro se as instalações atingidas estão relacionadas apenas à guerra convencional ou podem estar produzindo artefatos nucleares para uso em mísseis balísticos ou explosivos. As instalações de Isfahan tem sido usado intermitentemente para atividades nucleares e convencionais.
O Irã havia informado anteriormente à AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) que algumas atividades nucleares realizadas em Karaj, até junho de 2021, foram transferidas para Isfahan. A reportagem do WSJ observou que havia uma instalação aeroespacial nas proximidades, que também poderia estar sendo utilizxada para lançamentos espaciais e armas nucleares.
Especulações sobre as operações trazem dúvidas se os ataques visavam atrasar o programa avançado de drones do Irã ou um eventual desenvolvimento de mísseis hipersônicos produzidos com a ajuda dos russos. Especialistas chamam a atenção que essas avançadas armas de altíssima velocidade poderiam penetrar todas as defesas aéreas de Israel.
Foi levantada a hipótese de que os EUA e a CIA poderiam estar envolvidos nesses ataques foi trazia à tona por especialistas. Isso porque as forças armadas norte-americanas e israelense realizaram uma semana de exercícios militares em torno de diversos alvos simulados, como o Irã, por exemplo. Além disso, a visita do diretor da CIA, William Burns, à Israel, pouco antes do ataque, era uma evidência da necessidade de uma reunião pessoal com o chefe do Mossad para preparar a operação.
Os EUA tem adotado um tom mais severo com o Irã desde o fornecimento de drones à Rússia, na guerra com a Ucrânia, e do recente fracasso em retornar ao acordo nuclear de 2015 com os líderes de Teerã.
Fonte: TJP
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