Israel afirma que F-35I pode chegar ao Irã sem reabastecimento em voo. Os militares israelenses estão aumentando suas capacidades para um futuro ataque contra as instalações nucleares no Irã. As tensões em torno do programa nuclear estão sendo exacerbadas a cada dia, depois que Teerã disse que removerá as 27 câmeras de vigilância da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) de suas instalações nucleares, impedindo que os inspetores internacionais possam monitorar o trabalho de enriquecimento de urânio no país.
Um desses projetos militares israelenses envolve os caças de quinta geração F-35I Adir, da Força Aérea de Israel (IAF). De acordo com informações, agora os jatos poderão voar das suas bases no país e atacar alvos no Irã, sem a necessidade de reabastecimento em voo (REVO). Sem muitos detalhes, esse projeto pode estar relacionado em relatórios do ano passado, nos quais a IAF trabalhava em novos tanques de combustível externos furtivos para a sua frota de F-35I.
A IAF foi a primeira operadora de F-35 a solicitar tanques de combustível externos no início do programa JSF. Relatórios de 2021 mencionaram que o Centro de Testes de Voo da IAF (FTC), sediado na Base Aérea de Tel-Nof, estava desenvolvendo os tanques externos para os Adir completar missões de longo alcance contra objetivos iranianos, sem a necessidade de reabastecimento aéreo.
De acordo com as informações, os novos tanques de combustível externos não deveriam afetar muito a furtividade do F-35, o que seria conseguido através do formato do dispositivo e dos materiais escolhidos.
Seria semelhante ao projeto aos novos Low Drag Tank and Pylon (LDTP) dos caças F-22 Raptor, projetado para ser mais furtivo e aerodinamicamente mais eficiente do que os atuais tanques de combustível de 600 galões. O projeto pretendia oferecer maior persistência e alcance, mantendo a letalidade e a capacidade de sobrevivência, reduzindo o arrasto e facilitando o voo supersônico com os tanques externos.
O F-35I Adir é a versão israelense do modelo F-35A padrão, o qual tem uma capacidade de combustível nos seus tanques internos de aproximadamente 18.500 lb (8.400 kg), um alcance não classificado de 1.187 nm (2.200 km), com um raio de combate aproximado de 594 nm (1.100 km).
Para preservar a furtividade do caça, o seu combustível está contido em vários tanques dentro das asas e na fuselagem. Com os dois tanques de 600 galões sob suas asas, o F-35I teria a sua capacidade total de combustível em aproximadamente 40%, pois cada tanque levaria cerca de 4.000 libras de combustível, totalizando mais de 26.500 libras.
Além das capacidade de de alcance estendido sem REVO, a IAF teria integrado recentemente uma nova bomba de uma tonelada ao arsenal de armas usadas pelo Adir, que podem ser transportadas nos compartimentos internos de armas do caça. Segundo o The Jerusalem Post, a bomba é fabricada pela Rafael, e seria autônoma e protegida contra interferências e sistemas de guerra eletrônica.
Alguns anos atrás surgiram relatos que o F-35I Adir receberia uma bomba guiada Rafael Spice EO/GPS e o míssil de cruzeiro Delilah controlado por man-in-the-loop da Israel Military Industries. Em 2018, a Lockheed Martin e a Rafael Advanced Defense Systems até assinaram um memorando de entendimento (MOU) para avaliar os mercados potenciais e os requisitos dos clientes para os kits de orientação de armas inteligentes.
O MOU abrangia as variantes Spice 1000 (classe de peso de 453 kg / 1.000 libras) e a Spice 2000 (classe de peso de 907 kg / 2.000 libras), com distâncias de 100 km e 60 km, respectivamente. O kit de orientação Spice é resistente aos bloqueios de GPS, o que está de acordo com os detalhes fornecidos pelo The Jerusalem Post, possivelmente relacionando à Spice 2000 de 1 tonelada.
As alegações seguem os recentes exercícios em grande escala que simulam ataques contra o Irã realizados no mês passado. De acordo com um comunicado das Forças de Defesa de Israel, os exercícios incluíram “voo de longo alcance, reabastecimento em voo e ataque a alvos distantes”. Alegadamente, mais de 100 aeronaves participaram do exercício noturno de ataque de longo alcance de 10.000 quilômetros, com os jatos circulando Chipre e, em seguida, realizando ataques aéreos simulados em Israel.
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