Irã usa os seus F-4 Phantom II para ataques navais. Atualmente a Força Aérea da República Islâmica do Irã (IRIAF – Islamic Republic of Iran Air Force) tem na sua frota de jatos F-4E Phantom II, uma das suas principais linhas de defesa. Juntamente com os caças F-14 e MiG-29, F-5 , Su-24 entre outros, além de baterias de mísseis superfície-ar para proteção do seu espaço aéreo contra aeronaves inimigas, os Phantom iranianos têm um papel relevante em missões de ataque.
Entre as missões destinadas aos F-4E da IRIAF, estão ataques convencionais a alvos terrestres, conforme demonstrado em operações contra militantes do Estado Islâmico baseados no Iraque, além de ataques às embarcações no Golfo Pérsico, uma capacidade fundamental para os jatos.
Embora o Irã dependa fortemente de seu arsenal de mísseis balísticos para atingir instalações militares inimigas no Oriente Médio, em caso de eventual conflito, um arsenal crescente de mísseis de cruzeiro foi desenvolvido. Eles são capazes de neutralizar os navios de guerra e porta-aviões inimigos, antes que eles possam lançar ataques contra o país a partir de posições marítimas.
Neste contexto, os F-4 Phantom da IRIAF são armados com o munições para ataques navais, como os mísseis anti-navio Ghader (Qader), capaz de voar até 200 km e Nasr com alcance de 35 km.
As Forças Armadas iranianas estudaram extensivamente as operações dos grupos de ataque de porta-aviões da Marinha dos Estados Unidos, e a sua frota de barcos de ataque e submarinos de origem russa e norte-coreana, são essenciais para manter embarcações ocidentais hostis afastadas.
Os militares iranianos também contam com a China para desenvolver vários sistemas de mísseis anti-navio de última geração. Os mísseis de cruzeiro projetados pela China, são construídos no Irã sob designações indígenas, da mesma forma que o país mudou o nome de mísseis balísticos norte-coreanos fabricados internamente. O míssil de cruzeiro anti-navio Nasr, por exemplo, é um derivado direto do C-704 chinês. Com um alcance de 35 km e a capacidade de se aproximar de navios de guerra inimigos em altitudes muito baixas, os caças F-4 iranianos foram modificados para comportar essas munições.
Cada Phantom pode lançar vários mísseis de pontos avançados da costa iraniana, devido a sua boa autonomia. Um grande número de F-4E armados para uma função de ataque marítimo pode representar uma ameaça significativa aos navios inimigos. O alto desempenho dos mísseis compensa as deficiências de desempenho dos antigos F-4 iranianos.
Em complemento aos Nasr, um segundo míssil de cruzeiro anti-navio foi fabricado localmente para o Phantom. O míssil de médio alcance Ghader, derivado do chinês C-802, é capaz de atingir alvos a cerca de 200 quilômetros de distância.
Para driblar as capacidades de sobrevivência obsoletas dos Phantoms, além da ampliação das áreas marítimas restritas do Irã, esses mísseis tiveram o seu alcance e capacidade significativamente melhorados. O Irã modernizou as tecnologias anti-bloqueio desses dois mísseis chineses, melhorando a sua eficiência ao operar contra adversários com capacidades avançadas de guerra eletrônica.
O F-4 é a principal plataforma de lançamento para esses dois mísseis e, viajando em grandes altitudes e em velocidades acima de Mach 2, a aeronave pode transmitir uma energia cinética considerável durante os lançamentos. Com dezenas de Phantoms em serviço, eles fornecem um complemento altamente eficaz para os outros sistemas de proteção marítima para o Irã.
Entre as décadas de 1960 e 1970, a então Força Aérea Imperial Iraniana recebeu dos EUA cerca de 225 Phantoms, das versões F-4D, F-4E e RF-4E. Acredita que atualmente cerca de 60 F-4 ainda estejam em operação na IRIAF, com muitas modificações realizadas localmente.
Fonte: FJW
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