Irã: teste nuclear ou terremoto? Na noite de 5 de outubro de 2024, um evento sísmico na província de Semnan, no Irã, chamou a tenção do mundo e desencadeou uma onda de especulações. Este evento, de magnitude de 4,6 na escala Richter, levou a discussões, rumores e dúvidas sobre o que ocorreu: foi um teste nuclear subterrâneo conduzido pelo Irã ou apenas um terremoto.
O terremoto ocorreu em Aradan, na província de Semnan, com seu epicentro a meros 10 quilômetros abaixo da superfície, o que é relativamente raso para atividades sísmicas dessa natureza, o que gerou especulações de ser um teste nuclear, ainda mais diante das tensões geopolíticas envolvendo o Irã, alimentaram a especulação.
Imediatamente após o evento, as mídias sociais já estavam ligando essa atividade sísmica a potenciais testes nucleares. Alguns apontaram para a proximidade do epicentro do terremoto às instalações nucleares conhecidas no Irã. A especulação foi ainda mais alimentada pelos conflitos e tensões em andamento entre o Irã e Israel, com muitos usuários sugerindo que isso poderia ser um teste nuclear secreto para mostrar as capacidades militares do Irã.
O Irã quer varrer Israel do mapa e para isto financia grupos terroristas como o Hamas e o Hezbollah. O ataque ao território israelense em 1 de outubro, com mísseis balísticos pelo Irã, criou ainda mais tensões entre os dois países. Um resposta de Israel é esperada, ao passo que o Irã promete revidar a altura qualquer ataque.
Testes nucleares subterrâneos, especialmente na escala sugerida pela atividade sísmica, são tecnicamente possíveis, mas exigiriam uma prévia preparação significativa. Não poderia ser montado de uma semana para outra. Sendo assim, se for um teste, ele estaria sendo elaborado há semanas.
Os locais nucleares conhecidos do Irã, como Natanz, foram fortificados e estão profundamente alocados no subsolo, indicando ter capacidade para tais atividades. No entanto, a profundidade deste evento em particular e sua magnitude deixariam uma perturbação no solo visíveis na superfície. Outro ponto: o deserto de Kavir, uma região vasta e aberta perto de Semnan, raramente sofre terremotos.
Por outro lado, o Irã fica em cima de grandes falhas geológicas, o que o torna um dos países mais propensos a terremotos. Portanto, a atividade sísmica natural não é incomum. Além disto, nenhuma precipitação radioativa ou outros sinais tipicamente associados a um teste nuclear foram relatados. Também não houve nenhuma manifestação ou confirmação do Irã, ou mesmo da comunidade internacional, sobre um teste nuclear em solo iraniano.
No geral, a questão se o Irã conduziu um teste nuclear subterrâneo na noite de sábado continua sem resposta por evidências concretas. No entanto, este incidente ressalta as preocupações contínuas sobre as capacidades nucleares do Irã.
Uma declaração do General Amir-Ali feita em setembro: “Em breve colocaremos sobre a mesa algo mais do que drones, mísseis e tecnologia nuclear, que mudará todas as equações”, cria mais especulação. O General Hajizadeh é conhecido pelas suas declarações ousadas e arrogantes, mas isto coincidiu com o sermão de sexta-feira (4/10) do Aiatolá Khamenei, no qual ele se referiu a um acontecimento milagroso que trará uma nova “Batalha de Khaybar”. A Batalha de Khaybar (غَزْوَة خَيْبَر) foi um confronto armado entre os primeiros muçulmanos e a comunidade judaica de Khaybar em 628 d.C.
Curiosamente, estas declarações, ocorreram horas antes de uma estação sísmica na Armênia detectar um evento de magnitude 4,6 no Irã na noite de sábado. Pesquisadores armênios notaram a ausência de uma onda de compressão, indicando que o evento foi mais provavelmente uma explosão do que um terremoto.
@CAS