Irã ameaça bases militares dos EUA na região em meio a um impasse sobre o seu programa nuclear. O Irã está alertando seus vizinhos de que as instalações militares dos EUA sediadas em seus territórios poderão ser alvos de ataque, à medida que as tensões aumentam devido às negociações nucleares paralisadas.
De acordo com a agência Reuters, uma alta autoridade iraniana falando sob anonimato, os avisos foram enviados ao Iraque, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Catar, Turquia e Bahrein, onde o Irã afirma que qualquer apoio a um ataque dos EUA contra seu território, incluindo o uso de seu espaço aéreo, seria considerado um ato de hostilidade.
Segundo a fonte, Teerã está resistindo a negociações diretas com Washington, mas permanece aberta às conversas negociadas através de Omã. De acordo com o oficial iraniano, mensagens indiretas oferecem uma maneira de avaliar a seriedade das intenções políticas de Washington. No entanto, o caminho a seguir pode ser “rochoso”, e o Irã só poderia considerar as negociações se os Estados Unidos sinalizassem positivamente às suas propostas.
O oficial também confirmou que o Líder Supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, ordenou que as forças armadas do país estivessem em um nível mais alto de prontidão em meio ao impasse crescente. A medida ocorre semanas após o presidente Donald Trump revelar que enviou uma mensagem a Khamenei propondo negociações sobre o programa nuclear do Irã, onde apresentou claramente o caminho diplomático e as consequências caso o país rejeite a proposta.
O Irã continuou a desenvolver seu programa nuclear apesar da pressão crescente. Avaliações de inteligência ocidentais sugerem que Teerã aumentou a atividade de enriquecimento de urânio, ao mesmo tempo em que expandiu as capacidades de mísseis balísticos pela região.
O aviso do Irã aos seus vizinhos segue uma mudança mais ampla em sua estratégia de mensagens, com autoridades sinalizando que qualquer envolvimento militar não seria limitado apenas aos ativos dos EUA. “Aqueles que hospedam bases americanas devem considerar os riscos”, disse a autoridade à Reuters.
Embora o governo Biden tenha apoiado anteriormente a diplomacia multilateral no Plano de Ação Global Conjunto (JCPOA) de 2015, o governo Trump assumiu uma posição diferente, exigindo um acordo mais abrangente. O clima atual deixa pouco espaço para ambiguidade
Com as negociações indiretas penduradas por um fio e a postura militar de ambos os lados, a região do Golfo pode estar entrando em um novo período de alerta elevado para conflitos.
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