“IA pode ser chave para os EUA obter superioridade tecnológica sobre a China” disse o Secretário da USAF. A China acredita que será capaz de invadir Taiwan até 2027 e para isso desenvolveu vantagens tecnológicas em muitas áreas importantes, mas será a Inteligência Artificial (IA) que poderá ser decisiva neste eventual conflito. A informação foi dita pelo Secretário da USAF, Frank Kendall, em 29 de outubro, na Reunião Anual do Microelectronics Commons e Simpósio do NSTC, realizada em Washington, DC.
O Secretário Kendall reiterou a sua gestão será marcado pela reiterada mensagem de que “a China cresceu em capacidade, eliminando as vantagens militares dos EUA e, agora, representa uma ameaça iminente.”
O presidente chinês Xi Jinping disse a seus militares para “estarem prontos até 2027 para tomar Taiwan e derrotar os Estados Unidos em caso de intervenção”, disse Kendall. “Eles estão trabalhando muito duro para atingir essa meta. Não tenho ideia do que Xi Jinping fará em 2027, mas tenho certeza de que seus militares dirão a ele que estão prontos, e estaremos em um período de risco muito maior.”
Esse risco, disse Kendall, é aumentado pelo fato de que a China projetou suas forças para enfraquecer “ativos de alto valor americanos” — satélites, importantes bases militares, porta-aviões e navios, Bases Aéreas, áreas de Comando e Controle e logísticas — e abandonou sua estrutura de força “grande e relativamente primitiva” centrada em um grande exército permanente.
Além disso, os chineses investiram em tecnologia avançada — e roubaram propriedade intelectual dos EUA. Como resultado, disse Kendall, eles agora têm uma vantagem em mísseis de cruzeiro, armas hipersônicas e estão trabalhando para construir uma rede de satélites, sistemas avançados e automatizados de gerenciamento de batalha.
Além disso, “eles estão alcançando distâncias cada vez maiores para tentar atacar ativos como nossos petroleiros, por exemplo, ou nossas aeronaves de comando e controle que tradicionalmente operam fora do alcance das ameaças”, disse o secretário. Agora, os EUA e a China estão em “uma corrida pela superioridade tecnológica” em vez de uma “corrida armamentista clássica… onde estamos tentando construir mais navios de guerra do que eles”.
Kendall disse que a microeletrônica é “a tecnologia habilitadora para todos os tipos de avanços que estamos fazendo. Há pessoas que disseram que … a competição de IA vai essencialmente determinar quem é o vencedor no próximo campo de batalha. Não acho que isso esteja tão distante.”
Mas em vez de usar IA como um “chavão genérico”, Kendall pensa em “aplicações específicas” às quais ela pode ser aplicada, como reconhecimento de padrões, automação, tomada de decisão e funções de suporte. “Os campos de batalha da Europa … e até certo ponto, no Oriente Médio” estão provando que essas aplicações estão “mudando o caráter da guerra”, disse ele.
Talvez a aplicação de IA de maior destaque na USAF esteja em seu programa de Aeronaves de Combate Colaborativas. Em maio, Kendall voou no X-62 VISTA, equipado para testar a IA em combate aéreo (dogfighting). O computador a bordo recebeu uma situação e voou contra adversários (aviões) tripulados .
“Nós … fizemos isso com vários contratantes e versões do software diferentes, e funcionou muito bem. O programa CCA está avançando muito rápido e exigirá bilhões de dólares que dependem da microeletrônica”, disse Kendall.
Na mesa junto com Kendall estava Arati Prabhakar, do Escritório de Ciência e Tecnologia da Casa Branca. Ele comparou a revolução da IA à iniciativa de furtividade do ex-secretário de Defesa, William Perry, ao Sistema de Posicionamento Global, entre outras “capacidades transformacionais” na década de 1970.
“Na época, [Perry] testemunhou perante o Congresso e disse: ‘se fizermos isso, nos dará uma vantagem de 40 anos, porque ninguém mais tem acesso a essas tecnologias’. Bem, 40 anos se passaram e ele estava certo, mas não vamos conseguir avançar tanto em capacidade no próximo passo, porque por mais rápido e duro que estejamos correndo, não estamos sozinhos do desenvolvimento de tecnologia avançada”, disse Prabhaka, salientando que “a pesquisa inovadora é importante, mas ainda mais é mais vital ter a capacidade de colocá-la em produção e uso”.
“Você precisa de maneiras de traduzir ideias em realidade o mais rápido possível”, complementou Kendall.
@FFO