Helicópteros da US Navy afundam lanchas houthis no Mar Vermelho. O Comando Central Militar dos Estados Unidos (CENTCOM) informou que helicópteros da US Navy afundaram três pequenos barcos com militantes do grupo terrorista Houthi no Mar Vermelho. A ação ocorreu durante uma tentativa de sequestro de um navio porta-contêineres que transitava na região.
O navio porta-contêineres dinamarquês “Maersk Hangzhou”, com bandeira de Cingapura, emitiu o seu segundo pedido de socorro, depois de ser atingido por um míssil. Por volta das 06h30 (horário local) de domingo (31/12), a tripulação informou que piratas estavam em quatro lanchas rápidas disparando e tentando subir no navio. Uma equipe de segurança privada contratada pelo operador do porta-contêineres respondeu ao fogo, retardando a invasão dos houthis.
De acordo com o especialista Babak Taghvaae, o porta-aviões USS Eisenhower (CVN-69) da US Navy enviou helicópteros MH-60S Seahawks armados com mísseis AGM-114 Hellfire para atender ao pedido de socorro do “Maersk Hangzhou”.
Conforme o CENTCOM, inicialmente foram emitidos alertas verbais para que os pequenos barcos se afastassem da área, entretanto os terroristas começaram a disparar contra os helicópteros norte-americanos. “Em defesa, os helicópteros da Marinha dos EUA responderam ao fogo, tendo afundando três dos quatro pequenos barcos, matando as tripulações. O quarto barco fugiu da área. Não houve danos ao pessoal ou equipamento dos EUA”, disse o comunicado.
Na noite anterior (30/12), o Destróier USS Gravely (DDG-107) da USN abateu dois mísseis balísticos antinavio disparados do Iêmen, em apoio a um pedido de ajuda do “Maersk Hangzhou”, disse o CENTCOM. O navio porta-contêineres informou que havia sido atingido por um míssil, mas ainda estava em condições de navegar e sem feridos à bordo. Os mísseis foram lançados de território controlado pelos rebeldes Houthis, apoiados pelo Irã, disse o CENTCOM.
Desde 19 de outubro, foi o 23º ataque dos Houthis à navios estrangeiros que cruzam a importante rota marítima internacional do Mar Vermelho. De acordo com os líderes houthis, essas ações são em “apoio aos palestinos de Gaza, que são afetados pelo combate de Israel contra o grupo terrorista Hamas”.
Os ataques dos rebeldes houthis do Iêmen, estão pondo em risco uma das mais importantes rotas marítimas do mundo, por onde passa aproximadamente 12 por cento do comércio global de cargas. Isto levou os Estados Unidos a criar uma força-tarefa naval multinacional para proteger a navegação no Mar Vermelho.
O Estreito de Bab el-Mandeb liga o Golfo de Aden ao Mar Vermelho e depois ao Canal de Suez, é uma rota comercial crucial liga os mercados da Ásia e da Europa. A gravidade dos ataques levou várias companhias marítimas a ordenar aos seus navios não entrassem no estreito até que a situação de segurança melhorasse. Algumas grandes empresas orientaram seus navios para contornar a África e o Cabo da Boa Esperança, aumentando o tempo e os custos das viagens.
Para tentar resolver o problema, os EUA iniciaram a Operação Prosperity Guardian, uma força internacional de proteção marítima para os navios que transitam no Mar Vermelho. A empresa de navegação Maersk, que havia alterado a sua rota, anunciou na semana passada que voltaria a utilizar o Mar Vermelho com o apoio dos navios de guerra de proteção.
Desde que a Operação Prosperity Guardian foi anunciada pelos EUA, há pouco mais de 10 dias, 1.200 navios mercantes passaram pela região do Mar Vermelho e nenhum foi atingido por ataques de drones ou mísseis, disse o vice-almirante Brad Cooper, comandante das forças navais dos EUA no Oriente Médio, em entrevista à Associated Press, antes do incidente de sábado.
Espera-se que mais países integrem a Operação Prosperity Guardian. A Dinamarca foi a última a anunciar na sexta-feira (29/12), que pretende enviar uma fragata para a região. Atualmente existem cinco navios de guerra dos Estados Unidos, França e Reino Unido patrulhando as águas do sul do Mar Vermelho e do oeste do Golfo de Aden, disse Cooper. “Desde o início da operação, os navios abateram um total de 17 drones e quatro mísseis balísticos antinavio”, disse o Oficial.
Cooper disse que a coalizão está em comunicação direta com navios comerciais para fornecer orientação sobre “manobras e as melhores práticas para evitar ataques e que trabalham em estreita colaboração com a indústria naval para coordenar a segurança”.
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