Hawk T2 é questionado pelo Comitê de Defesa do UK. O membro do Comitê de Defesa da Câmara dos Comuns do Reino Unido, John Spellar, investigou a afirmação dos representantes da indústria britânica, que os pilotos da RAF estão obtendo um equilíbrio razoável entre treinamento de aeronaves reais e virtuais.
Atualmente, os pilotos da RAF passam por um regime de treinamento misto, usando aeronaves de treinamento BAE Systems Hawk T2 — de 40 anos para o voo real, e simuladores de treinamento sintético Ab-initio, de última geração.
“Acho que o que vimos foi uma transformação completa no treinamento de voo em termos do equilíbrio entre voo real e sintético”, afirmou Simon Barnes, diretor-gerente daa BAE Systems. “Portanto, Hawk está cumprindo um papel muito importante no momento, mas estamos pensando em como treinar as pessoas do futuro”.
Em contraste, Spellar sugeriu que o Reino Unido “perdeu uma grande oportunidade” na construção de uma futura aeronave de treinamento, acrescentando que tanto “a BAE Systems, quanto a RAF podem pensar que tudo isso será feito em treinamento virtual, mas essa não parece ser uma visão compartilhada pelas forças aéreas de todo o mundo”.
Em última análise, o duro questionamento do Comitê do Reino Unido decorre de sua preocupação de que quando o Hawk T2 se aproximar do fim do seu ciclo de vida, a RAF ficará uma aeronave capaz de formar a próxima geração de pilotos adequadamente. Muitos defendem que a RAF devia olhar com bons olhos o T-7A.
Embora o ciclo de vida do Hawk acabe em 2040, existe a preocupação de que uma potencial lacuna tecnológica o tornará obsoleto para o treinamento no mundo real e, que o treinamento sintético, não poderá suprir.
Ao todo, 800 variantes de aeronaves Hawk foram entregues e exportadas para Abu Dhabi, Dubai, Finlândia, Indonésia, Quênia, Malásia, Omã, Arábia Saudita, Coreia do Sul, Suíça, EUA e Zimbábue.
No entanto, a RAF compartilha dos sentimentos da BAE quando se trata de treinamento sintético. O porta-voz da RAF, Wing Commander Martin Tinworth, disse à “ele é agora parte integrante do treinamento de cada piloto e da eficácia de combate e oferece uma variedade de benefícios, incluindo eficiência, segurança, considerações ambientais e emulação realista de ameaças. No caso do Hawk, diferentes frotas de diferentes países usam o simulador. No entanto, o voo real continua a ser um requisito para todas as frotas”, acrescentou Tinworth.
“Os simuladores no passado eram ‘autônomos’ para cada tipo de aeronave, no entanto, agora a RAF está na vanguarda da transformação para criar redes de Treinamento de Integração Sintética Distribuída no Multi-Domínio, através da capacidade Gladiator e do Centro de Treinamento Air Battlespace, que permitem exercícios multinacionais realistas de grandes forças no ambiente sintético. Qual será essa combinação [de treinamento ao vivo e sintético] será muito importante.”
Simon Barnes, diretor administrativo do grupo aéreo, BAE Systems, observou da mesma forma que “isso nos dá uma excelente visão de como é o treinamento atual, como será o treinamento futuro da sexta geração. O equilíbrio entre o vivo e o sintético será algo na mente de todos. O ambiente sintético oferece uma grande capacidade de proteger informações e repetir coisas com baixo custo. Sempre haverá um componente de vôo no treinamento, isso é absolutamente crítico. Qual será essa combinação será muito importante”.
O fato é que existe uma dúvida real e razoável sobre a capacidade da eficácia da dupla Hawk/simulador diante dos desafios atuais de formar aviadores capazes de voar e combater o atual cenário operacional. Se para alguns é possível, para muitos é necessário um novo treinador, sob pena do Hawk T2 não conseguir cumpir seu papel.
@CAS