Grupo Palestine Action vandaliza dois Voyagers da RAF. Duas aeronaves da Royal air Force (RAF) estacionadas no pátio da Base Aérea de Brize Norton foram danificadas na quarta-feira (18/06) por membros do grupo ativista Palestine Action, que alegam que o ataque foi um protesto contra o apoio do Reino Unido a Israel.
Segundo o grupo divulgou em suas redes sociais, os dois ativistas entraram na maior base aérea do Reino Unido — Brize Norton, usando patinetes elétricos para se aproximar de duas aeronaves Voyager da RAF. Pelo vídeo, é possível ver ao menos quatro Voyager dos Esquadrões 10 e 101 na linha de voo.
O Voyager é o único vetor de reabastecimento em voo da RAF e também opera como avião de transporte aéreo estratégico. A aeronave, versão do Airbus A330 MRTT (Multi Role Tanker Transport) da RAF, está em serviço em duas versões: Voyager KC.Mk 2, equipado com dois pods sob as asas para reabastecimento caças e Voyager KC.Mk 3, com uma mangueira central adicional para uso por aeronaves de grande porte.
Os ativistas pulverizaram tinta vermelha, supostamente simbolizando sangue palestino, nos motores dos aviões, usando extintores de incêndio reaproveitados e, segundo relatos, usaram pés-de-cabra para causar ainda mais danos. Tinta vermelha também foi espalhada pela pista. Os ativistas envolvidos conseguiram entrar, vandalizar e escapar ilesos. O ato teria sido feito na madrugada de 18 de junho de 2025 e não há informações se a segurança ao menos percebeu a presença deles no local!
É possível ver o KC.Mk 3 ZZ336 em cores brilhantes, especialmente configurado para transporte VIP, mas mantendo a capacidade de reabastecer outras aeronaves em cores especiais que serve a voos de autoridades. Este não foi vandalizado. Um dos Voyager é o KC 3 ZZ338. O outro é um KC 2 ZZ343.
A Base Aérea de Brize Norton (RAF) serve como centro de transporte aéreo estratégico e reabastecimento aéreo do Reino Unido, incluindo voos para a Base Aérea de Akrotiri, no Chipre. A base cipriota é usada para lançar missões de vigilância e apoio da RAF relacionadas a conflitos no Oriente Médio, incluindo operações em Gaza, Síria e Iêmen.
Em um comunicado, a Palestine Action disse:
“O ataque teve como objetivo interromper o que eles descrevem como o apoio do Reino Unido às operações militares israelenses em Gaza e à atividade militar ocidental mais ampla no Oriente Médio. Ao desativar dois aviões militares, a Palestine Action interveio diretamente no genocídio e evitou crimes contra o povo palestino”, continuou o comunicado.
Mas quem são eles? Segundo o seu site, a Ação Palestina é um movimento de ação direta comprometido com o fim da participação global no regime genocida e de apartheid de Israel. Utilizando táticas disruptivas, a Ação Palestina tem como alvo as empresas que facilitam o complexo militar-industrial israelense e busca impossibilitar que essas empresas lucrem com a opressão dos palestinos.
O principal alvo da Ação Palestina é a Elbit Systems, a maior produtora de armas de Israel. Em diferentes contextos locais, eles também tem como alvo empresas de armas como Leonardo, Thales e Teledyne. Além de fechar fábricas de armas o grupo também tem como objetivos empresas e instituições a elas vinculadas. A Ação Palestina realiza ações diretas estratégicas, sustentadas e focadas contra alvos-chave, a fim de maximizar a disrupção dos pilares fundamentais do complexo militar-industrial de Israel.
Apesar de se dizerem ativistas, eles têm atitudes de grupos com sistemas de treinamento e ações que beiram ao paramilitar, voltado para ações anti-Israel.
O grupo mencionou que as aeronaves Voyager da RAF são usadas para o reabastecimento em voo de aeronaves militares do Reino Unido, EUA e Israel. A alegação do grupo de que as aeronaves estavam envolvidas em operações de apoio à ação militar israelense em Gaza, foram desmentidas por fontes do Ministério da Defesa do UK descartaram essa informação como “totalmente imprecisa e uma inverdade!”.
O monitoramento recente de voos feito por sites de acompanhamento de voos, mostra que as missões da RAF envolvem apoio à Operação Shader — a operação britânica de combate ao Daesh (ISIS/Estado Islâmico) no Iraque e na Síria que saem da Base da RAF em Akrotiri no Chipe — não estão relacionadas a ações militares israelenses.
Uma fonte da RAF familiarizada com as missões atuais disse: “Este ataque foi totalmente inútil. As aeronaves visadas não são usadas em apoio às forças israelenses. O Reino Unido opera de forma independente e Israel não tem necessidade de aviões-tanque britânicos — eles operam sua própria frota. As alegações feitas pelo grupo demonstram um completo equívoco sobre como as operações da RAF funcionam”.
Apesar das ações da Palestine Action terem sido pelo “motivo errado”, o que chama a atenção é como dois indivíduos invadem uma base militar livremente, ainda mais em tempos tão estranhos com vários conflitos ocorrendo? A segurança é tão frágil assim? Vale lembrar que Brize Norton abriga as unidades que transportam autoridades e a família real.
Como “manifestantes” — que podem até ser terroristas armados — conseguiram obter acesso ao que supostamente é uma base aérea segura da RAF. Ou pior, se ativistas conseguem, terroristas também podem conseguir!
Naturalmente, o incidente atraiu críticas rápidas online, com preocupações levantadas sobre violações de segurança em uma grande instalação militar britânica e as potenciais consequências de danos a aeronaves operacionais.
Um porta-voz do Ministério da Defesa do UK disse:
“Condenamos veementemente este vandalismo contra os ativos da Força Aérea Real. Estamos trabalhando em estreita colaboração com a polícia que está investigando. Nossas Forças Armadas representam o que há de melhor na Grã-Bretanha. Eles arriscam suas vidas por nós, e sua demonstração de dever, dedicação e sacrifício pessoal altruísta é uma inspiração para todos nós. É nossa responsabilidade apoiar aqueles que nos defendem”.
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