Grupo aliado ao Irã ataca navios mercantes e um Destroier dos EUA no Mar Vermelho. Terroristas do grupo Houthi, sediados no Iêmen e apoiados pelo Irã, atacaram pelo menos três navios mercantes com mísseis balísticos, enquanto eles navegavam pelo Mar Vermelho no domingo (03/12). No mesmo dia, os sistemas de autodefesa de um Destroier da Marinha dos Estados Unidos (USN) abateram três drones inimigos.
A onda de ataques dos Houthis ocorre em meio a uma escalada de ataques marítimos ligados à guerra Israel-Hamas no Médio Oriente, com os EUA se comprometendo na defesa e liberdade de navegação na região.
“Estes ataques representam uma ameaça direta ao comércio internacional e à segurança marítima. Eles colocaram em risco a vida de tripulações mercantes de vários países”, afirmou o Comando Militar Central dos EUA (CENTCOM) em comunicado, a acrescentando que “Temos todos os motivos para acreditar que estes ataques, embora lançados pelos Houthis no Iêmen, são apoiados pelo Irã”.
De acordo com o CENTCOM, aproximadamente às 09h00 (horário local), o Destróier USS Carney da USN detectou um míssil balístico disparado de áreas do Iêmen controladas pelos Houthi, caindo perto do graneleiro Unity Explorer, de bandeira das Bahamas. Pouco depois, o USS Carney abateu um drone que se dirigia em sua direção.
Cerca de 30 minutos depois, o Unity Explorer foi atingido por um míssil. Ao responder ao seu pedido de socorro, o USS Carney abateu outro drone que se aproximava. O Comando Central disse que o navio mercante das Bahamas sofreu pequenos danos causados pelo míssil.
Outros dois navios comerciais, os graneleiros Number 9 e Sophie II, ambos de bandeira panamenha, foram ambos atingidos por mísseis. O Number 9 relatou alguns danos e nenhuma vítima, enquanto o Sophie II não relatou danos significativos. Por volta das 16h30 (LT), o USS Carney abateu outro drone que se dirigia em sua direção, enquanto navegava para fornecer apoio ao Sophie II.
O USS Carney (DDG-64), um Destroier de Mísseis Guiados da Classe Arleigh Burke, tem atuado ativamente na defesa de Israel. Sua tripulação destruiu diversos foguetes lançados pelos Houthis contra o território israelense, desde o ataque terrorista de 07 de outubro iniciado pelo Hamas.
O porta-voz militar do grupo rebelde Houthi, General Yahya Saree, reivindicou dois dos ataques de domingo, dizendo que o primeiro navio foi atingido por um míssil e o segundo por um drone enquanto estava no Estreito de Bab el-Mandeb, que liga o Mar Vermelho ao Golfo de Aden. Saree não mencionou nenhum navio de guerra dos EUA envolvido.
“As forças armadas iemenitas continuam a impedir que os navios israelitas naveguem no Mar Vermelho (e no Golfo de Aden) até que a agressão israelita contra os nossos fiéis irmãos na Faixa de Gaza pare”, disse Saree. “As forças armadas iemenitas renovam o seu aviso a todos os navios israelitas ou associados à eles de que se tornarão um alvo legítimo se violarem o que é afirmado nesta declaração.”
O navio Unity Explorer pertencente a uma empresa britânica, que tem como sócio o israelense Dan David Ungar, filho do empresário naval israelense Abraham Rami Ungar. O Number 9 pertence à empresa alemã BSS (Bernhard Schulte Shipmanagement) e o Sophie II a empresa japonesa Kyowa Kisen.
Sem abordar diretamente os ataques, o Ministro de Negócios Estrangeiros do Irã, Hossein Amirabdollahian, ameaçou que se a situação atual da guerra Israel-Hamas continuar, a região entrará numa nova fase. “Todas as partes que pretendem iniciar uma guerra estão avisadas, antes que seja tarde demais, parem com a matança de mulheres e crianças”, disse Amirabdollahian.
O diplomata iraniano disse que seus comentários estão de acordo com os aliados das “forças de resistência”, um termo utilizado pelo Irã para as milícias xiitas que incluem grupos no Iraque, os Houthis e o Hezbollah do Líbano, bem como os combatentes sunitas do Hamas.
No mês passado, rebeldes Houthis tomaram de assalto um navio de transporte de veículos também ligado a Israel, enquanto ele navegava pelo Mar Vermelho, ao largo do Iêmen. A embarcação ainda é mantida pelo grupo perto da cidade portuária de Hodeida.
Há algum tempo que os Houthis não tinham como alvo direto os americanos. Em 2016, mísseis de cruzeiro Tomahawk lançados pelos EUA destruíram três sítios de radares costeiros em território controlado pelos Houthis, em retaliação aos mísseis disparados contra navios da Marinha dos EUA naquela altura.
Sobre esta mais recente ação inimiga, os EUA afirmaram que “os drones foram derrubados pelo USS Carney em legítima defesa”.
O atual conflito Israel-Hamas aumenta a atenção, especialmente no setor de transporte marítimo global, uma vez que a guerra localizada no Oriente Médio ameaça se tornar num conflito mais amplo.
Fonte: Associated Press
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