Gripens para a Ucrânia? A Suécia pode doar até quatro aeronaves Saab JAS 39C Gripen à Ucrânia. Porém, esta doação a Força Aérea da Ucrânia só acontecerá se parlamento sueco permitir tal transferência. Funcionários do governo de Estocolmo confirmaram que o pedido está sendo analisado e discutido, após uma solicitação oficial efetuado pelo governo ucraniano, efetuada diretamente pelo presidente Volodymyr Zelensky.
O pedido e a análise diz respeito não apenas a aeronaves disponíveis na Força Aérea Sueca (Sweden Air Force — SwAF), mas também, à possível produção de novas aeronaves, que, provavelmente, seriam do novo modelo Gripen E. Se os caças forem produzidos, levará tempo, mas não prejudicará a capacidade operacional da Suécia. A realidade de ter o Gripen E parece ser algo para um futuro mais distante. Já quatro Gripen C, o que impede são questões geopolíticas, pois poderiam ser rapidamente transferidos, mesmo com o gap para treinar pilotos.
A Suécia tem preocupações sobre o envio de Gripens para a Ucrânia. Eles são devido a uma possível ameaça à segurança do país escandinavo. A ameaça é bilateral. Por um lado, Moscou poderia lançar uma resposta militar logo após a tal transferência. A outra possibilidade é a eventual captura ou destruição do Gripen. Isso daria à Rússia acesso à tecnologia sueca usada no desenvolvimento e produção do caça.
O Ministério da Defesa sueco emitiu uma declaração oficial sobre o pedido ucraniano. Segundo ele, Estocolmo compreende plenamente o pedido do Presidente Ucraniano Volodymyr Zelensky. No entanto, o ministério lembra que a Suécia enfrentará restrições se enviar o Gripen para a Ucrânia. Essas restrições afetam a integridade territorial e a soberania do reino, acrescentou o comunicado de imprensa.
O que caça sueco tem de vantagens que o tornam a melhor opção possível para a Ucrânia. Nem o F-16, nem o Eurofighter Typhoon, nem o Rafale podem atender às demandas da guerra no momento. O Gripen é um caça capaz de combater e reduzir a superioridade aérea russa atualmente sobre a Ucrânia. Quatro Gripens não vão mudar a situação, mas vão deixar os russos, com seus Sukhoi e MiG muito mais cautelosos. A capacidade do Gripen de decolar em pistas curtas é fundamental para a Ucrânia.
Kiev poderá implantá-los até mesmo em aeródromos agrícolas, o que dificultará a resposta da inteligência russa. O Gripen pode ser escondido em uma floresta e só retirado para a rodovia, quando for entrar em ação. Isso também dá uma vantagem à Ucrânia. Kiev conseguirá movê-los rapidamente para lugares diferentes, confundindo o adversário.
Qualquer outra aeronave que não o Gripen significa não apenas um investimento, mas também um risco de perda. A Ucrânia terá que construir novas ou reformar as pistas militares existentes. Isso de forma alguma escapará dos “olhos” dos satélites de inteligência russos. Uma resposta retaliatória por meio do bombardeio russo dos projetos de infraestrutura em questão é 100% certa.
A Saab desenvolveu o Gripen especificamente para combater caças soviéticos e russos. O Gripen foi projetado para combater a guerra doméstica nas condições do clima, paisagem e geografia da Suécia. O Gripen é o caça ocidental mais manobrável de seus concorrentes e que mais se aproxima da manobrabilidade do adversário russo.
Os operadores do Gripen são poucos no mundo. Estes são Suécia, Brasil, República Tcheca, Hungria, África do Sul, Tailândia e Grã-Bretanha, este apenas um exemplar. Na realidade, dos países listados, apenas a Suécia pode se dar ao luxo de “doar” caças à Ucrânia. Os números de Gripen entre outros operadores não são grandes e são a base de sua frota da força aérea.
@CAS