Gripens da SAAF permanecem fora de serviço. Quase dois meses depois que a frota de caças Saab JAS 39C/D Gripen da South African Air Force (SAAF) ter sido temporariamente suspensa de voo, ou se preferir, “groundeada”, a situação praticamente não mudou e poderá se extender ao menos até abril de 2022.
A frota de Gripen su-africana foi temporariamente suspensa de voo devido à falta de recursos financeiros, que impediram que os contratos de manutenção e suporte sejam renovados com a Saab e a Armscor. Na prática, os Gripens da SAAF já estavam praticamente fora de voo desde o início novembro por questões de manutenção e suporte, fato que só se agravou em dezembro. A situação financeira não mudou em 2022 e com o agravamento da pandemia na África do Sul face ao surgimento da variante Ômicron, ficou na prática ainda pior.
Um oficial de mídia da SAAF – General de Brigada Andries Mahapa disse que “o assunto poderá ser finalizado no novo ano financeiro”, isto é, só a partir de abril. O plano de desempenho anual 2021/22 do DoD sul-africano 2021/22, que vai até o final do ano fiscal atual – programado para 31 de março, viu a SAAF ter em caixa R5,9 bilhões contra uma necessidade projetada de R7,8 bilhões. O déficit afetou negativamente a preparação e a capacidades de defesa aérea, bem como a realização de manutenção e investimentos.
Sem recursos, o assunto Gripen só entrará na pauta do orçamento 2022/23. Até lá, eles devem permanecer fora de serviço, o que significa que o 2 Squadron permnecerá literalmente parado e a África do Sul sem o seu principal vetor de defesa aérea.
Vale reasfaltar que não será algo “plug and play”, ou seja, bastará acertar os valores de manutenção e apoio logístico e os aviões voltarão a ativa. Como estão parados há muito tempo todos terão que passar por algum tipo de inspeção. Várias aeronaves também estão em tempos de inspeção programada e naturalmente os pilotos terão que retomar sua qualificação de voo. Por isto, 2 Sqn irá levar várias semanas para retornar as atividades – se não meses, enfatizando que o prejuízo a Defesa Aérea ainda irá muito além da solução financeira.
Longas discussões entre a SAAF, Armscor e Saab sobre o contrato de manutenção do Gripen viraram propostas, visando uma solução. No entado, o principal obstáculo – financeiro, não foi superado e “é lamentável que como resultado, isto gerou um impacto negativo na capacidade de defesa aérea”.
O “groundeamento” dos Gripens não foi inesperado e vinha sendo cogitado desde 2016. Os repetitivos cortes no orçamento de defesa e a desvalorização da moeda sul-africana – o Rand (R) contra o dólar americano, tornou as peças de reposição cada vez mais caras. A decisão da SAAF de implementar o que chamou de “armazenamento rotacional” para economizar as aeronaves parece não ter sido bem-sucedido. Pois o que era para afetar apenas parte da frota parada, se transformou em toda a frota, ou seja, os atuais 26 Gripens.
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