O primeiro Gripen-E sueco (6002) voando ao lado do primeiro Gripen-E brasileiro (FAB 4100), é muito mais do que uma bela imagem, é a concretização de uma grande colaboração entre as forças aéreas e as indústrias do Brasil e da Suécia.
O Comandante da Força Aérea Sueca, Major General Carl-Johan Edström, falou sobre a importância do Gripen ser um avião vencedor.
“Estou muito orgulhoso de ser o Comandante da Força Aérea Sueca, um país que fabrica os seus próprios caças. Não é apenas algo notável entre as nações, e digo com segurança que somos superiores taticamente com o atual Gripen C/D. Garanto que estaremos nesta situação pelos próximos anos, e que os meus sucessores dirão com a mesma confiança que são taticamente superiores em qualquer situação e época. Seremos assim com o Gripen E, mas não podemos fazer isso sozinhos, e é aí que entra a colaboração de parceiros perfeitos como o Brasil. Eles têm o conhecimento operacional e uma indústria de aviação experiente, e fazem parte do desenvolvimento do Gripen. Assim como nós, o Brasil tem visão e comprometimento de longo prazo, pois desejam desenvolver a sua capacidade operacional pelos próximos 20 anos ou mais. Estou muito otimista quanto ao futuro ”, conclui o Comandante Carl-Johan Edström.
Quando se trata do futuro, pode-se dizer que ele está chegando com o desenvolvimento do programa Gripen E/F, que atravessa a etapa máxima nos testes de voo realizados pela Saab. Hoje são sete Gripen E voando, e mais aeronaves estão previstas na campanha de testes. A parte crítica do programa de voo está praticamente concluída e a Saab agora se volta para as questões táticas, mais precisamente, a integração e testes de armas e sensores, entre outros.
A homologação da primeira aeronave de produção em série para a suécia começou em 2019, e as entregas para a força aérea continuarão este ano. A primeira aeronave brasileira realizou os primeiros testes de voo em Linköping, e está a caminho do Brasil, onde realizará uma campanha de testes.
Além do Brasil, a Saab está expandindo suas operações para a Base Aérea de Malmen, em Linköping, que também receberá uma aeronave Gripen E, como parte dos testes conjuntos com a FMV – Försvarets Materielverk (Administração Sueca de Material de Defesa) e as Forças Armadas da Suécia.
Paralelamente aos testes de voo do Gripen E, a produção da aeronave segue em velocidade elevada, incluindo a montagem de estruturas, instalação de equipamentos e montagem final. Este projeto gera emprego para aproximadamente 1.200 funcionários na Saab Aeronautics, que a partir deste ano, atingirão uma taxa constante de produção de 24 aeronaves/ano.
O programa Gripen E está impulsionando a indústria de defesa brasileira, com o desenvolvimento e produção de estruturas, sistemas, aviônicos, testes de voo e treinamento visando a implantação e o suporte da frota de Gripen pelas próximas décadas. Algumas dessas empresas foram incluídas na cadeia de suprimentos global da Saab para o Gripen E/F. Todo esse processo gerou um dos maiores programas de transferência de tecnologia já realizado para a Força Aérea Brasileira, e o maior já realizado pela Saab para outro país.
O Brasil tem importante participação no desenvolvimento do Gripen, onde cerca de 400 engenheiros trabalham no desenvolvimento do Gripen F (versão biplace), em sua maioria no Gripen Design Development Network (GDDN), localizado na unidade da Embraer, em Gavião Peixoto/SP. Na mesma planta, o Gripen Flight Test Center começará a operar ainda este ano e a primeira aeronave deve deixar a linha de produção da Embraer em 2023.
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