GRAESP – Grupamento Aéreo de Segurança Pública do Estado do Pará. Este ano, a aviação na Amazônia completa 50 anos de uma atuação essencial e indispensável para o Estado do Pará, cujas dimensões são continentais, e os distritos de um mesmo município estão separados por dias de distância.
Há 17 anos, o Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp) do Pará fortalece essa presença, com serviços prestados também nas áreas da Saúde, Educação, Meio Ambiente e em missões de resgate e transporte de pessoas nas mais variadas condições. Durante os períodos críticos da pandemia de Covid-19, foi a estrutura do Graesp que garantiu o transporte urgente de insumos, vacinas, médicos e pacientes por todo o Estado.
Criado em 2004 como Graer (Grupamento Aéreo), e subordinado à Polícia Militar, a unidade iniciou com as operações com uma frota de helicóptero e dois motoplanadores para patrulhamento, levantamento de informações, fiscalização ambiental e outros. Em 2011 se tornou Graesp e assumiu toda a demanda de aviação dos órgãos ligados à Segurança Pública. Em 2015, assume também as demandas da governadoria e Casa Militar.
Atualmente o Graesp conta com uma frota de 14 aeronaves, e um quadro técnico de 42 pilotos e outros 30 profissionais especializados.
“O Graesp tem função primordial em um estado gigantesco como é o Pará. Além da segurança pública, nós também damos apoio na questão de saúde, logística e todo o apoio que é necessário para que possamos transpor os obstáculos desse estado gigantesco. Nós estamos com base, não só em Belém, mas também em Santarém e Marabá com o propósito de ampliar ainda mais para que estejamos presentes na vida da população paraense dando segurança pública e também levando saúde e todos os serviços que a população precisa, a exemplo que que fizemos na pandemia, com o transportes de vacinas, medicamentos e enfermos”, disse Ualame Machado, Secretário da Segurança Pública (SEGUP).
“De lá para cá, só crescemos: passamos a fazer missões de resgate aeromédico, transporte de carga, de autoridades, de tropas, hoje atendemos todas as secretarias e todas as áreas, Saúde, Educação, Meio Ambiente, Sistema Penitenciário. No combate a pandemia, houve muito empenho e desempenho. Foram quase dois anos transportando insumos para o combate à crise sanitária“, reafirma o Cel Armando Gonçalves, Diretor do Grasesp.
A equipe também tem papel crucial na localização de aeronaves que se acidentam. “Passamos 45 dias tentando localizar um avião que tinha sumido em Jacareacanga, voamos 350 horas mas não achamos. Um piloto caiu em área de garimpo em Alenquer e foram oito dias de buscas. Também já resgatamos grávidas em situação de risco no Marajó, auxiliamos em naufrágios e incêndios que ocorreram em São Félix do Xingu, Porto de Moz, Altamira, Novo Progresso, São Geraldo do Araguaia, Marabá”, lista o gestor.
A frota do Grupamento Aéreo do Pará possui oito aviões e seis helicópteros, sendo que cinco deles foram recebidos do governo federal, oriundas de operações da Polícia Federal que os apreendeu transportando drogas. Os pilotos do Graesp já fizeram treinamento nos Estados Unidos e no Canadá.
“Uma vez íamos auxiliar uma operação do Ibama em Castelo de Sonhos, e passando por Moraes de Almeida avistamos uma acidente com viatura do Exército, à altura da BR-163, em plena Transamazônica. Um coronel estava preso nas ferragens, e nós o resgatamos e levamos para Novo Progresso. Ele não ia chegar com vida se esperasse mais, esse é o Graesp”, disse o Cel Armando Gonçalves.
Comemorando 50 anos de profissão em 2022, o experiente piloto Carlos Alberto Saldanha, de 69 anos, está há dois voando com o Graesp. Nascido em Belém, ele tem mais de 20 mil horas de voo, tendo passado quase 20 anos voando em áreas de garimpo na região amazônica, seis anos na FAB, e um bom período como piloto executivo. Com formação manutenção de aeronaves, soma histórias suficientes para escrever um livro, segundo ele próprio, mesmo não sendo muito dado a fotografias, vídeos e “coisas do tipo”.
“É muita coisa, muita história. Aqui é uma região muito bonita, muita selva, rios, muito boa de voar porque não tem quase montanha, dá para fazer voos até mais baixos dependendo da meteorologia, embora os tempos de percurso sejam grandes, por conta das grandes distâncias”, relata. “É tudo uma aventura muito grande. Já fiz pousos forçados de precisar sair de helicóptero, já tive pane durante o voo, já parei para consertar panes e depois continuei voando…”, lista Carlos, confirmando que o acervo de memórias é enorme.
No auge da pandemia, Carlos chegou a fazer oito voos em um único dia. “Foi uma época diferente, a gente voava mais apreensivo porque era muita gente dependendo do que a gente estava fazendo, participei muito de missões em apoio à região da Calha Norte (oeste paraense)”, relata o experiente piloto.
Ele garante que ser qualificado como técnico de manutenção, lhe tornou um piloto mais seguro. “O conhecimento técnico me ajudou demais, especialmente nos voos que fazia para o meio do mato. Perdi muitos colegas em voos e ter essa qualificação me ajudou muito a voar de forma mais segura”, relata.
Fonte: SECOM/PA
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