GAO critica os atrasos do Boeing/Saab T-7A. O T-7A Red Hawk, a aeronave de treinamento para da USAF está passando por turbulências, gerando estresse Boeing e sua parceira — a Saab, e críticas do contundente dos GAO — Government Accountability
O GAO é o órgão do Poder Legislativo dos Estados Unidos da América responsável por serviços de auditoria, avaliações e investigações das contas públicas do governo dos Estados Unidos para o Congresso.
Em um relatório contundente feito em 18 de maio, o GAO afirma que relacionamento da Boeing com a USAF também foi prejudicado pelos problemas do T-7, com oficiais do serviço descrevendo seus laços como “ténues”. O problema do T-7A parece seguir os passos do KC-46 Pegaus, que sofreu com problemas técnicos, atrasos e prejuízos.
À medida que o programa T-7 avança, as perdas da Boeing que já ultrapassam US$ 1 bilhão, e vã aumentar segundo o GAO. A Boeing disse em comunicado “que Boeing e a Força Aérea dos EUA são parceiras em um caminho a seguir em relação a essas questões. Além disso, continuamos avaliando descobertas de problemas durante as atividades de teste, os quais são uma prática padrão ao desenvolver uma nova aeronave”.
A Boeing ganhou um contrato em 2018 de até US$ 9,2 bilhões, para construir o novo jato de treinamento da Força Aérea, para substituir o T-38C Talon. Desde que fez o seu primeiro em voo em 20 de dezembro de 2016 o T-7 tem enfrentado problemas e instabilidades que se intensificaram após vencer a licitação em 2018.
De lá para cá, o T-7 sofreu vários atrasos no cronograma. Mais recentemente, problemas com os assento ejetáveis — que mostraram perigosos, que fizeram com que a Força Aérea adiasse para fevereiro de 2025 uma decisão de produção do marco C no T-7 (produção em série). A USAF originalmente esperava que essa decisão viesse no final de 2023.
Isso significa que a Boeing agora deve começar a entregar os primeiros T-7 em dezembro de 2025, com a capacidade operacional inicial ocorrendo até o final de 2027. Isso seria quase uma década depois que a USAF originalmente esperava ter alunos pilotos voando em seu treinador avançado.
Mas o GAO alerta que mesmo o novo cronograma que a Boeing estabeleceu em janeiro de 2023 é “provavelmente otimista” porque “depende de suposições favoráveis”, que hoje “não as tem”.
O cronograma revisado do T-7 da Boeing pressupõe que o programa terá uma alta taxa de sucesso durante o restante de seu desenvolvimento e testes. Isso deixa “pouca ou nenhuma margem” para erros, incluindo falhas de teste, revisões inesperadas de software, uma possível necessidade de redesenhar o sistema de escape ou outras surpresas, disse o GAO.
Se algo der errado, acrescentou o relatório, o programa T-7 pode ficar ainda mais distante e talvez significativamente comprometendo. A USAF agora está planejando que as fases de desenvolvimento, teste e produção do T-7 se sobreponham consideravelmente, disse o GAO, o que adicionará muito mais risco ao cronograma.
Essa abordagem, conhecida como simultaneidade, pode levar ao aumento de custos ou a mais atrasos no cronograma porque, se o teste encontrar problemas ocultos, o contratado poderá ter que voltar para aeronaves que já foram construídas para corrigir esses problemas.
E esses problemas já aconteceram antes. O GAO, citou o relatório de 2018 que mostrou a necessidade de gastar US$ 1,4 bilhão adicionais para consertar problemas nos F-35 que foram construídos antes das conclusões finais dos testes.
A Boeing também planeja começar a construir os primeiros T-7 de produção um ano antes que a USAF faça oficialmente seu pedido, disse o GAO, o que pode trazer mais riscos. A Boeing começou a construir algumas peças para o T-7 no início de 2022 com seu próprio dinheiro, disse o GAO, e planeja começar a montar a primeira aeronave no início de 2024.
A Boeing disse ao GAO que iniciou a construção inicial de aviões que poderiam eventualmente ser entregues à Força Aérea porque enfrentava pressão para manter seus fornecedores ocupados e os custos de fabricação baixos, principalmente com atrasos no cronograma e aumento das perdas financeiras. Mas isso apresenta “riscos significativos” para a Força Aérea, disse o GAO.
Como não há contrato para a construção dessas aeronaves, disse o GAO, a Força Aérea e a Agência de Gerenciamento de Contratos de Defesa não podem realizar toda a supervisão de produção necessária para garantir que os aviões atendam aos requisitos do contrato.
Embora esses atrasos provavelmente não aumentem o preço do T-7 para a Força Aérea, o GAO disse que eles podem levar a outros custos crescentes. Como o T-7 continua a anos de se tornar operacional, o serviço precisará continuar treinando alunos pilotos em sua frota existente de 504 T-38C. Para lidar com os aspectos mais avançados do treinamento de pilotos de F-35 e F-22, isto poderá custar mais de oito vezes mais por hora de voo destes caças do que o T-38 e o T-7. Ao todo, o GAO estimou que os atrasos dos instrutores poderiam custar à Força Aérea quase US$ 1 bilhão.
A Força Aérea também corre o risco de custos mais altos se não puder encomendar todos os 351 T-7 que planeja comprar antes que o período de pedidos expire, disse o GAO. A Força Aérea agora espera que a Boeing comece a construir os primeiros quatro T-7s de produção em 2025 e aumente gradualmente a produção até que a Boeing construa 48 Red Hawks a cada ano entre 2030 e 2033. Os 18 T-7s finais devem ser construídos em 2034.
@CAS