França retoma oferta de caças Rafale para Colômbia. O presidente francês, Emmanuel Macron, voltou a oferecer os caças Dassault Rafale C/F3 para reequipar a Força Aérea Colombiana (FAC). As conversas iniciaram em 2019, e foram retomadas recentemente durante uma visita à Paris do presidente colombiano, Gustavo Petro, mes passado.
Na capital francesa, na seta-feira da 11/11, Macron reforçou o interesse do seu país em participar dos processos de renovação do Sistema Integral de Defesa Nacional da Colômbia (SIDEN), nas áreas de assuntos navais, defesa antiaérea e, em particular, no projeto de substituição dos caças da FAC.
Estiveram presentes na reunião os ministros franceses da Economia, Finanças e Comércio, bem como os presidentes das empresas Dassault e Thales, além do ministro das Relações Exteriores da Colômbia, altos funcionários do governo de Petro e, pelo menos, um Oficial superior da Força Aérea Colombiana.
As conversas terão seguimento em um terceiro encontro, que ocorrerá na Colômbia durante a próxima visita de uma delegação francesa ao país sul-americano. Neste encontro deverão ser tratados detalhes como os valores de um eventual contrato, bem como os métodos para obtenção de financiamento internacional.
Analistas dizem que a oferta francesa incluiria um financiamento de 20 anos em um contrato com valores bastante favoráveis para ambos países. Também poderiam ser envolvidas questões aeroespaciais e de satélites, que contaria com a participação da empresa francesa Thales.
Um dos pontos que o presidente colombiano Petro estaria solicitando é a participação da indústria aeronáutica local nos processos de manutenção de aeronaves, bem como a fabricação e fornecimento de componentes e peças de reposição em suporte logístico à frota. Nesse mesmo sentido, a França teria garantido total autonomia na operação dos aviões, além de oferecer prazos de entrega relativamente curtos.
O recente interesse do novo governo colombiano no Rafale estaria baseado nas restrições impostas por Washington nas operações dos caças Lockheed Martin F-16 Block 70. É de conhecimento que, mesmo com as restrições, o governo anterior do presidente Iván Duque, aliado dos EUA, tentou adquirir os F-16, sem sucesso.
A primeira linha da defesa aérea colombiana está galgada em envelhecidos aviões de combate Kfir C10, cuja vida útil terminaria no ano que vem. Nos últimos anos essas aeronaves sofreram atualizações em seus sistemas de combate aéreo, mas a idade das células cobra seu preço. Está cada vez mais difícil mantê-los voando, principalmente pela escassez de peças de reposição e a baixa confiabilidade dos seus motores.
Para substituir a frota de 22 caças Kfir, a Força Aérea Colombiana estuda a aquisição de um lote de modernos caças. Estão no radar da FAC o Eurofighter Typhoon, o SAAB JAS-39 Gripen E/F, o Lockheed Martin F-16V Block 70 e os Dassault Rafale C/F3. Estima-se que o governo colombiano precisará comprar uma frota de 24 novos caças.
@FFO