Uma grande explosão na região portuária de Beirute, no Líbano, foi registrada nesta terça-feira – 4 de julho de 2020. Até o momento, mais de 73 pessoas morreram e há pelo menos 3700 feridos. O governador de Beirute, Marwan Abboud, disse que a situação o lembra de Hiroshima e Nagasaki, cidades japonesas onde foram lançadas as bombas atômicas. “Essa é uma catástrofe nacional”.
Informações preliminares dão conta de que a explosão ocorreu após um grande incêndio em um armazém de fogos de artifício na área do porto de Beirute. O ministro do Interior do Líbano disse que a substância estocada no porto de Beirute, que pode ter causado a explosão, era o nitrato de amônia – um elemento altamente explosivo.
Até o momento, o caso é tratado como explosão acidental pela imprensa do país. O grupo xiita Hezbollah e o governo de Israel negaram relação com o episódio. A explosão também atingiu os escritórios do ex-primeiro-ministro do país Saad Hariri. Casas num raio de até 10 quilômetros de distância sofreram danos.
Apesar de não haver evidências, suspeitas de um atentado não foram descartadas, face as atuais dificuldades do Líbano, com descontentamento da população com a saúde pública e os índices crescentes de pobreza. Nos últimos anos cresceram os protestos populares e, pela primeira vez na história do Líbano, ele ocorrem acima das divisões sectárias. Cristãos, sunitas e xiitas recentemente tem protestado juntos pelos mesmos motivos. Um deles foi a tentativa cobrar impostos nas chamadas de Whatsapp. O primeiro-ministro Hassan B. Diab, no cargo há seis meses, não consegue a estabilidade devido à influência do Hezbollah, organização política islâmica xiita.
A Marinha do Brasil que participa das operações da MTF-UNIFIL (Maritime Task Force – United Nations Interim Force in Lebanon) – Força Tarefa Marítima das Nações Unidas no Líbano, emitiu um comunicado que a nau capitânia da missão, a Fragata Independência (F-44) e seu Destacamento Aéreo Embarcado (DAE) encontrava-se no mar, em missão, no momento da explosão.
Já Corveta da Marinha de Bangladesh – BNS Bijoy (F35), que faz parte da MTF-UNIFIL e estava atracado, teve ao menos 19 marinheiros feridos, um em estado grave segundo a UNIFIL. A Base Naval de Beirute sofreu grande destruição e neste momento está fora de operação.
@CAS