Força Aérea Ucraniana está utilizando seus F-16 com cautela. A Ucrânia está adotando uma abordagem cautelosa em relação ao emprego dos seus novos caças ocidentais F-16. A informação foi divulgada nesta semana pelo General James B. Hecker, Chefe das USAF na Europa e do Comando Aéreo Aliado da OTAN.
“Os pilotos são novos, então eles não vão colocá-los nas missões mais arriscadas. É uma decisão deles, e acho que essa é a abordagem que estão adotando”, disse o General Hecker, durante uma entrevista na Conferência Air, Space & Cyber da AFA.
A Força Aérea Ucraniana (UAF) começou a voar o F-16 em agosto, e desde então as aeronaves já provaram serem bem-sucedidas em abater mísseis de cruzeiro e drones russos. Apesar disso, um F-16 caiu matando seu piloto, durante um ataque massivo da Rússia. Como consequência, o Comandante da UAF foi trocado.
Os Estados Unidos estão trabalhando ao lado da Ucrânia, não apenas treinando pilotos de caça e técnicos, mas também estão tentando impulsionar o status da UAF dentro das Forças Armadas ucranianas.
“Em muitos países da antiga União Soviética, o Exército era uma espécie de serviço, e todos os outros estavam abaixo dele e talvez não tivessem voz na mesa. Tenho pedido que a Força Aérea obtenha posições no Estado-Maior”, disse Hecker. O objetivo é que a UAF faça mais operações conjuntas com as forças terrestres do país.
Apesar das dúvidas sobre a capacidade da Ucrânia manter os jatos ocidentais em condições operacionais, Hecker disse que eles estão tendo sucesso. “Treinamos muitos técnicos ucranianos e, segundo todos os relatos dos instrutores que estão fornecendo treinamento, eles aprendem muito rápido. Eles estão voando. Isso é uma boa notícia”, disse Hecker.
O governo Biden arquivou uma proposta de contratar civis americanos para ajudar na manutenção da aeronave, esperando, em vez disso, que contratados de países europeus assumam parte dessa responsabilidade.
Enquanto isso, os F-16 ucranianos provavelmente estão sendo empregados principalmente na defesa aérea, à medida que os operadores desenvolvam as habilidades e o entendimento para alavancar todas as capacidades do caça multifunção ocidental.
Até o momento, a Ucrânia abateu mais de 100 aeronaves russas, disse Hecker, enquanto a Rússia abateu pelo menos 75 aeronaves ucranianas. Isso impediu que ambos os lados empregassem totalmente seus caças por medo de perdê-los.
“O que vemos é que as aeronaves estão meio que ficando do seu lado da linha. O que nenhum de nós provavelmente previu é que ninguém obteria superioridade aérea. Já se passaram dois anos e meio, e nenhum dos dois lados conseguiu isso, principalmente por causa dos sistemas integrados de defesa aérea e de mísseis que ambos possuem”, disse Hecker.
A Rússia continua a lançar bombas planadoras, mísseis balísticos e de cruzeiro, além de drones, aumentando a pressão da defesa aérea ucraniana. Além disso, o presidente russo Vladimir Putin ordenou recentemente um aumento no exército russo para cerca de 1,5 milhão de militares. “A Rússia está ficando maior e melhor que antes”, disse Hecker.
A Dinamarca, Holanda, Bélgica e Noruega prometeram fornecer até 80 caças F-16 para a UAF. Em 17 de setembro, o presidente ucraniano Volomyr Zelenskky disse que o país tinha uma nova estratégia para aumentar o número de aeronaves de combate e acelerar o treinamento de pilotos.
Os EUA, a Dinamarca, o Reino Unido e outros aliados estão fornecendo treinamentos de pilotos e técnicos ucranianos nas táticas ocidentais. Há mais de uma dúzia de países na Coalizão de Capacitação da Força Aérea da Ucrânia, grupo que apoia técnica e financeiramente o país que luta contra aRússia.
“Não conseguimos treinar os pilotos ucranianos rápido o suficiente. A boa notícia é que temos uma coalizão que está ajudando com esse treinamento”, disse Hecker.
Fonte: AF&M
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