Força Aérea Italiana dá ‘arrivederci’ ao AMX ‘Ghibli’. Após 35 anos de serviço, a Aeronautica Militare Italiana (AMI) se despediu no dia 5 de abril do caça-bombardeiro AMX, designado localmente como A-11/TA-11 Ghibli. Com isto, apenas o 10 últimos AMX ou A-1M da Força Aérea Brasileira ainda permanecem em serviço.
Em 5 de abril de 2024, a Aeronautica Militare Italiana ou Força Aérea Italiana despediu-se oficialmente de sua frota AMX “Ghibli” com uma cerimônia organizada na Base Aérea de Istrana (LIPS), no nordeste da Itália, lar do 51° Stormo, o qual o 132° Gruppo (Esquadrão) era o último a operador do caça-bombardeiro ítalo-brasileiro em missões de ataque e reconhecimento. A cerimônia de desativação também foi alvo de um spotter day, onde fotógrafos puderam registar o fim de uma era, iniciada no fim da Guerra Fria.
Várias passagens e voos rasantes dos A-11B/TA-11B foram feitos. O 51º Stormo agora se despede do AMX para ingressar na era do Eurofighter Typhoon F-2000A e TF-2000A, que começou a ser introduzido desde outubro de 2019, gradualmente a desativação do A-11B. Em 2022, a passagem de comando da unidade já mostrava o fim da era AMX.
Para marcar a saída de cena dos A-11B/TA-11B da AMI, foi elaborada um padrão especial de cores, aplicada no A-11B monoplace MM7162/51–34, do 132º Gruppo. Ele ostenta uma pintura que envolve toda a aeronave, com a deriva dominada por um piloto de caça prestando continência, envolto nas cores da bandeira italiana e a frase latina “Volatus ad astra, memoria in aeternum”, que se traduz como algo similar a “Voando para as estrelas, lembrado para sempre”, além da frase em inglês: “Phase Out”.
Atrás da cabine, na fuselagem, uma bússola e um mapa-mundo estilizado são representados para representar a contribuição para missões dentro e fora das fronteiras italianas e da OTAN. Nos tanques de combustíveis alijáveis das asas, a inscrição “1989–2024”, simbolizando os 35 anos de serviço na AMI, onde o AMX entrou em serviço pouco antes da FAB, que recebeu seu primeiro exemplar em outubro de 1989, o que permitiu a ativação do 1º/16º GAV no ano seguinte.
Por fim, sob o nariz do A-11, foi aplicado o brevê da AMI sob a frase usada pela Força Aérea como lema “Virtute Siderum Temus” (“Com Valor para as Estrelas”) e os escudo do brasão da AMI.
O AMX no serviço da Força Aérea Italiana — Cinco protótipos do AM-X (AMX) foram fabricados para a AMI, sendo um perdido em um acidente. Ao todo foram 136 exemplares (110 monopostos e 26 bipostos = AMX -T) foram encomendados pela AMI. Outros dois protótipos e 56 exemplares (45 monopostos e 11 bipostos) foram encomendados pela FAB. Ao todo foram 7 protótipos e 192 aeronaves de produção (155 + 37) totalizando 199 aeronaves produzidas apenas para Brasil e Itália pelo consórcio formado pela Aeromachi/Aeritalia/Embraer.
O primeiro AMX foi entregue oficialmente à Aeronáutica Militar em 19 de abril de 1989. A aeronave era o AMX de série MM7091, que foi enviada a Unidade de Avaliação da AMI, o Reparto Sperimentale di Volo (RSV), com sede em Prática de Aeroporto de Mare, perto de Roma. O 311º Gruppo do RSV operou seis protótipos, iniciando uma intensa campanha de testes de 1.500 horas de voo para explorar todo o envelope de voo da aeronave.
Em outubro de 1989, os primeiros exemplares de produção foram entregues ao 103° Gruppo do 51° Stormo em Istrana. O A-11 Ghibli foi empregado pelo 2º Stormo (14º Gruppo) em Rivolto; 3º Stormo (28ºGruppo) em Verona Villafranca; 32ºStormo (13º Gruppo e 103º Gruppo [OCU] em Amendola e pelo 51º Stormo (103º Gruppo e 132º Gruppo) em Istrana.
O A-11 esteve nos conflitos dos Bálcãs e Kosovo (Força Aliada na Sérvia e no Kosovo), Afeganistão, apoiaram a Operação Inherent Resolve sobre o Iraque e a Síria usando o pod reconhecimento Reccelite e durante a Guerra Aérea na Líbia.
Em 2012, Alenia Aermacchi (uma subsidiária da Leonardo) concluiu a atualização da frota para o padrão ACOL (Adeguamento delle Capacità Operative e Logistiche) entregando novamente 52 aeronaves atualizadas (42 monopostos e 10 bipostos) a AMI designados A-11B e TA-11B. Os aviões atualizados receberam um sistema de navegação inercial/GPS (EGI-Embedded GPS/Inertial) e a integração de armas guiadas por GPS, e melhorias nos aviônicos dos 42 A-11B (IFF, NVG, display colorido multifuncional e um gerador de símbolos de computador — CSG).
O fim de uma era na AMI é o prelúdio da aposentadoria do AMX, que deverá ocorrer ainda este ano na FAB, cujas duas unidades do 10º Grupo de Aviação — 1º/10º GAV — “Poker” e 3º/10º GAV — “Centauro” sediados em Santa Maria, devem retirar a aeronave de serviço. Hoje, dos 11 A-1M, cerda de meia dúzia estão em serviço.
@CAS