Força Aérea Argentina deverá comprar dois Embraer 145. O Comandante da Força Aérea Argentina (FAA), Brigadeiro Brigadeiro Xavier Isaac, recentemente concedeu uma entrevista ao site Pucará Defesa. Entre os assuntos ele revelou que a FAA deverá comprar dois jatos Embraer 145 para apoiar a frota de Fokker 28. A seguir, alguns pontos importantes da entrevista.
Embraer 145
Nesta semana será publicada uma chamada para ofertas de aquisição de um Boeing 737 e dois Saab 340, além de dois Embraer 145. Os jatos de fabricação brasileira, deverão atuar ao lado dos Fokker 28, aliviando a operação desses envelhecidos jatos holandeses.
Apesar dos EMB-145 transportarem menos passageiros e cargas, além de menor autonomia, eles são equipados com modernos aviônicos, um fato importante ressaltado pelo Comandante da FAA. “Acho que a transição vai começar pelo Embraer 145, que é um bom avião e em algum momento passaremos para a linha 175”, disse o Brigadeiro Isaac.
Fokker 28
A Fokker Service foi contratada para instalar tanques centrais nos Fokker 28, o que elevará sua autonomia para quatro horas de voo. O terceiro, e último avião, matrícula T-51, terá menos assentos, o que o deixará com uma autonomia de até 6 horas. “Ficaremos com os três aviões, porque não há mais. Temos outro no Museu [da Aeronáutica], mas não tenho como retirá-lo e não posso deslocar a oficina para lá”.
Fokker F27
O antigo Fokker F27 (matrícula TC-79) vai retornar às operações ainda neste ano. No próximo mês de julho deverá passar pelos primeiros testes de voo após revisão. Desativado em 2015, o TC-79 foi uma alternativa imediata encontrada para suprir a falta de um vetor de transporte de médio porte.
Com a forte demanda para a movimentação de cargas deste porte, o Brigadeiro justificou a volta do Fokker: “Não faz sentido enviar duas toneladas de carga no Hercules e os Hurons transportam apenas mil quilos…Hoje a única opção que vejo a curto prazo é recuperar o F27 que tínhamos.”
O Airbus C295 é considerado o avião ideal pelo Comandante da FAA, mas ao consultar a fabricante, ele recebeu a notícia que a aeronave tem componentes britânicos, e seria necessário a aprovação deles para a venda.
C-130 Hércules
Noticiamos que recentemente a Força Aérea Argentina alugou uma aeronave da USAF (detalhes aqui). De acordo com o Oficial, a Argentina pagará aos EUA pelo aluguel do C-130, o valor total (!) de apenas US$ 34 mil. O Brigadeiro ainda confirmou que o TC-60 será adquirido definitivamente no final dos 11 meses de leasing.
U-12 Huron
Dos dez bimotores Beechcraft U-12 Huron comprados dos Estados Unidos, foram recebidos cinco unidades. Apesar dos atrasos nas entregas, o Oficial-General espera que o restante chegue ainda neste ano.
Caça supersônico
O Brigadeiro Isaac disse que as ofertas dos novos caças supersônicos estão sobre a mesa. São 15 JF-17 Thunder Block III da China ou 32 F-16AM/BM da Dinamarca. A oferta dos chineses está fechada, mas a questão dos dinamarqueses depende de um possível envio de jatos para a Ucrânia, o que está segurando a assinatura da Carta de Aceitação de Oferta (LOA) por parte do Congresso dos EUA.
Os novos supersônicos serão implantados em dois esquadrões (em Tandil e Río Gallego), enquanto os atuais A-4AR Skyhawks, baseados em Villa Reynolds, poderão voar por mais 15 anos, pelo menos, disse o Brigadeiro Isaac.
Pucará
O projeto do Pucará Fénix ISR (Inteligência, Vigilância e Reconhecimento) está em pleno andamento. Em breve a aeronave será levada para o Parque de Manutenção de Rio Cuarto, onde serão integrados o pod ISR da INVAP e o display da cabine traseira. Além disso, três Pucará serão convertidos em Fénix de ataque com novos motores e sistemas atualizados. De acordo com o Brigadeiro Isaac, existem entre 14 e 16 Pucarás desativados/estocados, que poderão ser convertidos em Fénix.
Helicópteros
O primeiro Bell 407GTi deverá chegar em outubro, e os próximos dois em 2024, dois em 2025 e o último em 2026 (detalhes aqui).
No mês de julho próximo, ocorrerá um voo conjunto de quatro Aérospatiale SA 315B Lama, fato que não acontece há pelo menos 25 anos, quando parte da frota foi desativada por falta de peças e de manutenção. Para possibilitar isso, recentemente foram adquiridas células na Itália para retirada de peças de reposição, além da compra de componentes na Índia. Até o final do ano, deveremos ter seis Lama operacionais. Eles tem sido muito úteis para a FAA, e essa reativação eleva o moral dos envolvidos na sua operação.
Sobre a manutenção dos helicópteros de origem russa Mi-171, a FAA busca uma alternativa que não implique o envolvimento com empresas que atuem na guerra Ucrânia-Rússia. Especula-se em substituí-los, mas os EUA não tem disponibilidade de helicópteros de transporte pesado como o Chinook. “Quero saber dos CH-46 que estão no deserto. Esses, eles dão de graça, mas teríamos que ver quanto custa colocar uns dois ou três em serviço. Se for considerado viável, emitiremos uma Carta de Solicitação (LOR)”, disse o Oficial-General.
@FFO