FOC dos F-35B da RAF está atrasada em dois anos. O secretário de Defesa Britânico, James Heappey, anunciou que a frota de F-35B só atingirá plena capacidade operacional ou FOC (Full Operational Capability) em 2025, revelando um atraso de dois anos. Os planos de Londres era que a capacidade operacional total fosse alcançada em 2023. Vale lembrar que o primeiro F-35B da RAF foi entregue em junho de 2016.
Atualmente, a Grã-Bretanha estima ter uma frota de 48 caças Lockheed Martin F-35B Lightning II. Porém, apenas 26 foram entregues, com os quatro últimos chegando no início deste ano. No entanto, apenas 25 estão disponíveis, pois o RAF ZZ152 um caiu ao mar, durante a primeira comissão internacional do HMS Queen Elizabeth (R09), em 17 de novembro de 2021, no Mar Mediterrâneo. O UK MoD prometeu que ele serpa substituído em um lote de compras futuro.
A expectativa é que assim que 48 caças forem entregues à Grã-Bretanha, o Ministério da Defesa poderá encomendar outros 26 caças, perfazendo 74 unidades. Porém, o Marechal do Ar Sir Richard Knighton afirma a esse respeito que pelo menos 20% desses 74 caças nunca farão parte da capacidade operacional total da Royal Navy e da Royal Air Force. O motivo é simples: eles farão parte dos processos de treinamento de novos pilotos. 20% representa 15 aeronaves, o que deixaria a frota com 59 F-35B, abaixo dos 30 previstos para cada porta-aviões da Classe Queen Elizabeth.
O problema da Grã-Bretanha é duplo. Atualmente, apenas a versão F-35B pode operar nos dois porta-aviões da classe Queen Elizabeth. Os dois porta-aviões britânicos não possuem sistema de lançamento e resgate de aeronaves convencionais ou CATOBAR (Catapult Assisted Take-Off But Arrested Recovery). Isso significa que o F-35C e nem os F/A18E/F e EA-18G não podem operar embarcados, como ocorrer nos porta-aviões franceses, americanos, russos, chineses ou indianos. Isto limita as ações da força britânica embarcada com aliados como os americanos e franceses. Por esta razão, Londres só tem a opção de acelerar o recebimento dos F-35B para ter sua frota capaz de operar em missões OTAN e do Reino Unido. A recente crise na Ucrânia demonstrou isto. Além disto, o atraso não só dificulta a formação e operacionalidade dos novos pilotos, mas prejudica a sua formação embarcado, sendo, de fato, uma formação a parte e complexa.
Portanto, para atingir a plena capacidade operacional, a RAF e RN devem contar com os Estados Unidos para agilizar junto Lockheed Martin rapidamente os problemas com a produção das aeronaves. A produção diminuiu frente aos mais de 800 problemas técnicos e de fornecimento dos últimos quatro anos que ainda não foram 100% resolvidos. O atraso e a necessidade não tem ajudados os Britânicos.
Embora o F-35B tenha a vantagem de operar em “pistas improvisadas”, esse caça é mais complexo e a opção mais cara. Da série F-35, o F-35B é o menos capaz em termos de desempenho de combate. E por último, mas não menos importante, o custo por hora de voo é 50% superior ao do F-35A. O fato é que a eficácia e utilidade da frota de porta-aviões permanece questionável, pois, sem seu grupo aéreo embarcado completo, eles se tornam máquinas caras de operar e sem uma garantia que servirão a seu propósito, caso sejam convocados para defender o UK.
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