Finlândia: é preciso “reagir rapidamente” a qualquer agressão russa. Crise política provocada com a Guerra na Ucrânia, que se arrasta a mais de 100 dias, tem criado desdobramentos na Europa, em especial envolvendo o antagonismo da OTAN e da Rússia. O principal diplomata da Finlândia comentou que o país não viu um aumento na agressão russa desde que decidiu ingressar na OTAN, mas sugeriu que os Estados Unidos deveriam ajudar a capacidade da Finlândia de “reagir rapidamente” caso seu vizinho, muito maior, tome medidas hostis.
O ministro das Relações Exteriores da Finlândia, Pekka Haavisto, disse ao Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais que desde o anúncio da OTAN, a atividade russa contra a Finlândia tem sido “normal”, exceto por “algumas” violações do espaço aéreo. Ele acrescentou que essas ações de retaliação “não foram nada surpreendentes”.
Mas quando perguntado sobre o que seu país precisa em termos de garantias de segurança dos Estados Unidos em seu processo de adesão à OTAN, Haavisto disse: “No momento, nossa fronteira é pacífica, não há ameaças específicas. Mas, claro, a capacidade de reagir rapidamente se ocorrerem algumas ameaças.”
A Finlândia e a Suécia anunciaram que solicitariam formalmente a adesão à OTAN em 18 de maio, quase três meses depois da Rússia invadiu a Ucrânia (24/02). A mudança dos países nórdicos para a OTAN foi bem recebida pelos membros da Aliança, com exceção da Turquia.
“À medida que suas aplicações na OTAN forem consideradas, os Estados Unidos trabalharão com a Finlândia e a Suécia para vigiar qualquer ameaça à nossa segurança compartilhada e para impedir e combater ameaças ou agressões”, disse Biden em comunicado no dia em que as candidaturas foram anunciadas.
Mas um dos problemas colocados pela OTAN é o de obrigar os seus membros a cumprir o investimento de 2% do PIB com as forças armadas. Algo que vem sendo controverso, e levou o Ex-Presidente Donald Trump a questionar, pois para ele a conta dos EUA era maior que a dos outros membros. A conta da OTAN não fecha e há uma dependência americana. A Finlândia já excede esse limite de gastos, disse Haavisto. “Estamos excedendo 2% do PIB, então atendemos aos requisitos da OTAN”, disse ele, acrescentando que o país também encomendou recentemente 64 F-35. Porém é fato que muitos não conseguem, em especial na era pós-COVID, e que isto gera pedidos de proteção, que gera sobrecarga a membros como Itália, Espanha, Reino Unido, França e claro Estados Unidos.
A entrada da Finlândia e da Suécia na OTAN significa que toda a costa do Mar Báltico, excluindo o enclave russo de Kaliningrado, será membro da aliança.
A Turquia parece ser o principal impedimento para a Finlândia e a Suécia aderirem à aliança, pois acusa ambos os países de abrigar grupos terroristas. Haavisto disse que uma delegação finlandesa está ocorrendo com Ancara sobre suas preocupações turcas. Os países concordaram em continuar as negociações para resolver o assunto.
Siga-nos no Twitter @RFA_digital
@CAS