Fim de uma era: Boeing entregou o último 747 construído. Em uma cerimônia histórica realizada ontem (31/01) nas suas instalações em Everett, no estado de Washington, EUA, a Boeing reuniu milhares de convidados para celebrar a entrega do último 747, encerrando a linha de produção após mais de meio século. A última aeronave produzida foi entregue para a companhia cargueira Atlas Air, atualmente a maior operadora de 747 do mundo, com 58 unidades na sua frota.
Entre os convidados do evento estavam alguns remanescentes do “Time dos Incríveis”, a equipe de funcionários da Boeing que em 1967 projetou e construiu o primeiro 747. Eles receberam uma homenagem especial na fábrica de Everett, de onde saíram todas as 1.574 aeronaves produzidas.
“Este dia monumental é um reconhecimento das gerações de funcionários da Boeing que deram vida à primeira aeronave de fuselagem larga que ‘encolheu o mundo’ e revolucionou o transporte aéreo de passageiros e carga”, disse Stan Deal, presidente e diretor executivo da Boeing Commercial Airplanes. “Entregamos com satisfação este último cargueiro 747-8 para a Atlas Air, a maior operadora de aeronaves 747, onde a ‘Rainha dos Céus’ continuará inspirando inovações no transporte aéreo de carga.”
Apelidado como a “Rainha dos Céus”, esta foi a primeira aeronave de corredor duplo e o primeiro “Jumbo” produzido no mundo, proporcionando as companhias aéreas realizar voos transoceânicos sem escalas. Seu desenvolvimento consolidou a Boeing como líder do setor de aviação comercial.
Seu design único com um andar superior na parte frontal da fuselagem, encantou gerações de passageiros e operadores por mais de 50 anos. Desde a primeira versão 747-100 (1967), até a última 747-8 (2005), a Boeing sempre procurou aprimorar o design original oferecendo economia operacional e eficiência inigualáveis para os mercados de transporte aéreo de passageiros e carga.
O último Boeing 747 foi entregue para a Atlas Air com a matrícula N863GT (c/n 67150). A aeronave, modelo 747-8F, recebeu uma pintura híbrida, com o lado direito padrão Atlas Air, com um pequeno adesivo com o rosto de Joe Sutter, o gerente e “pai” do programa 747, e o lado esquerdo com os títulos da Apex Logistics, uma subsidiária da Atlas Air.
Após a cerimônia, o B747-8F da Atlas Air decolou do Aeroporto de Everett (PAE/KPAE) rumo ao Aeroporto de Cincinati (CVG/KCVG), cumprindo o voo de translado “GIANT 747” (GTI 747). Durante a rota, a tripulação programou um trajeto que formou o “desenho” de uma coroa com o número 747, alusivo à “Rainha dos Céus”, observada nos sites de rastreio online.
“É uma honra continuar nossa longa história de operações com esta aeronave icônica para os nossos clientes em todo o mundo”, disse John Dietrich, presidente e diretor executivo da Atlas Air Worldwide. “A Atlas Air foi fundada há mais de 30 anos com apenas um cargueiro 747-200 convertido e, desde então, percorremos o mundo operando quase todos os tipos da frota do 747, incluindo o Dreamlifter, o cargueiro 747 Large Cargo Freighter da Boeing, para o transporte de peças do 787 Dreamliner. Agradecemos à Boeing pelo seu compromisso com a segurança, qualidade, inovação e meio ambiente, e pela parceria para garantir o sucesso contínuo do programa 747 enquanto operamos a aeronave nas próximas décadas.”
Entre 1969 e 2023 foram construídos 205 Boeing 747-100, 45 B747SP, 393 B747-200, 81 B747-300, 694 B747-400 e 153 B747-8, totalizado 1.574 aeronaves.
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