Fim da linha de montagem do Typhoon pela BAE Systems em Warton
Fim da linha de montagem do Typhoon pela BAE Systems em Warton. A montagem final do Eurofighter Typhoon foi encerrada nas instalações da BAE Systems em Warton, em Lancashire, pois os pedidos existentes estão chegando ao fim e nenhum novo contrato doméstico ou de exportação foi garantido.
A BAE Systems transferiu centenas de trabalhadores de Warton para outras instalações da empresa ou bases da RAF. A medida ocorre em meio à crescente pressão de sindicatos e figuras da indústria para que o governo do Reino Unido se comprometa com um quarto lote de jatos Typhoon, incluindo a mais recente atualização “T5”, para sustentar empregos e capacidade industrial até que o Global Combat Air Programme (GCAP) entre em produção no final desta década.
A secretária-geral do Unite, Sharon Graham, criticou a postura do governo em relação às compras, questionando seu compromisso declarado de apoiar empregos na indústria de defesa do Reino Unido. “Trabalhadores da BAE e de toda a indústria de defesa e manufatura do Reino Unido estarão observando o fim da produção da montagem final do Typhoon em Warton e questionando como um governo que promete transformar os gastos com defesa em ‘crescimento britânico, empregos britânicos, habilidades britânicas, inovação britânica’ pôde permitir que isso acontecesse”, disse ela.
O sindicato alertou que a transferência de trabalhadores qualificados de Warton arrisca corroer a base industrial do Reino Unido, justamente quando o programa GCAP, desenvolvido em conjunto com o Japão e a Itália, está prestes a ganhar força. Graham afirmou: “Em vez de planejar o futuro e garantir que os trabalhadores qualificados estejam prontos para produzir a próxima geração de caças, eles ainda parecem satisfeitos em ficar de braços cruzados enquanto essas habilidades começam a definhar e morrer”.
O Unite está solicitando ao Ministério da Defesa que faça um pedido de Typhoons atualizados para substituir as antigas aeronaves da RAF. Rhys McCarthy, diretor nacional da Unite para o setor aeroespacial, argumentou que a dependência do governo em potenciais pedidos de exportação para suprir a lacuna de produção é equivocada. McCarthy alertou que, sem uma ordem imediata, a interrupção afetaria toda a cadeia de suprimentos aeroespacial do Reino Unido: “este é um ato de autossabotagem que causará estragos na força de trabalho aeroespacial em Lancashire e em uma cadeia de suprimentos em todo o Reino Unido que sustenta milhares de empregos”.
O Ministério da Defesa ainda não se pronunciou sobre a declaração da Unite. O Typhoon, desenvolvido em parceria com a Alemanha, Itália e Espanha, permanece em serviço na linha de frente da RAF e de diversas forças aéreas aliadas. O futuro caça do Reino Unido, o GCAP, deverá entrar em serviço em meados da década de 2030.
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