Farnborough 2024: avança o projeto conjunto GCAP para o caça de sexta geração. O Programa Global de Aviões de Combate, ou Global Combat Air Programme (GCAP), uma iniciativa conjunta do Reino Unido, Japão e Itália para desenvolver um caça de sexta geração, avança a um “ritmo fenomenal” e espera competir com um projeto rival da França, Alemanha e Espanha. A entrada em serviço está prevista para 2035.
As empresas BAE Systems (Reino Unido), Mitsubishi Heavy Industries (Japão) e Leonardo (Itália), que lideram o projeto, apresentaram um modelo em escala real da futura aeronave no salão aeronáutico de Farnborough 2024, no Reino Unido. O GCAP inclui além da aeronave, um sistema integrado de drones leais (loyal wingman) comandados por Inteligência Artificial (IA).
“Há um ritmo e uma energia fenomenais por trás deste programa, tanto do ponto de vista governamental quanto da indústria”, disse Herman Claesen, diretor de programa da BAE Systems, em entrevista coletiva.
Em 2025, os três países planejam entrar na fase de desenvolvimento real e mobilizar bilhões de euros em investimentos divididos igualmente. Contudo, o novo governo trabalhista no Reino Unido está revendo o seu programa de defesa, o que poderá pôr em risco o futuro do GCAP.
Apesar disto, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, destacou a importância deste programa para o Reino Unido, durante visita ao salão de Farnborough na segunda-feira (22/07).
O programa GCAP entraria em serviço pelo menos cinco anos antes do projeto concorrente Future Combat Air System (FCAS) desenvolvido pela França, Alemanha e Espanha, que tem como objetivo substituir os atuais aviões de combate como o Eurofighter Typhoon e o Dassault Rafale. O voo inaugural do primeiro protótipo do GCAP está previsto para voar em 2027, dois anos antes do FCAS.
Segundo Mike Schoellhorn, diretor da Airbus Defence and Space, que executa o projeto FCAS em conjunto com a empresa Dassault Aviation, “não faz sentido ter dois programas de aeronaves de sexta geração na Europa”.
Os Estados Unidos, que investe cinco vezes mais em defesa do que todos os países europeus, têm dúvidas sobre o alto orçamento necessário para desenvolver o seu caça de sexta geração, denominado Next Generation Air Dominance (NGAD).
Na Europa não existe atualmente qualquer aproximação entre os dois programas rivais. Segundo Mike Schoellhorn, qualquer decisão a este respeito dependeria da vontade dos diferentes governos.
Segundo o executivo da Airbus, há domínios em que os dois programas poderiam cooperar, como os armamentos (o fabricante europeu de mísseis MBDA participa em ambos os projetos), os drones loyal wingman, entre outros sistemas.
@FFO