

Falta de técnicos atrasa capacidade operacional total dos F-35A da Noruega. Recentemente a Força Aérea Real da Noruega (RNAF) comemorou o recebimento dos últimos caças F-35A Lightning II de 52 encomendados da Lockheed Martin. O fato foi celebrado com um misto de sucesso e preocupação.
A operação desta grande frota de avançados caças furtivos de quinta geração demanda um robusto suporte técnico de retaguarda, com especialistas treinados e capacitados. A falta desses profissionais tem atrasado o cronograma operacional das Unidades de F-35A da Noruega e vem chamando a atenção das autoridades no País.

Em dezembro de 2023, o Gabinete do Auditor Geral do governo criticou o Ministério da Defesa (MD) por subestimar significativamente a necessidade de técnicos especializados para trabalhar nos novos aviões de combate. Em 2024, o MD reconheceu a falta de aproximadamente 100 técnicos e, na semana passada, a estimativa era que ainda faltavam cerca de 90 especialistas.
“Não há dúvidas de que temos poucos técnicos no F-35 para utilizar todo o potencial deste sistema de armas”, disse o Coronel Ole Marius Tørrisplass, Comandante da 132ª Ala Aérea de Ørland, afirmando ainda que em caso de guerra essa deficiência se tornará muito evidente. “Queríamos resolver o problema agora, mas este é um projeto de longo prazo. Nós cresceremos, mas isso levará tempo. É que demora muito tempo para formar um técnico”, pontuou o Coronel Tørrisplass.

O Oficial da RNAF afirma que já foram implementadas uma série de medidas para ampliar o treinamento técnico, com a oferta de vários cursos de especialização e laboratórios. Outras ações serão realizadas, incluindo o estabelecimento de um programa de formação na Academia da Força Aérea, além de projetos pensados para melhorar a vida, o cotidiano e o bem estar desses profissionais.
“A retenção de pessoal é algo em que trabalhamos muito. Analisamos como estruturar o cotidiano e criar neles o desejo permanecer na Força” disse o Oficial, destacando a construção de moradias nas Bases e outras facilidades para atrair e reter os profissionais na região.

Apesar desta carência técnica, o Coronel ressalta que a RNAF vem cumprindo com a sua missão: “Fornecemos poder aéreo com o F-35 todos os dias. Ficamos de prontidão na Polônia no ano passado, participamos de exercícios nos Estados Unidos e estamos cumprindo nossas missões de prontidão o tempo todo, 24 horas por dia”.
Por outro lado, o deputado Hårek Elvenes solicitou os números atualizados ao Ministro da Defesa, pois ele acredita que a escassez de mão-de-obra nos quadros da RNAF é ainda maior este ano devido ao aumento da frota. “Isso é alarmante”, enfatiza Elvenes, afirmando que “esperava que o número atual fosse menor agora do que no ano passado, que as medidas anunciadas teriam um efeito positivo claro depois de um ano. Estou surpreso que seja tão tarde”.

Esse problema tem causado frequentes adiamentos no cronograma das Unidades F-35A para a obtenção da Capacidade Operacional Total (FOC). “Isso não é bom. Entendo que é complexo, mas aí também é preciso colocar todas as peças no tabuleiro”, disse o deputado, ressaltando que o F-35 é o principal sistema de combate das Forças Armadas.
Espera-se que durante o ano que vem os F-35A da RNAF comecem a receber as atualizações de software, o que permitirá a integração do Míssil Joint Strike. “Este é um passo fundamental para o caça de quinta geração atingir o mais alto nível operacional”, disse o Chefe de Comunicações da RNAF, Eivind Byre.
Na conclusão do seu relatório, o Gabinete do Auditor Geral afirmou que entre o período de 2012 e 2022, o Ministério da Defesa não planejou adequadamente o orçamento de forma que os F-35A atingissem a FOC até 2025. A carência de mão-de-obra especializada foi um ponto importante neste contexto de atrasos.
Fonte: Forsvaretsforum
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