FAB liderou força-tarefa para revitalizar as pistas de pouso da AFA. A Força Aérea Brasileira (FAB) liderou uma força-tarefa de vários órgãos para revitalizar as duas pistas do Aeródromo da Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga (SP). Trata-se de um dos aeródromos mais movimentados do Brasil, com as operações diárias dos vários T-27 Tucano utilizados pelos cadetes na FAB, além do treinamento dos A-29 do Esquadrão de Demonstração Aérea “Esquadrilha da Fumaça”, e pelas diversas aeronaves civis e militares que por ali passam.
Sob a responsabilidade da Diretoria de Infraestrutura da Aeronáutica (DIRINFRA) e coordenação da AFA, a obra, que se estendeu por mais de 180.000m² de asfalto, será entregue no segundo semestre de 2023.
Segundo o Chefe da Seção de Prevenção e Investigação de Acidentes Aeronáuticos da AFA e especialista em segurança de voo, Major Aviador Fernando Lopes da Silva, as condições das pistas contribuem para evitar ocorrências relacionadas aos momentos mais críticos da operação aérea: a decolagem e o pouso. “Danos ao trem de pouso e a grande presença dos chamados Foreign Objects [em português, significa Objetos Estranhos] são algumas das variáveis que podem estar presentes em pistas irregulares e danificadas, sendo uma preocupação a ser acrescentada dentre as já existentes em um voo, fatores esses que podem ocasionar diversas perdas materiais e de vidas humanas”, disse.
O Tenente Engenheiro Civil Matheus Oliveira, Doutorando em pesquisa de pavimentação e elo técnico do Destacamento de Infraestrutura da Aeronáutica de São José dos Campos (DTINFRA-SJ), explicou que a massa asfáltica emborrachada foi produzida com milhares de pneus usados. “Somente nesta obra foram utilizadas cerca de 52.700 unidades de pneus inutilizados, os quais deixaram de ser descartados no meio ambiente, principalmente de forma incorreta, as quais trazem graves problemas ecológicos e sanitários, como, por exemplo, o abrigo para o criadouro dos mosquitos Aedes Aegypti, transmissor da Dengue, da Zica e da Chikungunya”, relata.
Essa técnica utiliza-se do material nobre do pneu descartado, onde são aproveitados os polímeros que alimentam os fornos da usina asfáltica, transformados em pó de borracha, o qual é adicionado a mistura para produção do asfalto.
Em dezembro de 2021, durante uma inspeção periódica da DIRINFRA, foram apontados em relatório diversos danos que comprometiam a segurança de voo nos pousos e decolagens no setor oeste da AFA. Sendo assim, já em fevereiro de 2022 foi realizada a visita de inspeção e levantamento de dados para confecção do projeto de reforma da pista pelo Centro de Estudos e Projetos.
Segundo o projetista, Capitão Engenheiro Civil Edmir José dos Santos Junior, a elaboração de projetos é um dos momentos de maior satisfação para os profissionais da área de arquitetura e engenharia. “Isso porque é nesse momento que podemos aplicar os aprendizados e nos desenvolver tecnicamente, buscando as melhores soluções. E, na etapa da execução, ver o nosso trabalho saindo do papel, gera um sentimento de realização e plenitude, além da motivação de continuar nosso aperfeiçoamento”, comentou.
De acordo com a Engenheira Civil Shahla Felisbino Dias, fiscal da obra que participou ativamente nos trabalhos desde a elaboração, a obra foi um grande legado profissional e um belo exemplo de profissionalismo. “Foi um movimento sinérgico capaz de produzir um belo exemplo de eficiência administrativa, além de um serviço de ótima qualidade, desde o projeto até o fim da obra entregue à Força Aérea Brasileira”, completou.
Fonte: FAB
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