FAB desativou o 1º/6º GAV “Esquadrão Carcará”. O 1º/6º Grupo de Aviação (1º/6º GAV) “Esquadrão Carcará”, sediado na Ala 2 – Base Aérea de Anápolis (GO), foi oficialmente desativado na manhã desta segunda-feira (20/12). Uma cerimônia realizada na sede do Esquadrão encerrou a história de mais de 70 anos da unidade.
Com a desativação do último Gates Learjet R-35A ocorrida no final do ano passado (leia notícia aqui), o 1º/6º GAV estava operando com apenas três Gates Learjet R-35AM especialmente modificados para missões de coleta de dados e inteligência. Apesar de terem os seus equipamentos de missão modernizados, esses R-35AM são células com mais de 30 anos de idade, e que estavam sofrendo com a logística no fornecimento de peças de reposição.
No início da tarde de 20/12, o “Carcará 03” (FAB 6003) fez seu último voo, decolando da Base Aérea de Anápolis (GO) às 13:42 (horário local), com destino à Base Aérea dos Afonsos (RJ), onde será preservado no acervo do Museu da Aeronáutica (MUSAL). Os dois restantes (FAB 6004 e 6005), serão enviados para a Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos (SP), onde entrarão em processo de preservação, até que o seus destinos sejam decididos pelo Comando da Aeronáutica.
Em 1987 a Força Aérea Brasileira (FAB) encomendou uma dúzia de Gates Learjet 35A para a fabricante, sendo nove VU-35A (FAB 2710 à 2718) destinados para o Grupo de Transporte Especial (GTE) e três R-35A (FAB 6000 à 6002) para o 1°/6° GAV – Esquadrão Carcará.
Em 2011, três células (FAB 2710, 2712 e 2713) foram repassados para o Esquadrão Carcará, onde receberam as matrículas FAB 6003, 6004 e 6005 respectivamente. Essas aeronaves foram modificadas para o padrão R-35AM “Mike”, recebendo sendores Thales DR-3000 Mk.2B, para cumprir as missões de Guerra Eletrônica e Reconhecimento. Entre 2011 e dezembro de 2020, o Esquadrão Carcará operou concomitantemente com os R-35A (originais) e os R-35AM (modernizados).
Com a desativação do 1º/6º GAV, três unidades da FAB ficam responsáveis pelas missões IVR (Inteligência, Vigilância e Reconhecimento):
– 2º/6º GAV “Esquadrão Guardião” de Anápolis (GO) com aeronaves R-99/E-99;
-1º/12º GAV “Esquadrão Hórus” de Santa Maria (RS) com drones RQ-450 e RQ-900;
-1º/10º GAV “Esquadrão Poker”, também de Santa Maria (RS), equipados com jatos A-1M.
História do 1º/6º Grupo de Aviação – Esquadrão Carcará
O Esquadrão Carcará tem a sua origem no Centro de Treinamento de Quadrimotores (CTQ), criado em 24 de janeiro de 1951, e equipado com as famosas B-17 “Fortalezas Voadoras” (FAB 5400 à 5411). Em 25 de setembro de 1953 o CTQ deu lugar ao Sexto Grupo de Aviação, que teve a responsabilidade de realizar missões SAR (1°/6° GAV) e Reconhecimento Fotográfico (2°/6° GAV). Em dezembro de 1968 o 2°/6° GAV foi desativado e as B-17 deram lugar à três SC-130E Hércules (FAB 2458 à 2460) nas missões de Busca e Resgate.
Em 20 de agosto de 1977, o 1°/6° GAV recebeu os primeiros de seis Embraer R-95 Bandeirante de Reconhecimento (FAB 2240 à 2245). Em 1987, o Esquadrão Carcará entrou na era do jato com a chegada dos R-35A Learjet (FAB 6000, 6001 e 6002), especializados na Missão de Reconhecimento Fotográfico. Desta forma, os C-130E, bem com a missão SAR, foram repassadas para o 1º GTT.
Em dezembro de 2010 os R-95 Bandeirante foram desativados, e no ano seguinte o Esquadrão Carcará recebeu os três R-35AM modernizados (FAB 6003, 6004 e 6005) para missão de Reconhecimento Eletrônico. Desde a sua fundação o 1º/6º GAV esteve sediado na Base Aérea do Recife/PE, e em janeiro de 2017, a unidade foi transferida para a Base Aérea de Anápolis/GO, até ser desativada em 20/12/2021.
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