

F-35A terá capacidade de reabastecimento em voo na RAF? A futura compra dos F-35A para a Royal Air Force, para ampliar a capacidade nuclear, abriu questões de como a própria RAF fara o Reabastecimento em Voo. (REVO).
Em uma troca de mensagens na Câmara dos Comuns, após o anúncio do Reino Unido de que se juntará à missão nuclear de Aeronaves de Dupla Capacidade (DCA) da OTAN com 12 F-35A, o ex-ministro das Forças Armadas e atual Secretário de Defesa Sombra, James Cartlidge, pressionou os ministros sobre questões não respondidas sobre a capacidade e prontidão da frota planejada, em especial de REVO.


Embora Cartlidge tenha acolhido a decisão “em princípio”, ele questionou os detalhes: “Qual é a data prevista para a entrada em serviço dos F-35A? Eles estarão em serviço ou apenas entregues? O governo ainda encomendará os F-35B restantes conforme planejado? E como eles serão reabastecidos, considerando as diferenças de sistemas?”
Em resposta, a Ministra da Defesa, Maria Eagle, disse que o governo estava “esperançoso de que a aeronave começasse a ser entregue antes do final da década” e confirmou que o Reino Unido ainda prosseguiria com o próximo lote de 15 F-35B, com os 12 novos F-35A.
No entanto, a resposta da Eagle à questão do reabastecimento ar-ar causou surpresa. Como a frota de Voyagers da RAF não possui o sistema de flying Boom (lança) necessário para o F-35A, a aeronave não pode ser reabastecida por aviões-tanque britânicos. “Esta é uma missão da OTAN”, disse a Eagle à Câmara. “A OTAN, é claro, poderá realizar o reabastecimento ar-ar.”
Conforme a RAF, a função principal dos F-35A, pelo menos a curto prazo, não será como veículos de lançamento nuclear de linha de frente, mas como plataformas de treinamento. “No dia a dia, os F-35As serão utilizados em treinamento no 207 Sq, a Unidade de Conversão Operacional (OCU)”, afirmou a RAF. Como o F-35A transporta mais combustível do que a variante STOVL B, ele oferece maior tempo de voo durante missões de treinamento. Também requer menos manutenção, aumentando a disponibilidade para instrução de pilotos. “Esses fatores combinados aprimorarão o treinamento de pilotos e reduzirão o tempo que os pilotos levam para chegar aos esquadrões da linha de frente”.
Embora essa justificativa de treinamento possa fornecer valor operacional, a compra de aeronaves com capacidade nuclear que não podem ser reabastecidas por meios soberanos e cujo papel inicial não está relacionado a ataques levanta questões persistentes sobre até que ponto o Reino Unido pretende exercer controle independente de um meio de dissuasão lançado pelo ar.
Uma opção seria os F-35A da RAF terem o mesmo sistemas de REVO dos F-35B/C, isto é, com probe anda drogue — o que geraria uma nova variante e, claro, custos se homologação. Este não deve ser o caminho adotado pela RAF. Outra opção seria a RAF adquirir um novo A330 MRTT ou instalar em um ou dois Voyager da atual frota a lança de REVO.
O que a Ministra da Defesa, Maria Eagle quis dizer é que o REVO seria feito pelos Airbus A330 Multi-Role Tanker Transport (MRTT) da unidade Multinational Multirole Tanker Transport (MMTT), que recentemente ampliou sua frota para 12 aeronaves encomendadas, das quais 9 entregues e designadas KC-30.

Os ministros enfatizaram a integração de alianças e a interoperabilidade como um ponto forte, mas, como as perguntas de Cartlidge ressaltam, os críticos provavelmente continuarão investigando se as lacunas de capacidade estão sendo silenciosamente absorvidas pelas premissas multinacionais.
Abaixo os A330 MRTT (KC-30M) da unidade Multinational Multirole Tanker Transport (MMTT):
A MMTT é composta por Holanda, Bélgica, Alemanha, República Tcheca, Luxemburgo, Noruega, Suécia e da Dinamarca. As aeronaves serão divididas entre Eindhoven, na Holanda (base principal) e Cologne-Wahn, na Alemanha (base avançada). Pelo menos um KC-30M estará permanentemente configurado para a função de Evacuação Aeromédica (EVAM). A primeira aeronave foi recebida em junho de 2020 e a última deverá ser entregue pela Airbus em 2029.
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