Exército Chinês transfere unidades da Aviação Naval para a Força Aérea. A China parece ter conduzido uma grande reorganização de seu poder aéreo naval, com várias unidades de Aviação da Marinha do Exército Popular de Libertação (PLAN) sendo transferidos para a Força Aérea do Exército Popular de Libertação (PLAAF).
De acordo com o Instituto de Estudos Aeroespaciais da China (CASI) da USAF, pelo menos 10 Brigadas da PLAN e um Regimento de Bombardeiros foram transferidos para a PLAAF. Após essa movimentação, a PLAN mantém apenas oito unidades de aviação conhecidas, enquanto a situação da 5ª Brigada de Aviação Naval é desconhecida.
As transferências representam a maior parte das capacidades de ataque e combate aéreo do PLAN. “Em termos de capacidades navais, esta movimentação coloca maiores demandas para o sistema do teatro conjunto de comando na execução de ataques marítimos”, escreveu Rod Lee, autor do relatório CASI.
“Anteriormente, por ter sua própria aviação naval, a PLAN poderia executar ataques marítimos relativamente complexos sem alavancar as capacidades cinéticas dos outros serviços do Exército Popular de Libertação”, afirmou Lee.
O realinhamento poderia ter vários benefícios, como o rápido gerenciamento de forças sob o comando da PLAAF e o aprimoramento da padronização operacional, como por exemplo, no caso das tripulações dos bombardeiros Xian H-6 da PLAN e dos H-6 da PLAAF, que até então recebiam treinamentos distintos.
A reorganização também cria uma defesa aérea mais uniforme ao longo da costa da China. Antes, a PLAAF era encarregada da defesa aérea ao longo da maior parte da costa, enquanto a PLAN tinha responsabilidades em duas áreas, incluindo a Ilha de Hainan e a província de Zhejiang. A defesa aérea da província de Shandong, no norte, era de responsabilidade das duas forças conjuntas.
“Ao realinhar essas antigas unidades da PLAN para baixo da PLAAF, o Alto Comando do PLA eliminou uma possível divisão geográfica no gerenciamento e controle das missões de defesa aérea”, escreveu Lee, acrescentando que “a mudança liberará o foco da PLAN para operações baseadas em porta-aviões, embora possa perder algumas capacidades, como transportar minas marítimas em aeronaves JH-7 e H-6, o que ainda poderá ser realizado pelos Shaanxi Y-9”.
A PLAN ainda mantém três unidades de missão especial e um regimento de veículos aéreos não tripulados. Isso fornecerá ao Comando de Aviação Naval uma capacidade orgânica para alerta e controle aéreo antecipado, guerra antissubmarino, bem como inteligência, vigilância e reconhecimento.
Por outro lado, a transferências dos bombardeiros H-6 da PLAN para a PLAAF, permitirá que ela desloque mais bombardeiros para missões de ataque nuclear sem afetar sua capacidade para missões de bombardeio convencionais.
“Ao todo, essa mudança representa uma mudança perceptível na forma como o Exército Chinês se organiza. Quer isso tenha sido feito voluntariamente pelos Comandos das Forças, ou por ordem superior, a eliminação de recursos redundantes demonstra uma melhoria operacional marcante no PLA”, afirmou Lee.
Fonte: Flight Global
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