

EUA realiza mais uma missão com B-52H e F/A-18 na costa venezuelana. Um bombardeiro B-52H Stratofortress da USAF, sediado na Base Aérea de Minot, em Montana, sobrevoou o Mar do Caribe perto da Venezuela ontem (24), na segunda missão na região em cinco dias.
Utilizando o indicativo “PAPPY11”, o B-52H matrícula USAF 60-0007, voou na costa da venezuelana, passando próximo da capital Caracas, escoltado por caças F/A-18 da Marinha, com seus transponders ligados. Possivelmente foi mais uma missão sob a Operação Lança do Sul (Southern Spear), que visa o monitoramento e a dissuasão do tráfico de drogas na área.

No início do dia, dois bombardeiros B-52H, indicativos “PAPPY11” e “PAPPY12”, foram vistos deixando Minot em direção ao sul, para a Península de Yucatán, no México. No meio do caminho, um dos bombardeiros retornou à Base, enquanto o outro continuou até a costa da Venezuela. O Comando Militar Sul dos EUA (SOUTHCOM) não comentou o assunto.

Quatro dias antes, em 20/11, vários bombardeiros B-52 de Minot voaram para o Caribe, em uma “Demonstração de Ataque de Bombardeiros”, conforme declarou o Comando Sul da USAF. Um oficial americano descreveu a operação como sendo uma “patrulha de presença”.
Esses voos são parte de uma campanha de pressão do governo Trump para forçar a renúncia do presidente venezuelano Nicolás Maduro, considerado líder de um cartel internacional de tráfico de drogas.

Entre os diversos meios militares que os EUA operam no Caribe estão drones MQ-9 Reaper e aeronaves de ataque AC-130J da USAF, caças F-35B do Corpo de Fuzileiros Navais estacionados em Porto Rico, aeronaves de patrulha marítima P-8 Poseidon da Marinha, além dos navios de guerra enviados para a região, incluindo o super porta-aviões USS Gerald R. Ford (CVN-78) e sua Ala Aérea embarcada.
Sob a Operação militar Southern Spear, as Forças Armadas dos EUA no Caribe já realizaram pelo menos 21 ataques aéreos contra barcos utilizados pelos cartéis do narcotráfico na região, resultando em menos 83 traficantes mortos. O governo classifica esses cartéis de drogas como grupos terroristas que representam uma ameaça para a segurança dos Estados Unidos.

Para manter a segurança ao tráfego aéreo civil internacional que cruza a região, a Federal Aviation Administration (FAA) emitiu em 21/11 um aviso aos pilotos (NOTAM) relatando riscos potencialmente elevados ao voar na Região de Informação de Voo (FIR) Maiquetia (SVZM), que cobre todo o espaço aéreo da Venezuela. Válido até 19 de fevereiro de 2026, o NOTAM afirma que a piora na segurança e a intensificação da atividade militar na região podem representar risco à aviação civil.

Além da movimentação de aeronaves militares do Caribe, a FAA relata que desde setembro, pilotos que cruzaram o espaço aéreo venezuelano reportaram episódios de interferência nos sistemas de navegação por satélite (GPS) das suas aeronaves. Diante disso, a FAA alerta que bloqueadores de sinais eletromagnéticos (conhecidos por jammers e spoofers), podem afetar sistemas embarcados de comunicação e navegação por até 250 milhas náuticas (460km) de distância da fonte.
No documento, a FAA solicita que operadores civis americanos notifiquem sua intenção de operar na FIR Maiquetia com pelo menos 72 horas de antecedência. A agência também orienta que qualquer incidente de segurança seja reportado imediatamente ao seu centro de operações em Washington. Conforme a FAA, a situação na área segue sob monitoração, podendo ser atualizada em caso de necessidade.
Entre no nosso grupo de WhatsApp
@FFO