EUA envia 3 mil soldados para auxiliar na evacuação de Cabul. No dia 13 de agosto o Presidente Americano Joe Biden autorizou o envio de 3.000 soldados adicionais para Cabul – capital do Afeganistão para proteger o aeroporto, acelerar a evacuação do pessoal da embaixada dos Estados Unidos e retirar do Afeganistão os afegãos que ajudaram as forças americanas nas últimas duas décadas, correndo contra o tempo, enquanto as tropas do Talibã continuam seu rápido avanço pelo país.
Três batalhões de infantaria que já estão posicionados no Oriente Médio vão se deslocar para Cabul nas próximas 24 horas. Até o dia 16, todos devem estar na capital afegã. Além disso, uma brigada de infantaria de combate de Fort Bragg, Carolina do Norte (82nd Airborne Division) com cerca de 3.500 soldados será enviada ao Kuwait, caso sejam necessário o envio de tropas adicionais. O Pentágono também irá enviar transporte aéreo adicional – o que irá envolver cerca de 1000 mil militares da USAF, para ajudar na evacuação que deve ocorrer até o dia 31 de agosto, marcado o fim de quase 20 anos de presença americana no Afeganistão. Vale lembrar que a Guerra do Afeganistão iniciou em 7 de outubro de 2001, fruto da resposta dos EUA aos ataques de 11 de setembro de 2001.
“O presidente ordenou a redução do pessoal civil em nossa embaixada em Cabul e a aceleração da evacuação dos requerentes de visto especial de imigrante afegão do país”, disse Kirby.
O envio temporário de tropas para a evacuação segura de militares e civis indica que o Talibã está cada vez mais próximo de tomar conta de grande parte do país. O Talibã vem crescendo e, no dia 13 de agosto, assumiu o controle quase toda a parte sul do Afeganistão, incluindo o controle de mais quatro províncias.
O último grande golpe para o Governo do Afeganistão veio na forma da perda do controle de Lashkargah, capital da província de Helmand, onde americanos, ingleses e outros aliados da coalizão da OTAN travaram batalhas ferozes nas últimas duas décadas. Centenas de soldados ocidentais foram mortos durante o conflito, num esforço para destruir a milícia do Talibã na província. Seu objetivo era dar ao governo central e ao Exército do Afeganistão uma chance melhorar o controle do país, o que agora se mostrou inútil.
Tanto o Pentágono quanto o Departamento de Estado argumentaram que: “isso não é abandono. Isso não é uma evacuação”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price. A partida “não deve ser interpretada como se os Estados Unidos estivesse abandonando sua missão no Afeganistão, disse Price.
Mas a evacuação está ocorrendo em um cenário onde várias capitais de províncias afegãs caindo nas mãos do Talibã, e em meio ao aumento da probabilidade de Cabul cair dentro de semanas. Isto aponta que em poucos meses o Afeganistão se tornará um Emirado Islâmico radical, com grande possibilidade de ser mais uma ameaça terrorista aos EUA e seu aliados.
No dia 12 de agosto, o Reino Unido também anunciou que está enviando forças adicionais – 600 militares e aconselhou seus cidadãos a deixar o país o mais rápido possível. O envio adicional está relacionado ao aumento da violência e da rápida deterioração do ambiente de segurança no país. Paralelamente, o número de funcionários trabalhando na Embaixada Britânica em Cabul foi reduzido a uma equipe central focada em fornecer serviços consulares e de vistos para aqueles que precisam deixar o país rapidamente, disse o Ministério da Defesa britânico em um comunicado à imprensa.
O Pentágono também está enviando cerca de 1.000 soldados ao Catar para ajudar a estabelecer uma conexão por satélite para acelerar o processo de vistos especiais de imigrantes para afegãos que querem sair do país.
@CAS