EUA e Israel unem esforços contra drones iranianos. Os EUA e Israel estabelecerão um grupo de trabalho interagências, sobre a crescente ameaça dos veículos aéreos não tripulados (UAV) armados com mísseis guiados produzidos pelo Irã e fornecidos para os seus aliados no Oriente Médio. A informação foi divulgada pelo Forbes Defense em 28 de abril.
Estas ameaças foram sublinhadas por um aparente ataque de drones a um petroleiro sírio na semana passada. Os últimos modelos fornecidos pelo Irã, podem atingir alvos a mais de 2.000 quilômetros de distância, o que indica que eles estão mudando de patamar.
Isolado comercialmente pelas sanções internacionais, o Irã se tornou um importante desenvolvedor de UAV, muitas vezes usando a engenharia reversa de drones americanos capturados. A tecnologia iraniana impulsionou a campanha de drones de longo alcance dos rebeldes Houthi contra a Arábia Saudita, incluindo um ataque em massa de drones que incendiou a gigantesca instalação de processamento de petróleo Abqaiq.
Recentemente a Força Terrestre do Exército Iraniano apresentou novas tecnologias importantes para atualizar sua frota de drones militares, demonstrando a rapidez com que a ameaça está evoluindo.
O novo micro-motor turbojato Ranesh-1, substituirá os motores atuais a hélice em uma variedade de drones e mísseis de cruzeiro. Embora esses motores estejam disponíveis no mercado internacional, eles são estritamente controlados e não podem ser importados facilmente. Rebeldes Houthi baseados no Iêmen, e apoiados pelo Irã, atualmente usam motores à hélices chineses e alemães nos seus drones Samad-3, que poderão ser atualizados com os novos Ranesh-1, que prometem maior velocidade e autonomia.
Muitas forças estão reforçando suas defesas aéreas para enfrentar os drones. Os sauditas parecem estar derrubando a maioria dessas aeronaves enviadas contra seu território.
O Irã apresentou o sistema eletrônico de contramedidas embarcado Taha 1400, que usa antenas direcionais para cobrir uma ampla área de operação, mantendo a segurança do voo de vários drones. Desta forma, as aeronaves poderão atingir seus objetivos sem serem detectados pelos sistemas de defesa do espaço aéreo.
Um dos sistemas mais significativos apresentados pelo Irã, é o controle dirigido por inteligência artificial, chamado de Mass Flight, uma esquadrilha de drones interligados através de uma rede com comunicações seguras. Desta forma, um “drone líder” comanda de forma autônoma (ou através de orientações de um operador em terra), uma esquadrilha de até nove “alas”, para a coordenação das ações conjuntas. O sistema pode realizar uma missão pré-programada para atacar alvos terrestres específicos ou lidar com missões por conta própria, identificando e engajando alvos. Este sistema terá a capacidade de combate aéreo, o que está alinhado com uma afirmação anterior do Irã, de que alguns de seus drones estavam armados com mísseis ar-ar.
O Mass Flight, assim como as outras novas tecnologias, atualizará a extensa frota de drones existente. Embora menos sofisticado do que alguns dos softwares de enxame em desenvolvimento pelos Estados Unidos e em outros países, ele poderia permitir ataques em maior escala.
Toda essa tecnologia aponta para uma ameaça que aumenta rapidamente: drones mais rápidos com maior alcance que são mais difíceis de abater, atacando em grandes números. Com os EUA, e particularmente os porta-aviões da região, e Israel sendo alvos prováveis, certamente é um bom momento para ambos enfrentarem essa ameaça.
@FFO