

EUA confirma incidente com caças venezuelanos no Mar do Caribe. Na manhã de quinta-feira, 4 de setembro de 2025, dois caças F-16A da Força Aérea Venezuelana (FAV) sobrevoaram um destróier da US Navy em águas internacionais.
Os F-16 do Grupo Aéreo de Caza 16, decolaram de sede, a Base Aérea de El Libertador, em Palo Negro, e rumaram ao que se tornaria um dos encontros mais simbólicos da história disputa EUA x Venezuela. Ironicamente, estes caças americanos, recebidos em 1983, sobrevoaram intencionalmente o USS Jason Dunham (DDG-109), um destróier da classe Arleigh Burke, avaliado em US$ 1,8 bilhão, um dos navios da US Navy envolvidos desde a semana passada nas ações anti-drogas da administração Trump.
A seleção de F-16 para o sobrevoo de 4 de setembro pode ter sido estratégica. Com 21 Su-30MK2V Flankers operacionais em estoque, a Venezuela poderia ter usado este vetor para à “operação presença”. O alcance, a capacidade de carga útil e os sistemas de armas integrados dos Su-30 teriam representado uma ameaça mais crível para o fortemente defendido USS Jason Dunham. Em vez disso, os comandantes venezuelanos optaram deliberadamente por empregar suas antigas aeronaves F-16A/B Bloco 15 OCU, cientes de suas limitações técnicas, talvez para demonstrar que não era uma ataque.

A mobilização inclui sete embarcações de guerra, um submarino com propulsão nuclear — USS Newport News (SSN-750) e cerca de 4,5 mil fuzileiros navais. A operação está sob o comando do Comando Sul das Forças Armadas dos EUA. Entre os navios de guerra dos EUA deslocados estão o USS porta-helicópteros Iwo Jima (LHD 7); USS Fort Lauderdale (LPD-28) e USS San Antonio (LPD 17) todos com capacidade de desembarque anfíbio. Também estão na área os destróieres USS Sampson (DDG-102), USS Gravely (DDG-109), USS Spruance (DDG-109), USS Jason Dunham (DDG-109) da classe Arleigh Burke e o cruzador e USS Lake Erie (CG-70), além do navio de combate litorâneo da classe Freedom USS Minneapolis-Saint Paul (LCS-21).

Na quarta-feira (3/9), Trump anunciou que as forças americanas atacaram um barco que vinha da Venezuela carregado de drogas. Segundo o presidente, tratou-se de uma ação direcionada “contra os narcoterroristas do Tren de Aragua” que transportavam drogas em águas internacionais em direção ao seu país, matando 11 criminosos. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse que o ataque ocorreu no sul do Caribe e o barco alvo havia partido da Venezuela.
Maduro imediatamente passou a mobilizar patrulhas costeiras e denunciar a presença naval americana como uma “ameaça criminosa e sangrenta”.
O especialista em direito constitucional Bruce Fein disse à Al Jazeera que se os EUA estão enviando seus navios para águas venezuelanas, então isso é “uma violação da Resolução de Poderes de Guerra de 1973 ao provocar a Venezuela a atacar a Marinha dos EUA, um ato de beligerância que somente o Congresso pode autorizar constitucionalmente”.

O Departamento de Guerra dos EUA confirmou o incidente, e caracterizaram a ação venezuelana como uma “demonstração de força” deliberada em meio à escalada de tensões após a decisão do presidente Trump de dobrar a recompensa pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro para US$ 50 milhões por acusações de tráfico de drogas.
“Hoje, duas aeronaves militares do regime de Maduro sobrevoaram um navio da Marinha dos EUA em águas internacionais. Este movimento altamente provocativo foi planejado para interferir em nossas operações antidrogas”, afirmou o Departamento de Defesa em um comunicado no X.
“O cartel que controla a Venezuela é fortemente aconselhado a não prosseguir com qualquer esforço para obstruir, dissuadir ou interferir nas operações de combate ao narcotráfico e ao terrorismo realizadas pelos militares dos EUA”, continua a declaração.
O incidente acirra a tensão entre Venezuela e EUA. Nicolas Maduro está mobilizando 8 milhões de milicianos e militares para evitar o que ele chama de invasão a Venezuela. É mais uma frente que Donald Trump abre. Depois do ataque ao Irã e de ter atuado politicamente nos conflitos da Ucrânia, Faixa de Gaza e estar em tensões constante com a China e criar uma gerra tarifária com vários países, Trump agora, foca na Venezuela.
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