O Departamento de Estado Americano informou ao Congresso que aprova uma potencial venda de 50 aeronaves Lockheed Martin F-35A Lightning II via FMS – Foreign Military Sales para os Emirados Árabes Unidos, negócio avaliado em US$ 23,3 bilhões. O anúncio oficial foi feito ontem – 29/10 e segue após uma “espécie de chancela de Israel”, que em 13 de agosto de 2020, reatou relações diplomáticas plenas com o país Árabe, acordo ratificado e assinado em 15 de setembro de 2020 por ambos os países na Casa Branca, nos EUA, que havia mediado o acordo.
A chancela de Israel veio com a garantia dos EUA do cumprimento da lei americana que, Israel tem a garantia de receber as armas necessárias para manter sua “vantagem militar qualitativa” sobre as nações árabes. Autoridades americanas disseram que vão fornecer essa garantia, independentemente das vendas do F-35, sem especificar publicamente que contrapartida ofereceram a Israel.
Isto faz pensar que, provavelmente, os futuros F-35A da Força Aérea dos Emirados Árabes Unidos (UAEAF – United Arab Emirates Air Force) devem ter capacidades inferiores ou escalonáveis se comparados a dos Adir. A expectativa é que o negócio entre a Lockheed Martin e a UAEAF seja assinado até o dia 2 de dezembro, para ser uma das atrações do Dia Nacional dos Emirados Árabes Unidos. Não há informações de quando os primeiros F-35 cegarão as bases da UAEAF.
O anúncio na quinta-feira, ocorre pouco mais de um mês após o reconhecimento oficial do estado de Israel pelos Emirados Árabes Unidos em 15 de setembro de 2020. Hoje na região, apenas Israel opera o F-35, em sua versão F-35I Adir, sendo o primeiro país a usar a aeronave em combate em missões na na Síria e também no Líbano.
Após o anúncio, as ações da Lockheed Martin entraram em alta em Wall Street, e subiram US$ 2,74 para US$ 353,50 por ação, um aumento de aproximadamente 0,87%. O desempenho financeiro da Lockheed Martin tem sido consistente durante os últimos cinco anos, com as ações retornando um rendimento de dividendos de 2,94%, mesmo com atrasos, problemas de fornecimento e os prejuízos causados pelo turcos com sua saída do programa JSF.
O sucesso do programa F-35 tem sido uma fonte importante de receita para a Lockheed Martin, que já vendeu caça de 5a geração para a Austrália, Bélgica, Cingapura, Coreia do Sul, Dinamarca, Estados Unidos, Holanda, Itália, Israel, Japão, Noruega, Polônia, Reino Unido, além dos Emirados Árabes Unidos. A única baixa é a Turquia, que teve suspensa a venda de suas aeronaves pelos EUA, face a sua aproximação com a Rússia. Suas aeronaves já produzidas, devem ironicamente ser adquiridas pela Grécia. Ainda existe a possibilidade de venda de um lote de F-35A para o Catar.
@CAS