O governo dos Estados Unidos anunciou a imposição de sanções à Turquia no dia 14 de dezembro de 2020, sob os temos da Lei de Combate aos Adversários da América (CAATSA – Countering America’s Adversaries Through Sanctions) como consequência da aquisição do governo de Ancara do sistema de defesa aérea russo S-400 (SA-21 ‘Growler’).
As sanções tem como principal alvo Presidency of Defence Industries (SSB) da Turquia e incluem o bloqueio e restrições de visto por meio da Specially Designated Nationals and Blocked Persons (SDN) do Departamento do Tesouro, que visa vetar e negar ao presidente do SSB Ismail Demir acesso especialmente ao setor financeiro. Também estão na “lista negra” o o vice-presidente Faruk Yigit, o chefe do departamento de defesa aérea e espacial do SSB, Serhat Gencoglu e o gerente de programa da diretoria regional de sistemas de defesa aérea do SSB, Mustafa Alper Deniz. Por meio da listagem SDN, todas as propriedades e interesses imobiliários nos Estados Unidos são bloqueados e cidadãos e empresas americanas estão proibidos de negociar com eles.
Os EUA também proibiram a concessão de licenças de exportação para de bens ou a transferência de qualquer tecnologia para o SSB; proibição de empréstimos superiores a US$ 10 milhões de instituição financeira americana por um período de 12 meses; a exigência de que os EUA se oponham a empréstimos ao SSB por parte de instituições financeiras internacionais e a proibição de apoio do US Export-Import Bank. Como ficou claro são sansões de cunho financeiro em sua maioria.
As sanções foram exigidas por uma lei de 2017 (CAATSA), que pela a primeira vez que é usada para penalizar um aliado dos EUA, ainda mais um aliado membro da OTAN. O Governo Americano já havia cancelado a entrega entrega dos caças F-35 Turcos e retirado o país do do Programa JSF, o que gerou um prejuízo bilionário.
“A ação de hoje envia um sinal claro de que os Estados Unidos implementarão em breve a totalidade da Seção 231 do CAATSA, e não tolerarão mis transações significativas com os setores de defesa e inteligência”. Os Estados Unidos haviam deixado claro para a Turquia nos níveis mais altos e em várias ocasiões que a compra do sistema S-400 colocaria em risco a segurança da tecnologia e do pessoal militar dos EUA e forneceria fundos substanciais para o setor de defesa da Rússia. A Turquia, no entanto, decidiu prosseguir com a aquisição do S-400, apesar da disponibilidade de sistemas alternativos e interoperáveis da OTAN. A Turquia é um aliado valioso e um importante parceiro de segurança regional para os Estados Unidos, e buscamos continuar nossa história de décadas de cooperação produtiva no setor de defesa removendo o obstáculo da posse do S-400 da Turquia o mais rápido possível.” – disse o Secretário de Estado Americano Michael Pompeo.
Em um um comunicado oficial a Turquia declarou que tomará as medidas necessárias contra esta decisão, que inevitavelmente afetará nossas relações de forma negativa, e retribuirá da maneira e no tempo que achar necessário. A declaração também repetiu a afirmação do que os S-400s não afetariam os sistemas da OTAN. Também acrescentou que os Estados Unidos devem “corrigir o mais rápido possível a este erro grave”, acrescentando que Ancara estava pronta para o diálogo e a diplomacia. Vale lembrar que no mês passado, o ministro da Defesa turco, Hulusi Akar, disse que a seu país estava preparado para discutir com os EUA sua “ansiedade” sobre a interoperabilidade dos S-400 e dos F-35.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse que as sanções é uma prova da “arrogância” americana e prejudicariam a posição internacional dos EUA.
Seja como como, o que parece certo que este assunto ainda irá render muito no próximo ano e, certamente, não fará com que os F-35 voltem a ter o cocar da Força Aérea Turca.
@CAS