EUA aceitou 747-8 doado pelo Catar e que será usado como Air Force One. Os Estados Unidos aceitaram o Boeing 747-8i oferecido em doação pelo governo do Catar e que será convertido como Air Force One para uso do Presidente Donald Trump. A decisão foi anunciada em 21/05 pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth.
“O Departamento de Defesa trabalhará para garantir que medidas de segurança adequadas e requisitos de missão funcional sejam considerados para uma aeronave usada para transportar o Presidente dos Estados Unidos”, disse o porta-voz chefe do Pentágono, Sean Parnell, em um comunicado.
Um dia antes do anúncio o Pentágono, o Secretário da USAF, Troy E. Meink, e o Chefe do Estado-Maior, General David W. Allvin, informaram o Congresso que já estavam trabalhando no projeto de conversão do avião. Não foram divulgados publicamente quais tipos de alterações serão implementadas no suntuoso jato de US$ 300 milhões, que anteriormente foi utilizado pela família real do Catar.
“Ao elaborarmos o projeto faremos o necessário para garantir que a aeronave esteja apta a transportar o presidente, com todas as medidas de comunicação, segurança e autodefesa necessárias”, disse Meink ao Comitê de Serviços Armados do Senado. O custo da modificação do 747 deverá ser significativo e poderá levar um longo tempo.
Parlamentares e órgãos de fiscalização do governo levantaram preocupações éticas e legais sobre a decisão das Forças Armadas de aceitar um avião doado por um país estrangeiro. Reportagens na mídia sugeriram que Trump, após deixar o cargo, pretende repassar o 747-8 para o acervo da sua biblioteca presidencial e utilizá-lo como avião particular.
O deputado Jamie Raskin disse em 11 de maio que Trump precisa do aval do Congresso para aceitar a doação da aeronave. “A Constituição é perfeitamente clara: nenhum presidente pode aceitar presentes – de qualquer tipo – de um estado estrangeiro sem a permissão do Congresso. Um presente que você usa por quatro anos e depois repassa para sua biblioteca ainda é um presente…. e um golpe”, afirmou o democrata.
O senador de Rhode Island, Jack Reed, o principal democrata no Comitê de Serviços Armados do Senado, chamou a decisão de aceitar o jato de “uma vergonha nacional” em uma declaração de 21 de maio. “O presidente Trump está terceirizando um símbolo fundamental da soberania, do poder e da engenharia americana. Ele está forçando os contribuintes americanos a desembolsar centenas de milhões de dólares para reformar esse suposto presente, que ficará em serviço oficial por pouco tempo.”
Ele afirmou que usar o 747 do Catar é imprudente e criaria vulnerabilidades inaceitáveis para a nação. “É preciso haver transparência e responsabilização sobre os custos da conversão deste avião, os riscos de contrainteligência envolvidos e como ele será usado quando o presidente Trump deixar o cargo”, disse Reed.
Enquanto isso, desde 2018 a Boeing está trabalhando na conversão de dois 747-8 em novos VC-25B presidenciais. Eles irão substituir os dois atuais – e envelhecidos – VC-25A (baseados no Boeing 747-200), que são utilizados pela USAF como Air Force One desde o início da década de 1990.
Originalmente, os VC-25B deveriam ser entregues pela Boeing em 2024, mas constantes problemas no projeto causaram grandes atrasos no cronograma. A previsão é que os jatos estejam em serviço apenas em 2029, ou seja, após Trump deixar a presidência. Mais recentemente, o governo pressionou a Boeing para apressar na entrega dos VC-25B, que prometeu fazer o possível colocar os jatos em operação dois anos.
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