Pela terceira vez neste ano, o 1º/8º GAV – Esquadrão Falcão, subordinado à Ala 10, em Parnamirim/RN, realizou o treinamento de resgate em convés, em parceria com a Marinha do Brasil (MB). A missão ocorreu entre 27 e 30 de julho de 2020, e teve como objetivo manter a doutrina operacional das tripulações do Esquadrão Falcão e do Navio Patrulha Oceânico Araguari (NPaOc), unidades que compõem o serviço de alerta SAR de Busca e Salvamento.
Inicialmente, o treinamento com os tripulantes da Marinha foi realizado na pista de grama da Ala 10. Nos dois últimos dias, as operações foram no litoral de Natal/RN, e envolveram simulações de resgate em convés entre os helicópteros H-36 Caracal e o navio NPaOc Araguari. As tripulações praticaram os procedimentos de Reabastecimento Vertical de Carga (VERTREP – Vertical Replenishment) e Pick-up (transferência de pessoas ou cargas pelo guincho do helicóptero).
“As operações aéreas contribuíram sobremaneira, para a qualificação da Equipe de Manobra e Crache do NPaOc Araguari, nas atividades de Pick-up e VERTREP. Assim o navio pode atuar nas operações aéreas de Busca e Salvamento, Evacuações Aeromédicas, e outras missões entre a Marinha e a FAB”, explica o Comandante do NPaOc Araguari, Capitão de Fragata Cesar Augusto Prudêncio Pimenteira.
Além da Equipe de Manutenção do Araguari, foram qualificados, ainda, militares das Equipes de Manobra e Crache de outros quatro navios subordinados ao Comando do 3º Distrito Naval, que atuam na área de jurisdição que abrange os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas.
O Capitão Aviador Leir Gomes de Oliveira, do Esquadrão Falcão, salienta que a oportunidade de praticar tais procedimentos em conjunto com a Marinha, traz um enorme ganho para os militares da FAB que executam o Alerta SAR.
“Com certeza eleva a proficiência operacional e técnica dos militares, pois eles conseguem experimentar o nível de dificuldade de se fazer um resgate em navio. Além disso, treinar com o navio é fundamental para a consciência situacional dos envolvidos, e esse contato direto nos propicia fazer um briefing prévio, para entendimento da seqüência de ações de um resgate. Além disto, treinamos o VERTREP e o Pick-up, procedimentos utilizados especificamente por aeronaves da Marinha, o que amplia mais nossas possibilidades de atuação”.
O Capitão Leir destaca, ainda, a importância da interoperabilidade entre a FAB e a MB para o adequado funcionamento do serviço de Busca e Salvamento. “Em todos os acionamentos que tivemos de convés nos últimos tempos, quem iniciou a cadeia de acionamento foi o Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo (SALVAMAR), que, sabendo que não havia navio próximo para realizar o resgate, acionou o Centro de Coordenação de Salvamento Aéreo (SALVAERO), para a utilização dos nossos helicópteros como meio de chegar ao local e extrair a vítima com maior rapidez”, completa.
Um dos pilotos em treinamento, o Tenente Aviador Alan Dickson Brito de Medeiros, atuou no resgate real em convés realizado pelo Esquadrão Falcão no dia 29 de maio. Para ele, treinar com o NPaOc Araguari foi fundamental para praticar o controle da aeronave e a sua adaptação às oscilações das embarcações, além da comunicação utilizada pelos tripulantes.
“A operação com a Marinha é de suma importância para nossa formação e manutenção como tripulantes nesse tipo de resgate, que tem alta complexidade. Definitivamente saímos desse treinamento mais preparados para as missões reais”.
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