Espanha: oposição ao aumento de gastos militares A liberação de €1 bilhão para o Ministério da Defesa da Espanha no dia 5 de julho dividiu a coalizão governista da Espanha, com o partido Podemos, de linha dura, se opondo aos aumentos no orçamento de defesa prometidos à OTAN pelo presidente socialista Pedro Sánchez.
Como anfitriã da cúpula dos líderes da Aliança realizada e Madri em 30 de junho, a Espanha, como outros membros, prometeu aumentar seu investimento em defesa para 2,0% de seu produto interno bruto (PIB), conforme exigido pelo conselho da OTAN. Sem esperar pela próxima rodada de negociações orçamentárias, o gabinete de Sánchez liberou €999,7 milhões (US$1,02 bilhão de dólares) em fundos militares no dia 5/7 para “lidar com todas as despesas extraordinárias” relacionadas à guerra na Ucrânia, disse a porta-voz do governo Isabel Rodriguez. O financiamento foi liberado como parte do “compromisso” que Sánchez assinou com a OTAN.
De acordo com o último relatório anual da OTAN, a Espanha investiu 1,03% de seu PIB em gastos com defesa em 2021, um dos números mais baixos entre os membros da aliança, apenas à frente do último membro, que é Luxemburgo.
O partido Podemos, tem criticado fortemente o envio de armas para a Ucrânia, rejeitou categoricamente a injeção de fundos militares e se opõe ao aumento do orçamento de defesa, pautando um investimento em áreas sociais. A ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, que representa o partido no governo, convocou na terça-feira uma reunião “urgente” da comissão de monitoramento da coalizão, encarregada de garantir o cumprimento dos compromissos assumidos quando da assinatura do acordo de coalizão. O Podemos disse que só soube da destinação de verbas aos militares por meio da imprensa, acusação negada pelo partido socialista.
“Gastar em armas a pedido de uma potência estrangeira em vez de investir em melhor saúde, educação e proteção social não é um orçamento que nosso país precisa”, disse a líder do Podemos e ministro dos Direitos Sociais, Ione Belarra.
Em entrevista ao jornal local El Diario Montañés, o chanceler José Manuel Albares, do Partido Socialista, disse que não consegue entender a oposição do Podemos. “Não posso acreditar que qualquer força política possa ser contra garantir a segurança e proteção da Espanha em um momento em que a ameaça à nossa segurança aumentou como nunca aumentou em décadas”.
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